porto era um lugar de tirar o fôlego. Em um das partes rochosas da costa, uma grande caverna se escondia entre as formações mirabolantes que o atrito da água produzia. Os orifícios e cristais dentro lugar cantavam com as notas do vento, uma música que melancolicamente lembrava o som de flautas e sinos. O espaço todo era grande suficiente para comportar pelo menos um navio mediano com facilidade entre as passarelas e escadas de madeira.

Enquanto analisava o espaço, Suzue se deparou com a silhueta de um pequeno grupo, próximo de um barco pequeno e cinzento. Alguns estavam colocando caixas em cima do convés, imaginou que preparando suprimentos para a viagem, enquanto outros assistiam em volta.

Assim que se aproximaram o suficiente, reconheceu o rosto dos seus companheiros em sua última missão entre os indivíduos, além de outros rostos que ela não havia visto antes. Um deles, uma pequena garotinha, foi a primeira a perceber a aparição das garotas da folha. Seu rosto inteiro se iluminou com um sorriso largo quando viu Isabel, e correu na direção da prateada abraçando suas pernas.

Notas:

nquanto escondida na caverna escura e deitada sob a pedra fria, Suzue sempre imaginou sua despedida como um alívio, chegaria o momento onde todo seu corpo entraria em um novo ritmo e ela sentiria o ar que puxasse circular debaixo da pele como se até dentro dela tudo fosse ficar livre.

No entanto, a vida tinha caminhos cruzados e confusos, e aquele momento não trazia o alívio sublime de um chuva de verão. Muito mais parecia com a leve garoa que cobria a terra durante o começo da primavera, aquela que ainda carregava sopros do inverno, e trazia um tipo melancólico de sensação, se aninhava no peito e pesava mais do que podia. O olhar de todos ali navegavam entre correntes de emoções tão distintas quanto podiam, mas todas tinham gratidão estampadas tão claramente que pintavam as bochechas da ninja em um tom rosado.

Ouviu as palavras de Isabel e assentiu com a cabeça, se esforçando para deixar um sorriso singelo assumir seus lábios, as palavras saindo mais baixas, muito mais tranquilas do que realmente sentia.

"Vocês podiam ter avisado, sabe?"

Mesmo dizendo isso, sabia muito bem que se tivessem falado, teria desejado partir em outro horário. Ela não se sentia confortável com despedidas, afinal. Yuri deu um passo à frente justo quando terminei minha frase, uma expressão de felicidade e tristeza, difícil de distinguir com certeza.

"Vocês fizeram muito por nossa ilha, não é mais que o mínimo agradecer por tudo."

Era difícil manter as lágrimas afastada de seus olhos, mas a rosada se esforçou para não deixar cair nenhuma. A diferença que sentia dentro dela depois de tudo que viveu nessa ilha era tão vasta quanto o mar que a rodeava, e isso se espalhava para a forma que via o mundo ao redor de si agora. Numa tentativa de esconder o brilho dos seus olhos, desviou seu olhar para o lado, tentando desvendar as emoções de Isabel. Ela parecia melhor agora, mais forte, ainda que algumas faixas continuassem cobrindo sua pele. O impulso de estender seu braço e tomar sua mão era um zumbido sempre constante, mas em vez disso, o raciocínio foi quebrado pelo chamado dos marinheiros, que se preparam pra zarpar e colocavam as últimas caixas de suprimento no pequeno barco.

Notas: