Escolhinha

Amanhecendo mais um dia, desta vez havia uma missão para fazer. Segundo a mensagem da vila, constava no endereço que o trabalho do Genin era ajudar uma mãe a cuidar de seus três filhos até o horário do almoço, um imprevisto fez com que ela ficasse em casa sozinha com todas as crianças.

Nunca havia cuidado de uma criança antes, e sequer se sentia pronto para isso. Contudo, tratava-se de uma família rica e com muitos recursos, o ninja aceitou a missão tendo a ciência de que não seria tão difícil, crente que seriam crianças educadas.

Comparecendo no local da missão, eram sete horas da manhã. O mais velho já estava acordando, ele tinha douze anos.

— Mãe, quem é ele? — Com a cara fechada, o garoto estranhou a visita assim que saiu do quarto.
— Veio para ajudar com você e seus irmãos, eu sou uma só para tudo, e você não só deixa de fazer sua parte como também não me ajuda com o Lian e a Zoe — A mãe levantou bem o nariz para o filho.
— Não preciso disso — Voltou para o quarto e bateu com a porta.

A mãe ficou com muita vergonha do que havia acabado de acontecer. Ela estava tendo muitas dificuldades com o seu filho, e ainda por cima tinham outros menores, sendo um bebê. Até então a missão estava tranquila, era apenas o mais velho que estava acordado.

Durante alguns minutos, a mãe deixou Yonkai a par da situação. Contou que filha do meio era um pouco mais calma, e o neném em breve acordaria e iria apenas precisar da mamadeira pronta e depois voltar a dormir. Pediu ao ninja que tentasse conversar com o seu filho mais velho, Varys, e ajudasse ele na lição que, na noite anterior, ele havia dito que estava impossível e era para hoje.

Indo até o quarto, bateu na porta. Varys abriu e perguntou o que queria, com uma expressão totalmente fechada.

— Não ligue para a sua mãe, elas são assim mesmo. A minha também faz isso, eu aprendi a não ligar quando vi as dos meus amigos — Acalmava o garoto, e tentava deixa-lo confortável para que pudesse entrar.
— Sim, tudo bem. Mas por que você está aqui? — Questionava. Havia percebido que Yonkai estava tentando se aproximar, mas não sabia o porquê.
— Ela disse que você tem dificuldades na academia, me pediu que ajudasse — Explicava, com tom de voz satisfatório.
— Veja. Se puder me ajudar, seria muito legal da sua parte — Pegava o caderno em cima da escrivaninha e mostrava.

Eram exercícios sobre equação. Yonkai entrou no quarto e leu as instruções passo a passo e, já havia visto antes, além de ser um pouco mais velho e experiente, não era muito difícil explicar. Para garantir, havia feito um dos exercícios e garantido a resposta, que estava correta. Seguiu com a explicação de como fazer aquilo.

— Preste atenção, Varys. Você vai começar agrupando os números acompanhados da variável "x" em um lado da igualdade, e os desacompanhados no outro, sempre trocando o sinal. Em seguida, resolver todas as operações uma a uma, fazendo primeiro raízes e potências, depois multiplicações e divisões, e por último somas e subtrações — Havia explicado enquanto demonstrava cada um dos passos.
— Calma, eu farei isso aqui — O aluno foi fazendo os mesmos passos em outro exercício, um a um, o Genin acompanhava e estavam todos corretos.
— Chegamos em uma equação mais fácil de se ver, o seu é 2x = 4 e o meu é x = 3. O meu já está incluído, o valor da variável está pronto. No seu, agora é só isolar o X e passar para o outro lado com o outro sinal.
— No caso, o inverso de multiplicação é a divisão, certo? — Concluía o exercício explicando o porquê de, no papel, arrastar uma seta transformando a equação em x = 4/2
— Isso. Agora é só resolver a fração e você achou o resultado — Com um sorriso, dava a questão como certa, segundo o gabarito.

Varys ficou muito feliz. Havia aprendido com Yonkai a fazer uma equação. O Genin saiu do quarto para conversar com a mãe sobre o progresso, enquanto o menino ficou lá, resolvendo mais exercícios, todos corretos.

O pai das crianças havia chegado. Acabou chegando mais cedo do que o previsto, e já não precisavam mais do Yonkai.

— Jovem Genin, agradeço por você ter ajudado com a lição do meu filho mais velho — A mãe agradecia, enquanto ninava o seu bebê após dar a mamadeira.
— Não foi muito difícil, acho que ele só estava assustado com a matemática, é normal — Se sentia um pouco nostálgico, também tinha passado por isso na academia.
— Bem, você está dispensado. Meu marido chegou mais cedo, não preciso mais de ajuda. Aqui está sua aprovação — Apontava para o cartão da missão com a assinatura e uma boa avaliação.
— Obrigado. Estou indo — Pegava o cartão e saía pela porta da frente.

Era uma missão concluída. De babá, acabou passando para professor particular. Partia de volta para casa aliviado.



Yonkai: 200/200 HP | 250/250 CH

Considerações:

Usados:

Equipamentos:

No azul, verde e amarelo

Como a vida agitada de um Genin, havia mais uma missão na conta de Yonkai. Captando o indereço e horário no informe, o jovem ninja compareceu pontualmente na casa da patroa Stefani Germanotta. Uma mulher rica, humilde e amante da natureza.

— Bom dia, jovem ninja. Está pronto para a sua missão? — A patroa chegou, a toda elegância, precisava se retirar o quanto antes.
— Sim senhora. Pronto para escutar os detalhes — Batia continências e confirmava, precisava dos detalhes.
— Sua missão é cuidar de todas as minhas plantas, já que o meu jardineiro informou que precisaria faltar o trabalho hoje. Fique com isso, será útil — Stefani entregou seu caderninho com instrução de cada uma das vegetações existentes na casa, e também na estufa ao interior.

Após entregar ao Genin as instruções da missão, Stefani retirou-se da casa e foi ao trabalho. Ela parecia amar muito suas plantas e não queria deixar que elas fossem mal cuidadas nem por um dia, afinal algumas poderiam morrer. Eram confusas, muitas tarefas precisavam ser feitas uma em cima da outra.

Primeiramente, Yonkai foi até o viveiro. Haviam plantas nativas de outras vilas, era interessante aquela estufa que permitia criar, na aldeia da névoa, vegetações de outros locais. O solo onde cada uma estava, a iluminação artificial para reproduzir o calor de outras aldeias, toda aquela sala era apropriada para reproduzir a natureza ao redor de Konoha. Haviam informações sobre cada uma das plantas, com diferentes valores nutritivos para alimentação, propriedades medicinais, estruturas internas e utilidades para ninjas. Levou tempo, era uma sala enorme e cada planta exigia um cuidado diferente.

— Esse jardineiro deve ser muito bem pago. Dá bastante trabalho cuidar de cada uma dessas plantas — Pensava alto, enquanto saía da sala.

Havia outro viveiro naquele lugar. Adentrando ele para fazer os afazeres, ele era totalmente diferente do anterior. Ele reproduzia o país do vento, suas vegetações eram todas desérticas tal como o habitat. Constava na descrição do habitat artificial que algumas plantas penetravam até o lençol freático do solo, e para isso, foi necessário cavar fundo e criar uma terra necessária para aquela vegetação. Era algo impressionante de se ver, e muito conhecimento ali disponível. Apesar disso, os cuidados nessa sala não eram muito complexos, a vida no deserto era muito auto suficiente e muitas plantas só precisavam de uma regulação na temperatura para simular madrugada, manhã, tarde e noite.

Ao fim, Yonkai finalizou sua missão indo até o exterior da casa. Ali, eram as plantas mais simples, pois todas eram típicas do próprio país da água e o clima natural era suficiente para mante-las vivas. Precisavam apenas de um pouco de cuidado, já que não há ecossistema natural para fornecer integralmente tudo o que a natureza daria a ela longe das mãos humanas. Toda a tarefa naquele território era apenas regar e fertilizar as plantas filhotes, cuidadosamente marcadas com fitas brancas ao chão.

— Que bom que você está aí. Passei aqui para buscar algo que eu esqueci — Stefani chegou, saltando para trás de Yonkai. Evidente que ela era uma ninja, e provavelmente usaria essas plantas futuramente.
— Suas instruções são muito boas, chefia. Eu estou quase terminando — Disse Yonkai, com um regador molhando as plantas.
— Que ótimo. Ao terminar, aguarde um instante, eu já volto — Entrou em sua casa sem dar muitas explicações.

Yonkai aguadou. Ela voltou após avaliar o estado dos dois viveiros e carregando a bolsa que ela foi em casa buscar. Eles estavam em perfeita ordem, e então Stefani aprovou o trabalho do ninja.

— Está dispensado, Yonkai. Obrigado pelo seu serviço — Aproximou-se dele, entregou o informe de que a missão fora cumprida perfeitamente.
— Obrigado, senhora Stefani. Com sua licensa — Yonkai despediu-se foi embora com seus pertences.

Uma missão muito trabalhosa, porém fácil. Cuidar de plantas e ainda sair com algum conhecimento sobre como são as vegetações fora do país da água.



Yonkai: 200/200 HP | 250/250 CH

Considerações:

Usados:

Equipamentos:

Agente duplo.

Fazia um tempo que Yonkai não era convocado para uma missão. Mas é claro, a paz na vida do jovem ninja uma hora chegaria ao fim. Um convite para uma missão foi feito e era uma missão de Rank D classificada com a tag "SECRETA". Impressionante como alguém teve a idéia de manter sigilo sobre uma missão do nível mais baixo, que muitas vezes não envolve a vida ninja. Por ser uma missão secreta, o rapaz teve de ir até o local para se informar, e passou todo o caminho se perguntando o que era para fazer.

A malícia das pessoas foi algo que surpreendeu o Genin, sua missão era apresentar a casa para Klara Pratis, uma cliente com grandes chances de pagar o maior valor possível. Yonkai olhou para o patrão com uma visão nitidamente desconfortável, pois receberia uma merreca valorizar uma venda. Contudo, uma missão era uma missão.

— Não me olhe com essa cara, moleque. Nada de mal vai acontecer com você. — Disse Khaleef, o patrão, enquanto gesticulava que estava tudo bem. Visivelmente incomodado com aquele olhar predador do Genin.
— Claro. Não se preocupe, na frente da Klara eu estarei sorrindo o tempo todo ... e farei meu trabalho como o bom ninja que sou. — Palavras reconfortantes entravam em contraste com o clima pesado que havia gerado. Após uma pausa dramática, demonstrava sua experiência em boas palavras e transmitia uma falsa e convincente paz.
— Ótimo. — Virava as costas e pegava uma pasta com documentos. Com aquela expressão rígida, entregava ao seu contratado. — Você vai precisar. Não esqueça o que eu digo, 30 Ryos. — Dizia, enquanto ia embora.

Após Khaleef retirar-se da casa, Yonkai se auto criticou pelo que havia acabado de acontecer. É verdade que aquele trabalho era moralmente incorreto, porém não deveria tratar daquele jeito o patrão, precisava ter um pouco mais de simpatia com o chefe ainda que ele fosse uma pessoa podre. O Rapaz foi até o banheiro, lavou o rosto, olhou-se no espelho e aceitou seu trabalho.

Lendo a instrução da missão, a casa seria vendida ao preço base de 120 Ryos para Klara Platis. O Genin analisou cada canto da casa e encontrou vários defeitos: porta da área de serviço danificada, janela do quarto emperrada, problema de encanação no chuveiro, iluminação da sala ruim. Esses quatro defeitos eram de extrema gravidade, e certamente cada um poderiam custar 10 Ryos para o conserto.

Por intuição, interpretava que Khaleef queria que Yonkasse escondesse ao menos três dos quatro grandes defeitos, para poupar aquela quantia em dinheiro. Novamente, um peso na consciência tomava conta da cabeça do garoto. Certamente não estava cometendo um crime, é responsabilidade do comprador fiscalizar aquilo que compra. Convencia a si próprio que era só ir, que daria tudo certo.

Todo o nervosismo se agravou com a chegada de Diana, uma representante enviada pela ricassa que compraria a casa. A presença de um enviado era algo intimidador, isso porque na opinião de Yonkai, aquela ruiva com um rosto inocente foi cuidadosamente selecionada por ser boa para a tarefa.

— Diana Lunari. Prazer. — A moça olhava o garoto com um olhar de caçadora. Transparecia serenidade e amor, porém ao mesmo tempo profissionalidade.
— Muito prazer. Yonkai. Venha comigo. — Feita a saudação, Yonkai convidava a moça a entrar.

Assim que os dois entraram no cômodo, a mulher foi direto no interruptor da sala. Janelas fechadas, precisava de iluminação para avaliar o cômodo. Era exatamente a lâmpada com defeito, ela encontrou assim, logo de cara.

— A luz não acende. Algum problema? — Ela olhava para o rapaz com aquele mesmo olhar caçador. Parecia que ela já sabia o que estava acontecendo.

Aterrorizado, Yonkai não conseguiu dizer absolutamente nada. Sua missão era enganar uma mulher e fazer com que outra comprasse uma casa cheia de defeitos pelo preço que teria em perfeito estado. Era extremamente errado e ele era incapaz de mentir assim, era muito mais difícil do que aceitar fazer isso anteriormente.

— Você é resistente, mas eu sei que está com medo. Diga o que está acontecendo. — A doçura de minutos atrás desapareceu. Diana não sugeriu, não questionou, ela comandou que o Genin confessasse. — Eu sei o que está acontecendo. Seu patrão é um vigarista. — Dizia ela, enquanto apresentava o seu emblema da polícia.

— Não entendo o que está acontecendo. — Engolia a seco a saliva e, indiretamente, pedia a policial que falasse mais.
— Nos ajude a incriminar Khaleef, e sua inocência será provada. Ou você quer ser incriminado por cooperar com ele? — Com um tom de voz intimidador, Diana ameaçava com palavras um pouco menos agressivas do que poderiam ser.

Após quinze segundos de puro silêncio, Yonkai abriu sua carteira e mostrou seu cartão. Diana soube que ele estava em uma missão secreta, e não teve acesso a todas as informações antes de entrar nessa história. Além disso, Yonkai mostrou o documento da casa onde era afirmado que ela valia o que foi proposto, com assinatura de um corretor de imóveis.

— Meu trabalho aqui é vender essa casa por 120 Ryos, porém há vários defeitos nessa casa que fariam ela valer menos do que isso. Minha missão é vender a casa escondendo os defeitos dela. — Um olhar abatido tomava conta daquele garoto, que revelava sua missão falha.
— Missão cumprida, Yonkai. — Diana entregava ao garoto dois cartões.

Lendo o que ali estava escrito: O primeiro era uma interceptação, a missão que Yonkai recebeu do bandido foi cancelada porque a polícia recebeu a denúncia de um amigo de Klara Platis que ele havia acabado de comprar por 80 Ryos; O segundo era a nova missão do genin, também secreta. Testemunhar e dar provas dos feitos de Khaleef.

— Você só precisa dizer agora os defeitos que têm nessa casa, para que façamos uma apuração detalhada. — Diana o seu aparelho auditivo e sinalizou que os homens entrassem. Toda perícia entrou na casa para avaliar as provas que Yonkai coletou de que a casa era defeituosa.
— Porta da área de serviço, janela do quarto, encanação do chuveiro, iluminação da sala. — Disse o rapaz aos policiais. Acompanhando toda a finalização da operação.

Em desfecho, Yonkai respirou fundo. Enquanto a equipe averiguava todas as denúncias, agradecia por sua missão ter virado de cabeça para baixo e tornasse um trabalho digno.



Yonkai: 200/200 HP | 250/250 CH

Considerações: