Exército da Neblina.

[Um dia antes]

Ao fim da tarde, Yonkai havia terminado de analisar sua técnica de subsolo. Em casa, feliz com o resultado, fora vituperado pela mãe. Osha afirmou ter conversado com Reiner sobre o aprendizado da técnica Kasumi Jūsha no Jutsu, uma técnica clássica dos dois de quando começaram a ser ninjas. Atento e confortável, o Genin escutou sobre quando eles se conheceram, eles combinavam duas técnicas básicas extremamente parecidas: Reiner com esta, Osha com o Oboro Bunshin no Jutsu. Uma estratégia de utilizar duas técnicas de clonagens ao mesmo tempo, uma de Ninjutsu e outra de Genjutsu. Quando o oponente percebia estar em no Genjutsu de Reiner, ele se soltava e continuava vendo os clones feitos através do Ninjutsu de Osha, e ficava confuso. Tão feliz em relembrar dessa época, queria repassar sua técnica ao filho, já que o pai dele fez com a dele. Em sua vez, o Genin esteve eufórico com o fato de que dominaria um novo Jutsu.

Reunidos em um local um pouco mais selvagem, Osha iniciou a explicação sobre como funciona a técnica.

— Os clones dessa técnica não são feitos apenas com Chakra, você precisa transferir o seu ao redor para que ele converta as partículas do ambiente em clones. E é por eles serem exatamente Neblina intangível que não servem para atacar, mas serão usados para distração, pois você pode fazer com que seu oponente nunca saiba se você está escondido ou entre os clones. — Detalhadamente, contava a estrutura da técnica, além de seu ponto forte e fraco.

Yonkai estava confuso. Apesar de a explicação ser simples e fácil, era muita informação chegando de uma vez só. Ele olhou para baixo, fez um biquinho e olhava para o nada enquanto refletia.

— Está bem. Vamos começar, por favor. — Levantava a cabeça após um delay, processada toda a informação.

Sob orientação em tempo real de sua mãe, fez a primeira etapa da técnica. O Local era arenoso, ao ar livre. Havia muita poeira ao redor, e Yonkai liberou seu chakra ao redor e buscou ao máximo que fosse possível combina-lo com aquela poeira ambiente.

Ainda que sem Doujutsu ou qualquer outra forma de visualizar Chakra, Osha conseguia ver a poeira ao redor reagindo ao Chakra. A fusão do filho foi imperfeita, mas ele conseguiu alguma reação do ambiente.

— Concentre-se na poeira. Quando você sentir que é um só com o seu redor, aproprie-se da poeira e faça um Bunshin no Jutsu. Concentre seu chakra usando os selos manuais Cachorro e Tigre, será mais fácil. — Instruía após analisar a forma que a poeira se movia. Aparentemente, estava dando certo.

Yonkai sentiu confiança. A mãe não havia feito nenhuma expressão de desapontamento, tudo parecia estar se saindo como ela previu. O rapaz seguiu as instruções e concentrou-se ao redor, fez uma técnica de clonagem ao nível da academia, e usou da poeira do ambiente para dar solidez aos clones.  Os clones surgiram. Apesar de tudo parecer um sucesso, os clones faziam, como o jutsu de academia, os mesmos movimentos do original.

— Esforce-se para imaginar diferentes movimentos para os clones. Depois, não haverá parte mais difícil do que essa. — Seguido do novo comando, suavizava a voz com um incentivo.

Para fazer com maior facilidade, o ninja deu passos em círculos para a esquerda. Em concentração, estabilizava o chakra em um local só e forçava os clones a ficarem parados. Isso era simples, bem mais do que faze-los andar a outro canto. Uma gota de suor escorria na lateral esquerda do rosto de Yonkai como prova de seu esforço, os clones deram passos para trás. Levaram aproximadamente quinze minutos com Osha parada, vendo seu filho finalmentte conseguir fazer com que seus clones fizessem movimentos diferentes uns dos outros.

— Que bom que você conseguiu. — Com um sorriso, olhava enquanto os clones andavam em direções diferentes uns dos outros.
— Dominei o Jutsu!  — Eufórico, Yonkai fazia com as mãos um sinal de positivo. Em luxo, alguns clones repetiam o gesto, e outros cruzavam os braços atrás da cabeça enquanto sorriam.
— Ainda não — A mãe chutou um dos clones e o fez desaparecer — Faça o Chakra um pouco mais leve. Ele está tão sólido que os clones perderam a intangibilidade. Você precisa que ele seja tão delicado que um simples toque não vai desfaze-lo. — Finalizava com o último passo, ao se realocar na postura mais plena.

Para reacessar a estrutura dos clones que já existiam, Yonkai refazia os selos manuais e trocava a estrutura deles. Tão sensíveis que ficaram instáveis, ainda precisaram de um leve reforço para não perder a consistência. O próprio ninja foi até um dos clones e tentou o tocar, ele já era intangível. Virou feliz para sua mãe, aguardando uma avaliação.

— Agora sim, está bom. — Dava outro chute em um clone, e a perna simplesmente passava por ele. A poeira na composição se separava, e era puxada de volta. — Pratique mais nas horas vagas para precisar de menos esforço para que eles façam movimentos diferentes.

O Treino fora dado como encerrado e a prática estava concluída. Imperfeito para batalhas, porém suficiente para uma primeira execução. Os dois voltaram para a casa ao fim do processo.


Yonkai Yamanaka: 200/200 HP | 250/250 CH

Considerações:

Dianteira do escuro.


Como na infância, Yonkai sempre teve a prática de visitar as cavernas com o pai. Era um passatempo que os dois gostavam muito de fazer principalmente juntos. Para viajar ao interior da caverna, usavam de uma técnica muito simples para fazer a iluminação. Um Jutsu de baixa dificuldade e consumo que se resume a dar visibilidade ao chakra e usa-lo para gerar luz, e então têm-se uma lanterna.

Fazia bastante tempo que não fazia esse evento, a vida do Genin tem sido muito ocupada como Genin. Uma primavera inteira se passou, e finalmente os dois reuniram-se por lá. Reiner estava eufórico para repassar a Técnica da Esfera de Luz ao filho, para que agora ele também iluminasse o caminho. Os dois estavam a fundo caminhando, e foi no interior da caverna que ele dividiu a surpresa.

— Ei, Yonkai. No caminho para volta, é você quem vai iluminar o caminho. — Reiner virou para Yonkai, enquanto apontava a ele a esfera de luz. Ele parecia bem animado.
— Eu? Você vai me ensinar a fazer isso? — Colocava as duas mãos abaixo da mão do pai, admirando a luz que dali saía.
— Sim. Não é difícil, para você é até fácil. Sente-se. — Apagava a luz enquanto sentava ao chão da caverna — Tão fácil que eu nem acenderei mais ela. Daqui em diante, é você quem o fará.

Yonkai sentou ao chão à frente de Reiner, aguardando as instruções. Ele começou a falar, e ao mesmo tempo, seu filho seguia os passos. A execução da técnica era nada mais do que usar um controle de chakra regulado sob a palma das mãos, ele deve ser feito em forma de esfera. Feita uma esfera de chakra na mãos. Endureça o seu Chakra ao ponto que ele seja visível, ele por si só já é brilhoso. Quando começar a vê-lo, deve ou abaixe a intensidade se quiser mais ou menos brilho.

Obedecendo os passos dados pelo pai, o garoto fez o seu esforço para gerar o jutsu dito como simples. Seguindo cada passo, a esfera de luz foi feita. Um momento feliz aos dois: o rapaz por ter aprendido uma técnica que sempre admirou, desde a infância quando esse passeio pela caverna era uma alegria em família; o pai, por sempre ficar tão bobo ao ver o filho ama-lo e seguir seus passos.

Viagem a frente, não houve muitas dificuldades. A Técnica era de fato simples, e toda a viagem foi uma prática. No começo havia instabilidade, a luz piscava, mas conforme o tempo passava, Yonkai foi aprendendo a solidificar o chakra e mantê-lo firme para uso. A prática perdurou até a chegada de volta entrada.

Yonkai Yamanaka: 200/200 HP | 250/250 CH

Considerações:

Doton.

[Ano 1240]

Era uma manhã de verão, o sol brilhava, a temperatura era agradável e fresca. Um dia perfeito para aquele programa em família, onde Yonkai e seus pais foram fazer um pique nique em um parque. Não existia treinamento ninja para o garoto, ele era uma criança em perfeita inocência ao mundo ninja.

Naquela época, seus pais não queriam que o garoto fosse um ninja de elite. Para eles, a vida de um shinobi é mais sofrimento do que alegria, e mais valia a pena ser um civil de algum canto do país, longe da aldeia da névoa. O que mudou a idéia deles foi o ocorrido naquela alvorada. Enquanto praticava futebol com os pais, involuntariamente manifestou seu chakra e aquele campo de terra reagia aos passos do rapaz. Os três perceberam o que estava acontecendo e observavam em silêncio, isso porque os dois adultos não estavam cientes de que o garoto sabia da conversa que eles tiveram no sigilo sobre vida ninja do filho.

Criança determinada a saber sobre aquilo, recorreu a outra via dois dias depois. Na biblioteca, fez muitas pesquisas rápidas sobre Chakra, nenhuma dava resultado. Mesmo sem uma fé em deus, pediu que uma ajuda caísse do céu, e então veio uma mulher chamada Britney. Rendendo-se ao carisma e simpatia daquela mulher, Yonkai aceitou a ajuda que ela oferecia a criança que parecia tão desesperada por conhecimento, tamanha era a fome por leitura evidente no garoto.

Ouvindo o relato, ela puxou um livro marrom com a palavra "Doton". Abrindo na página correta, Yonkai descobriu através de Britney que ele tinha a afinidade elemental de Doton. O esforço que ele fazia para chutar a bola e correr ao campo acabou liberando, sem querer, correntes de chakra. Por conta da afinidade que é natural na grande maioria dos shinobis, o chakra pode reagir a um ou mais elementos da natureza. Agradecendo a mulher, o rapaz passou noites sonhando com o dia que encontraria ela novamente. Aquela desconhecida foi a primeira a reconhecer o talento para ninjutsu do garoto.

Todos os dias durante um mês, Yonkai tentava dominar sozinho o seu Doton, com a ajuda dos livros da biblioteca. Ele sentava sobre a terra e tentava eliminar Chakra para faze-la reagir. Havia feito uma vez, acreditava que poderia fazer de novo. Parecia impossível, em todas as trinta tentativas ele conseguiu nem um único resultado.

— O que será que eu fiz naquela manhã? — Triste, perguntou a si próprio enquanto deitado na sua cama. — Não importa. Foi minha última tentativa. — Virou para a cama e se auto repreendeu. Leal aos pais, decidiu que não falaria sobre isso com eles e fingiria que aquele mês não teve absolutamente nada a ver com chakra.

[Ano 1945]

Toda essa lembrança veio a tona enquanto sentado naquele mesmo parque onde manifestou chakra pela primeira vez. Era um local divertido e que o Genin gostava muito de passar o tempo livre. Uma lágrima caiu, a frustração de não ter conseguido nada foi algo sufocante na época.

Foi até o campinho de futebol, exatamente naquele mesmo local que havia reagido ao esforço do rapaz. Lembrou-se exatamente das escrituras naquele livro sobre Doton e eliminou seu chakra ali, cinco anos depois, com a nova experiência que tinha. A terra tomou forma, pequenas pedrinhas lenvataram-se do chão e obedeceram a vontade do rapaz, era a afinidade com o elemento de chakra mostrando forma.

— Obrigado. Britney. Um dia eu irei te agradecer novamente. — Abaixava-se e escrevia a letra "B" ao chão, em gratidão àquela pessoa que revelou sobre o poder natural dentro do ninja..


SEU NOME: 200/100 HP | 250/250 CH

Considerações:

Usados:

Equipamentos:

Atenção, dedicação.

O quão complexa é uma técnica ninja? Reflexivo, Yonkai questionava sobre um jutsu que recentemente havia dominado. "Técnica dos clones de neblina" é um jutsu que havia dominado no dia anterior. Consistia em criar um exército de clones intangíveis com características próximas de genjutsu, mas, isso é suficiente?

Clones de neblina não são como clones das sombras, onde cada clone possui consciência própria, eles se movem individualmente obedecendo comando de seu usuário. Isso é um detalhe muito complicado de se usar, exige bastante visão espacial e a atenção precisa estar em muitos cantos ao mesmo tempo. Treinar para lidar com isso não é algo que deva ser adiado, isso porque um bom usuário de ninjutsu tem grandes chances de precisar desse conceito. Esse é um treinamento que seria mais útil sob a companhia de alguém, guardou para quando visse um de seus amigos novamente.

Redirecionado direto ao campo de treinamento para executar qualquer outra prática, havia a esperança de um conhecido lá para tal. Dito e feito, Hanna estava ali dando chutes ao alto treinando a flexibilidade que ela havia prometido a si mesma que dominaria. Yonkai fez a ela a proposta de lutar contra seus clones e ela aceitou. Sob o fresco sol do entardecer, os dois iniciaram o treinamento conjunto de utilidade mútua.

— Jutsu dos Clones de Neblina. — Enquanto executava os selos de mão Cachorro e Tigre, Yonkai adiantava a pronúncia e formava um exército de clones em volta.
— Aí vou eu. Espero que você consiga o que eu preciso, Kai. — Hanna partiu para cima do primeiro clone com sede de sangue e com uma kunai em mãos.

O original de Yonkai não participou diretamente do treino de Hanna, ele ficou ali, parado, apenas controlando suas imagens. Hanna esteve o tempo todo combatendo essas imagens. Todo o treinamento se resumiu em um exercício para o criador dos clones praticar sua habilidade de controlar várias de suas imagens ao mesmo tempo, ele esteve o tempo todo analisando e controlando o que cada uma de suas imagens faria individualmente, atacando e defendendo-se dos ataques da moça. Ela, por sua vez, praticava sua habilidade de combater vários clones ao mesmo tempo.

Sentado enquanto posicionava o selo de Tigre em mãos, mantinha eles em estabilidade lutando cada vez mais. Constantemente cometia o gafe de deixar alguns deslizes passar, Yonkai analisava cada movimento da garota e buscava fazer com que os clones reagissem corretamente. As vezes eles levavam chutes, eram esfaqueados ou atingidos por projéteis. Ao desenrolar do tempo, o rapaz foi conseguindo aperfeiçoar a sincronia dos clones.

Ao momento que sentia estar pronto, ele levantou-se e começou a correr em círculos em volta de Hanna e seu jutsu, para manter sua atenção em outra coisa além disso. Essa dificuldade ajustaria a dificuldade o treino dela, que estava ficando cansada de combater os clones, e também melhoraria o do próprio rapaz, que finalmente atingiu o seu ponto de manter a técnica em perfeito funcionamento enquanto se concentra em outra coisa ao mesmo tempo.

Com esta prática, o Genin foi capaz de melhorar os seus clones. Futuramente, seria capaz de mantê-los funcionando em distração enquanto nada debaixo da terra, ou até mesmo enquanto capturava o inimigo em um Genjutsu. Era de extrema importância para um ninja saber como manter jutsus complicados e fazer outras atividades ao mesmo tempo. Por hora, Hanna estava cansada e resolveu parar o treinamento.

Ao desfazer o Jusu, Hanna aproximou-se de Yonkai e lhe deu um papel que ela tirou da bolsa.

— Guardei para você. Pode comparecer neste local, data e horário? — Com olhos felizes, ela questionava.
— Sim, mas por quê? — Curioso, lia o papel.
— Você vai ver. Apenas vá — Disse a moça, enquanto afastou-se correndo para bem longe.

Estava bobo com aquilo. Planejava chama-la para um encontro, mas nem havia pensado no que. E pela felicidade que ela demonstrou, provavelmente seria algo legal. O Rapaz guardou o papel na bolsa e foi embora, feliz pelo seu treinamento e pelo convite.

SEU NOME: 200/200 HP | 250/250 CH

Considerações:

Usados:

Equipamentos:

Outen Ukemi.

[Ano 1238]

Um passado não tão distante assim, a aldeia da névoa estava começando a se restaurar após o fim da guerra. Muitos estabelecimentos foram seriamente prejudicados e estavam em recuperação, alguns a frente de outros. Especialmente os que não dependiam muito de estruturas firmes para funcionar foram praticamente intactos no sentido de funcionamento, como por exemplo o Dojo do Tobias Sensei, um espaço dedicado a ensinar práticas de luta para crianças e adolescentes.

— Seja mais delicado, garoto. Você consegue. — Disse Tobias a um aluno que ele sequer acreditava, mas fazia seu trabalho.

Yonkai era desajeitado no Dojo, não tinha um pingo de talento para Taijutsu. Contudo, estar ali era sua escolha, seus pais sempre o conscientizaram do quanto o sedentarismo podia ser prejudicial no desenvolvimento de uma criança. Sequer era capaz de fazer um simples Outen Ukemi.

Sob uma falsa motivação do sensei, a ingenuidade da criança fazia-o acreditar naquelas palavras fielmente. Atirou-se no chão e tentou fazer a técnica. Em primeiros passos era algo simples e fácil de fazer, onde você se posiciona de quatro e flexiona um dos braços, atirando suavemente todo o resto do corpo para aquela direção. Esta técnica básica pode ser útil na vida de qualquer um, pois cair ao chão corretamente pode evitar fraturas em simples quedas ainda que você seja só um civil em sua casa que tropeçou em algum objeto jogado no caminho.

Fazendo a sua primeira demonstração, Yonkai olhava sorrindo para o sensei, animado.

— Ótimo. Faça novamente e quando pegar o jeito, aplique em uma queda de verdade. — Dando de ombros para a animação do rapaz, porém cumprindo seu papel. O Sensei fazia uma breve demonstração ao moleque a sua frente, ele saltou para frente e jogou-se ao chão, flexionou calmamente o seu corpo até posicionar-se corretamente e atirou-se a direção conveniente, rolando ao tatame e levantando logo sem seguida. Todo o procedimento foi feito em incrível um segundo.

Maravilhado com aquilo, Yonkai reproduziu calmamente o movimento. Em sua primeira tentativa, falhou e sentiu uma forte dor nos braços, mas esta apenas serviu para que visse a importância de transformar uma queda em um pouso gracioso. Ainda não estava decidido de se um dia tornaria-se um lutador, mas pensando grande, era certo de que dominar a técnica o permitiria fazer grandes evasões.

[1245]

Sentado num local do campo de treinamento, refletia sobre o seu passado, se havia alguma lembrança que pudesse utilizar para iniciar seus treinamentos. Toda uma antiga experiência veio à mente do garoto, e ele começou a exercitar aquela antiga prática.

Tal como fez durante sua infância logo após ver a demonstração de eu sensei, Yonkai repetiu os movimentos que fez assim que ele virou de costas: saltou para simular uma queda e caiu ao chão, posicionou-se de quatro rapidamente enquanto flexionava seus membros para evitar uma fratura, e deixou que a gravidade o jogasse para o lado direito ao qual ele pendia. Onde usou da parte mais forte do corpo, as costas, para receber o impacto da queda enquanto levantava o pescoço para proteger a cabeça. Esse é o Outen Ukemi que havia aprendido 7 anos anteriores.

Após uma série de práticas e sentir que estava pronto para evasões arriscadas, olhava para trás e pensava naquele sensei, que nunca havia acreditado nele. Em desprezo, erguia a cabeça e sentia em frente, não deixaria que a descrença de terceiros atrapalhasse sua trajetória.

SEU NOME: 200/200 HP | 250/250 CH

Considerações:

Peixe da Terra.

A técnica Doton: Shinjū Zanshu no Jutsu, de modalidade D, era muito conveniente em certas situações. Contudo, ela deixa muitas brechas ao ser executada e isso era algo que estava incomodando muito o Genin.

Não queria incomodar a mãe pedindo a ela que aperfeiçoasse algo que ela teve tanto carinho em ensinar, como se fosse algo incrível. Queria aprender por conta própria a como melhora-la. O maior problema dela era o fato de que ela consistia em cavar o chão, e isso gerava ruídos além de ser possível identificar a passagem da pessoa, a saída não era nada discreta e poderia prejudica-la para usar de forma furtiva, em vez de capturada.

Era difícil pensar em algo para aprender a técnica. Aperfeiçoar um Jutsu já existente era difícil, porém lembrava daquele momento em que havia descoberto a afinidade com o Doton. Novamente, Yonkai posicionava a mão ao solo e liberava o chakra. A terra  começava a reagir e afastar-se, como da vez anterior.

Hm? — Virava de costas, tendo a sensação de que havia visto alguém. Não havia ninguém. Virava o olhar de volta aos próprios pés e voltava a sua tentativa.

O jovem ninja voltava a posicionar seu pé no chão, liberando chakra da mesma forma que na posição mais básica. O Solo apenas reagia ao chakra, começava a afastar-se do corpo do ninja, porém isso era mais próximo de uma escavação do que de uma penetração, não era o resultado que estava tentando.

— Você ainda é muito criança para criar coisas novas. Por que não me diz o que você está tentando? Talvez eu possa ajudar. — Saindo de um pedregulho onde estava oculta através de um Jutsu, Osha revelou-se naquele campo de treinamento.

— Não queria ter que pedir mais coisa, a senhora já me ajudou demais. Estou tentando usar aquela técnica sem deixar rastros. — Virava de costas e olhava para a mãe. Ela estava visivelmente disposta a ajudar, porém seu filho não queria recorrer a isto.

— Você fala como se te ajudar fosse um incômodo. — Dizia, enquanto adentrava ao solo como se tivesse nadando dentro dele. — Esquece que eu seria capaz de fazer qualquer coisa por ti. — Emergia atrás do filhote, que ali estava parado.

— Seu chakra deve ser oscilado, você vai fazer múltiplas investidas no solo para afofa-lo, como se fosse uma massa de salgado. Ao mesmo tempo, ele deve ser constante, isso é, a oscilação deve ser a mesma em todo o procedimento. Quando você entrar no solo, basta disparar seu fluxo de chakra na direção oposta que você quer ir, como uma turbina. — Instruía com dedicação. Como sempre havia feito, os comandos eram dados de forma fluída e simples, transmitindo a sensação de que seria fácil.

Exatamente como instruído, o rapaz transmitiu diversas rajadas de Chakra ao solo, pensando nelas como uma faca cortando um pão. Fazendo repetidas vezes, sentiu o seu corpo adentrar como uma areia movediça.
Uma sensação estranha tomava conta do corpo, ele ficava quente enquanto entrava no solo, porém não tanto quando já estava submerso. Olhando para cima, concluía que era o sol aquecendo o solo, e o calor era absorvido pela terra.
Chegando ao interior da terra, uma sensação estranha tomava conta do corpo.
Como praticado no Shinjū Zanshu, podia sentir onde haviam quaisquer seres em contato ao solo. Seres tão finos fixos à terra, certamente eram plantas, tal como sentia as árvores, que eram parecidas e bem mais grossas. Não era como no anterior, essa técnica fazia-o sentir como se fosse um só com o solo. Olhando para cima, conseguia ver dois pés fazendo contato com o solo, aquilo era certamente a mãe.
Em prática, Yonkai percorreu todo o redor, caminhou a todas as direções. E voltou até onde estava Osha, isso é, se aquilo era mesmo um par de pés. Saiu do solo, de fato era ela.

— Vê se não vai ficar preso no chão. É difícil, mas não é impossível. — Disse a mãe, rindo em sarcasmo. Com um salto, avançava para longe e direcionava-se para casa.

Yonkai, em sua vez, ainda sentia que faltava muito treino. Por hora não o fez, apenas foi até uma árvore e deitou na sua sombra, refletindo sobre tudo o que havia acabado de aprender. As práticas seriam mais a frente, ao organizar tudo em sua mente.

— Obrigado. — Mentalizou sua mãe, enquanto descansava embaixo da árvore. Colocou os cabelos nos olhos e manteve-se reflexivo durante um tempo.


SEU NOME: 200/200 HP | 325/325 CH

Considerações:

Possessão.

[Ano 1941]

Há 4 anos, quando muitos dos Genins de tempos atuais ainda sequer haviam entrado na academia ninja, que aliás esta ainda estava se recuperando dos estragos da guerra. Yonkai era o menino de ouro de seus pais, porém nem sempre era assim.

Naquela noite, com três amigos foi jogar futebol em uma área um pouco distante da vila. Era regra que ninguém poderia ir àquele local, porém era um anseio daquelas crianças cuja inocência não dava espaço ao conhecimento dos perigos que existiam no mundo. Eles poderiam encontrar policiais enfurecidos ou jounins barra pesada, porém deram a sorte de encontrar apenas bandidos sem causa.

Quatro crianças cercadas por uma trindade de arruaceiros. Suas expressões eram maldade pura, não havia idéia do que eles iam fazer. Os meninos ficaram aterrorizados olhando para aquilo. Não conseguiam sequer pensar no que iriam fazer, o que restava a eles era apenas um desejo muito forte de que um salvador aparecesse.

— Shinranshin no Jutsu — Uma voz ecoou na névoa.

Olhando em volta, os meninos não sabiam de onde viria a voz. Foi escondida pelo nevoeiro natural da aldeia, principalmente à noite quando o sol já estava totalmente escondido no horizonte. Contudo, viam o resultado dela, todos os bandidos ajoelharam perante às crianças e as reverenciavam como se estivessem pedindo perdão. Incrédulos, os criminosos diziam coisas horríveis enquanto questionavam o que estava acontecendo, pois seus corpos se humilhavam enquanto sua consciência os mandava assaltar as crianças.

Aquela mesma voz antes ecoada apareceu junto com eu dono, Reiner cintilou seu corpo e apareceu bem no meio dos bandidos.

— Vocês irão deixar eu levar as crianças. Vocês não se importam, não é? — Suas palavras suaves eram ditas de forma fria e aguardavam respostas, enquanto encarava a gangue com um olhar predador.

O trio abaixou o tom de imediato. Retomando o controle de seus corpos, saíam lentamente. Arruaceiros que não eram ninja, não sabiam se temiam aquele ninja desconhecido, ou o feroz policiamento da aldeia que poderiam aparecer de forma tão imediata quanto ao Jounin. No fim, eles sequer sabiam o que estavam fazendo.

Com sua empatia no auge da inocência, Yonkai não tinha noção do que poderia ter acontecido ali, e sentiu empatia pelos criminosos. Sobreposto por esse sentimento, também havia uma forte admiração por aquela técnica que fora mostrada logo a sua frente, capaz de imobilizar um grupo.

Ao dia seguinte, manhã, a criança conversou com o pai sobre a técnica. Assim foi introduzido sobre suas técnicas que abriram as portas para tornar-se o que é: as bizarras técnicas de controle do corpo e mente, onde o usuário tem diversas formas de dominar o corpo do oponente. Apesar de animado para dominar todas elas, não era a hora certa. Reiner também explicou sobre os riscos da mais básica das técnicas antes de chegar naquela que viu,  Shintenshin no Jutsu.

Em ironia e num tom de cobrança ao grave erro do filho, ele completou dizendo que ele não sabia nem dos riscos de andar a noite sem qualquer segurança. Tal postura de sarcasmo foi meramente para esconder a verdade: Reiner ainda não queria que seu filho fosse um ninja. Ele virou de costa com um triste olhar, por empatia ao garoto que acabou de ter o seu pedido negado por uma razão que apesar de plausível não era totalmente honesta.


[1945]

Anos se passaram desde que o assalto foi interceptado pelo pai. Yonkai foi até ele e disse que acreditava estar pronto para dominar o Shintenshin no Jutsu.

— Será que está? — Disse Reiner, que estava socegado descascando batatas para o almoço e foi surpreendido por um pedido de treinamento.
— Sim, eu estou. — Repetia com firmeza o que havia dito antes. A determinação era evidente, e também a vontade de aprender a primeira das técnicas de possessões pela mente.
— Kage Bunshin no Jutu. — Fazendo o selo de mão, conjurava um clone. — Então mostre. — Saía de casa e ia para o campo de treinamento, indo lá para fazer uma breve simulação. Enquanto isso, um clone ficou ali para cozinhar.

Chegando ao campo de treinamento, Reiner queria uma demonstração perfeita de que o filho estava pronto para aprender o Shitenshin no Jutsu. Caso contrário, consideraria que ele usaria de forma imprudente no campo de batalha e erraria o alvo, ficando fora de combate temporariamente e correndo riscos de morte durante este tempo.

— Existem várias pedrinhas ao seu redor. Faremos um combate físico e você as selecionará a qualquer momento para arremessa-las em mim. Só ensinarei o Jutsu se em três tentativas você conseguir me acertar duas, caso contrário, volte a tentar quando você tiver uma mira boa. — Todo o bom humor de antes havia se traduzido naquele momento. Toda aquela rigidez era para expressar que os riscos do jutsu eram graves e precisavam ser respeitados.

— Eu acertarei. — Abaixava e sacava uma das pedrinhas. Posicionava e aguardava o sinal para iniciar a prática, estava pronto.

Reiner ergueu a cabeça e avançou para cima do filho. Ele fez uma rasteira no rapaz e o derrubou. Em sua reação, o Genin rolou ao chão e levantou, atirando rápidamente a sua primeira pedra. O pai conseguiu desviar sem qualquer dificuldade com um salto à direita.

— Você não poderá errar mais. — Reposicionado em combate, ele encarou rigidamente e fez pressão psicológica propositalmente.

Em continuidade a prática, Yonkai foi para cima do pai tendo o claro objetivo de faze-lo saltar para trás. Um chute na altura do rosto ao qual ele abaixou-se. Sucedeu a sequência com um salto a fim de cair exatamente em cima daquele que estava ali a sua frente, abaixado. O Objetivo foi cumprido, Reiner foi forçado a saltar para não ser atingido, e foi neste momento que o Genin atirou uma pedra que o acertou em cheio.

— Um de dois. — Disse o garoto, abaixando ao chão e sacando mais uma pedra que em seguida apontaria para o pai.

Yonkai sacou o seu fio ninja que guarda na mochila, pois sentia que o próximo não seria fácil. Exatamente como apontava a sensação, Reiner estava mais sério e não pretendia facilitar tanto quanto na anterior. O Genin correu em sua direção enquanto segurava o fio pelas pontas, uma em cada mão, e saltava para mirar um chute por cima. O pai esquivou-se. Yonkai o puxou pela roupa e saltou por cima, deixando-o entre os cabos. Foi quando o Genin correu e puxou-o pelo fio, ao desequilibra-lo, puxou a pedra e atirou. Apesar do esforço, o pai não se deixou acertado. Ele saltou puxando o fio e esquivou-se.

Reiner conseguiu esquivar de duas, o que significaria que o filho era incapaz de acertar alvos. Aterrorizado, Yonkai abaixou-se e segurou sua própria cabeça com as duas mãos, sentindo culpa e uma forte tristeza pelo erro.

— Eu irei te ensinar o jutsu mesmo assim. — Aproximou-se e o traquilizou, estendendo a mão para que levantasse.
— Mas, mas eu reprovei. — Indagava, incrédulo do que havia acabado de ouvir.
— Pelo menos você entendeu que não é para usar de qualquer jeito. Só preciso que você entenda que você teria falhado se usasse isso em luta, portanto, saiba quando é a hora certa de usar.
— Tudo bem, eu entendo. — Um sorriso tão grande que só não chegou as orelhas por ser impossível, porém suficiente para expressar a felicidade. Estava empolgado para aprender a técnica.

Reiner saltou para trás e instruiu passo a passo o símbolo de mão que Yonkai deveria fazer, parecia com a cabeça do Batman, um círculo feito com os dedos indicador e médio em cima, e o polegar embaixo, além de os dedos anelar e mínimo ficarem levantados para cima. Chakra era concentrado no centro do círculo feito com as mãos, e então usar como uma mira, para disparar a carga no alvo.

Em primeira tentativa, o pai pediu que o filho apenas disparasse chakra, a fim de avaliar. O Genin disparou o seu chakra a frente e atingiu em cheio ao pai. E agora, no próximo passo, Yonkai precisou enviar Chakra novamente, porém dessa vez concentrando a própria consciência naquela energia, sentir como se enviasse uma parte de si.

Quando Yonkai fez o processo, automaticamente o seu corpo caiu ao chão e adentrou em Reiner. Para qualquer um que tivesse avistando de longe, via ali um garoto caído ao chão, e um homem em pé que parecia um zumbi, com o corpo ereto, porém cabeça abaixa e sem fazer qualquer movimento. Não era perceptível o que estava acontecendo no interior daquele corpo. A consciência do Genin foi para um lugar escuro, tudo o que ele via era um brilho azul.

— Este sou eu, o seu alvo. Não tenha medo de mim. — Dizia aquela voz familiar e tão querida que saiu da luz azul. Ela foi tomando forma, e Reiner apareceu dela.
— Onde nós estamos? — Yonkai questionou.
— Dentro de mim, ué. Você precisa me possuir. — Caminhava até Yonkai, e agachava no chão de costas para ele.
— Como assim te possuir? — Incrédulo,  manteve as perguntas.
— É só você botar a mão em mim e absorver meu chakra, como se fosse seu. — Respondia enquanto batia nos próprios ombros.

Yonkai obedeceu o comando. Ele colocou as duas mãos sobre os dois ombros e sugou aquele Chakra. De repente, toda aquela escuridão ganhou cor. Com a possessão feita, passou a ver, ouvir e sentir o mundo através de sua "vítima". Abrindo os olhos, deparava-se logo com o seu corpo ali, jogado ao chão. Olhava as próprias mãos, os próprios pés, aquele era mesmo o corpo do pai.

— Aaaaa. — Em uma última revisão para acreditar no que estava acontecendo, disse e estendeu a primeira vogal do alfabeto. Aquela não era a própria voz, era a voz diferente do Reiner.

Foi então que algo o consumiu. Sem que o selo de mão fosse feito, a possessão foi quebrada e uma descarga de chakra foi enviada de volta ao corpo de Yonkai, junto com sua consciência.

— Mas é claro. Para me manter capturado você vai ter que treinar muito mais. — Disse o pai, ao corpo jogado a sua frente que lentamente se levantava.
— Eu entendo. Sempre quis me ver dormindo, foi boa a experiência. — Ao levantar-se, soltou uma piada. Uma risada de leve daquele que estava contente com o resultado.

O almoço já estava quase pronto. Os dois foram para casa, onde aquele clone àquela altura já tinha terminado de fazer o almoço.

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Considerações:

(Acrobacia pt 2)

Biatrice.

[Ano 1238]

Um dia após o aprendizado das mais básicas técnicas de queda, Yonkai estava convencido de que as mesmas eram muito necessárias para auto defesa, de forma a amortecer quedas causadas por evasões bruscas em casos de emergência. Apesar de necessário, o treino estava cada vez mais difícil por conta do fato de que o Sensei Tobias não gostava do aluno.

— Agora serão vocês dois. Bia e Yonkai. — Tobias apontou para dois de seus alunos, e organizava o comando.

Todos os alunos estavam sentados em um círculo para assistir aquele embate. Não havia detectado a maldade do Sensei, porém ele claramente selecionou a habilidosa Biatrice contra um novato de propósito, queria humilha-lo para faze-lo sair do Dojo.

Começando o combate entre as duas crianças, Biatrice já chegou deferindo um chute na altura do rosto do garoto. Tudo o que ele havia treinado era técnicas de queda, não sabia como evadir um ataque, de impulso ele botou a mão para defesa da própria face e isso serviu apenas para reduzir um pouco do impacto. Empurrado ao chão, usou sua básica técnica de rolamento para não ficar mais do que um segundo ali, porém já levantou recebendo uma rasteira e caiu ao chão. Bia completou a sequência imobilizando-o, ele não conseguiu fazer nada e ficou ali, preso por trinta segundos. Foi uma derrota rápida e ao mesmo tempo sofrida.

Como se não bastasse a frustração de ter sido derrotado com tanta facilidade, Yonkai escutou outras crianças rindo do fato de ele ter sido humilhado por uma mulher. Era óbvio que a diferença de experiência dos dois iria pesar, porém as crianças mais espertas fingiam que não entendiam isso, queriam apenas humilhar o colega. Emotivo, correu para longe do Dojo sem pensar em qualquer consequência que isso pudesse trazer.

O Sensei sentiu que a missão foi cumprida, as outras crianças apenas riam. Uma única pessoa sentiu a dor do menino assustado, era a própria que o derrotou. Biatrice era a mais habilidosa do Dojo e sempre causava sensação de impotência naqueles que derrotava, contudo, ela já foi uma iniciante e lembrou do que sentiu quando enfrentou alguém mais habilidoso que ela.

Naquele dia, Yonkai chegou em casa chorando e foi direto para o quarto, com a cabeça abaixada de propósito a colocar o cabelo na frente do rosto na tentativa de esconder o rosto vermelho e olhos lacrimejados. Sua mãe, é claro, percebeu que havia algo de errado, mas respeitou a privacidade e aguardou um pouco até entrar no quarto.

— Você quer falar sobre o que aconteceu? — Osha entrou no quarto, questionando o filho.
— Eles riram de mim, eu não consegui fazer nada na luta. — Virava de costas e contava a história pela metade. Em sua natureza benevolente, via inocência no sensei e ainda não estava certo de se havia maldade nele.
— E você quer continuar com esse Dojo? — Sentia um pouco de decepção consigo própria. Um pouco de culpa, pois a matrícula de Yonkai foi idéia dela. Tais sentimentos eram transparecidos pelos olhos cerrados antes de sua pergunta.
— Sim. Eu irei. — A decisão não era nem um pouco instintiva, mas sentimental e, do ponto de vista de uma criança, racional. Toda a determinação presente nesta resposta era consequência da ciência de que precisava aprender a se proteger.

Ao fim da conversa, a mãe saiu com o pretexto de que o filho precisava de um tempo. Em verdade, ela não sabia o que fazer. Para ela era difícil respeitar a decisão de seu filho porque entender o problema era algo que iria muito além das experiências de vida dele. Ao dia seguinte, o viu sair de casa tendo a fé de que ao menos ele aprenderia muito com essa história.

Ao dia seguinte, no Dojo, havia chegado bem cedo. Pronto a pedir que deixasse-o praticar um pouco mais cedo. Chegando lá, Biatrice estava praticando sozinha.

— Ontem você saiu correndo ... achei até que não fosse voltar. — Disse a garota, sob uma pausa dramática enquanto chutava um saco de pancadas.
— Eu passei mal. Foi só isso. — Mentia, enquanto travava os olhos ao lado, incapaz de fazer isso enquanto olhava para alguém.
— Não seja bobo. Venha, eu vou pegar leve com você. — Falava, posicionada em combate.

Biatrice estava com um forte peso na consciência desde o dia anterior. Ela sabia que Yonkai era novato no Dojo e não conseguiria fazer muita coisa, e ainda assim ela deu o melhor, sendo uma garota experiente. Sabia que não conseguiria nada treinando com ele, exceto aliviar o peso na consciência caso ajudasse ele a melhorar.

Ela começou com um lento chute na altura do rosto, assim como no dia anterior. Novamente, uma falha na defesa de Yonkai. A garota voltou para trás enquanto seu oponente se reposicionava.

— Você não é forte o suficiente para parar minha perna, e por isso ela consegue empurrar seu braço até seu rosto. Tente desviar. E aproveite o tatame no chão, com ele você não vai se machucar muito se cair — Ela disse com um tom amável. Evidenciava bem que sua intenção era apenas ajudar.

Biatrice avançou, ela deu o mesmo chute mais uma vez, enquanto desta vez Yonkai apena apaixo-se. Ela seguiu a sequência com um chute por baixo, ao qual o garoto esquivou saltando para trás. Em frente, a menina correu e desferiu um soco, enquanto o rapaz atirou-se ao chão e rolou para saltar. Avistando uma chance de contra-ataque, atacou com um chute e acertou a perna dela, fazendo-a perder o equilíbrio.

— Melhorou. Vou aumentar a dificuldade. — Disse a garota, ao se deixar cair e automaticamente se posicionar em ataque. Ela correu e abaixou-se como se fosse bater nos pés, porém acompanhou o salto de Yonkai e mirou na altura da cintura, jogando todo o seu peso contra ele e fazendo-o cair.


Em continuidade, os dois passaram aproximadamente trinta minutos treinando, fazendo pequenas pausas sempre que Yonkai pedia arrego de cansaço. O Objetivo de todo o treinamento foi melhorar a movimentação do garoto,  esquivando dos ataques de Biatrice e encontrando um local para contra-atacar. Com uma mobilidade muito melhor do que antes, o garoto estava pronto para enfrentar o que estava por vir: os outros alunos começaram a chegar.

Alguns dos outros alunos inclusive entraram na prática, conforme chegavam por antecedência. Reunidos, finalmente Tobias chegou. Toda a tranquilidade do garoto foi por água baixo, porém ela colocou a mão sobre seu ombro e deu uma expressão de paz, transmitia a ele a sensação de que ficaria tudo bem. Era o que ele precisava para assistir e praticar aquela aula.


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Exaustão.

Oito horas da manhã, amanhecia sonolento após a mais lenta das noites, onde o pouco sono que havia conseguido dormir foi assombrado por pesadelos terríveis do que imaginava ter sido o desfecho daquela história. Sem forças físicas para levantar, uma carcaça sem vitalidade desprendeu-se daquela cama, preparou-se para um dia e foi ao seu treinamento.

Era impossível fazer qualquer coisa que exigisse um mínimo de atenção. Yonkai deitou sob o campo de treinamento e se pôs a pensar. Hanna chegou ali, era onde ela costumava treinar também.

— Yonkai, você está bem? — Posicionada ao lado do mesmo, questionava.

Era capaz de escutar aquela voz, porém continuava de costas para cima, deitado com o rosto escondido. Era impossível virar e formar qualquer frase. Hanna não sabia o que estava acontecendo, mas podia ver a vermelhidão no rosto e deduzir que ele precisava muito de ajuda naquele momento. Seu coração apertou enquanto ela deitava ao seu lado, debaixo daquele sol da manhã não tão quente quanto seria o do meio dia.

— É só mais um gole de Sakê e eu vou ficar bem. — Levantava daquela posição, sentava com as pernas cruzadas e abria sua garrafa, direcionando-a a sua boca mais uma vez.

Hanna estava em choque olhando para aquilo. Mal conheceu Yonkai, porém aquela situação ainda assim era surpreendente para ele. Ela segurou o punho de Yonkai e não deixou que ele bebesse, e encarou o seu olhar triste. Visualizando bem, ela percebeu que ele provavelmente já teria bebido um pouco, pois não apenas tristeza, mas era possível ver que os sentidos do garoto estavam abalados.

— Kai, me dê uma chance de te ajudar. — Segurava a garrafa bem firme para que ele não tentasse nada. Em seguida, a moça segurou seu punho.

— Aquela menina, eu devia ter protegido ela. Ela foi levada e eu sequer sei onde ela está, não há nada que eu possa fazer. — Com os olhos brilhando, colocava a garrafa no chão e chorava. Ao fim da frase, o semblante visual do rapaz já estava encharcado em lágrimas.

Um nó na garganta de Hanna, ela estava chocada. Não sabia dos detalhes, porém tem a noção de que uma pessoa que sente culpa  não merece ser atacada, precisa de ajuda. Ela abraçou Yonkai e teceu palavras de conforto.

— Ela pode estar bem, irão atrás dela. Você precisa progredir e impedir que aconteça novamente. — Abraçava Yonkai forte, dava a ele palavras de conforto. Levantava a mão suavemente sobre o rosto e fazia um carinho no rosto.

— Você está certa. Eu preciso me tornar um ninja mais eficiente, ou melhor, um ninja eficiente. — Ainda culpado, escolhia palavras bem justas e rígidas consigo mesmo. Não havia para onde correr, precisava de decisões mais corretas.

Yonkai levantou-se do chão, estava pronto para treinar. Ele sabia que precisava de muita coisa antes de se arriscar ao mundo novamente, era necessário. Além disso, o peso na consciência foi embora ao pensar que futuramente teria uma chance de se redimir com a garota, caso ela fosse salva. Na cabeça do Yonkai, ela iria.

Levantou-se e começou a dar chutes na árvore, era um treinamento de força, a princípio. Hanna ataca Yonkai com uma derrubada enquanto ele estava de costas, e o derruba ao chão.

— Eu vou te ajudar. Já que você está bêbado, vai ser um pouco mais difícil para você, o que torna tudo mais efetivo. — Saltava para trás e entrava em posição de combate, estava pronta para lutar.

Yonkai aumentou um pouco o olhar. Hanna estava bem a sua frente se oferecendo como parceira de treinamento. Aos olhos do rapaz, ela estava embaçada e um pouco tremida, porém de fato era um bom treinamento. Ele a atacou com um chute na altura da cabeça, ao qual a moça conseguiu desviar sem muita dificuldade ao agachar-se, e reagiu com um soco na altura da barriga.

Com os sentidos um pouco afetados, o Genin foi afetado. Tão forte era o soco que o seu diafragma fora pressionado, durante alguns segundos ele sentiu falta de ar, porém não parou. Para lidar com a falta de ar, ele saltou para trás e acionou a posição defensiva, deixava que ela atacasse e ele defendia com os movimentos mais simples possíveis. A moça não conseguia acertar, porém ela mesma também não estava sendo nada pressionada. Os dois estavam restaurados após alguns segundos. Nesta sequência de ataques, Yonkai aprendeu sobre como estender o combate em paciência até descansar da exaustão. Em longos combates de Taijutsu, é conveniente faze-lo logo após uma sequência desgastante de ataques.

Estendeu-se o combate. Durou aproximadamente quinze minutos com os dois lutando. Ora Hanna aumentava a intensidade aproveitando a vantagem de sua plena condição, enquanto Yonkai usava sua descoberta para trazer o combate ao nível que fosse conveniente para que ele continuasse lutando. Esse combate também estimulou os reflexos do garoto, que precisavam ser forçados ao máximo por conta do álcool afetando seus sentidos, e constantemente ele era acertado não só pela sua incapacidade natural, mas também por conta desta desvatangem.

Os dois se encaravam enquanto o Yonkai voltava cada vez mais perto do normal, porém ele precisou parar. Sua cabeça estava doendo, e isso provavelmente era o que chamavam de ressaca. Ele pediu arrego ao cair no chão e dar três tapas ao solo.

— Você foi bem. — Ela estendia a mão para que Yonkai pudesse levantar.
— Preciso descansar um pouco até essa dor de cabeça passar. Guardarei isso para beber apenas quando eu tiver o que comemorar. — Guardava a sua garrafa de Sakê após levantar do chão. Ele a encarou com uma expressão sofrida, não gostava de pensar sobre o motivo de ter bebido aquilo.
— Não vai demorar muito. Não se preocupe com isso! — Aproximou-se de Yonkai e segurou na sua mão, enquanto a guiava até guardar na bolsa.
— Hanna, obrigado. — Com um forte abraço, ele desabafou toda a sua frustração e alegria. Seu coração tornou-se um pouco mais aliviado apenas por ter recebido o que precisava: compaixão e ajuda.

Ela apenas o abraçou de volta, sem dizer uma palavra. A troca de energia foi forte e mesmo ela conseguia sentir a calmaria que o alcançou, não parecia a mesma pessoa de alguns minutos antes. O Treino estava encerrado aos dois, eles passaram mais algumas horas juntos.


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Pega-pega.

Yonkai e Hanna passaram toda a manhã até o começo da tarde descansando. A dor de cabeça do garoto já havia passado, restando apenas a frustração de ter falhado, porém já estava aprendendo a lidar com este problema. No momento em que mais pensava sobre aquilo, o garoto resolveu quebrar o silêncio e conversar sobre o ocorrido.

— Existe algo que eu quero falar sobre a missão. — Yonkai juntava as duas pernas e as abraçava. Ele olhava ao céu enquanto manifestava suas palavras, os olhos fechavam lentamente e expressavam sua lamentação.

— O que aconteceu? — A mesma energia que antes compartilhara do garoto, agora perdera um pouco a felicidade. O coração apertava ao falar sobre aquele assunto, mas oferecia seu apoio.

— Na minha missão, eu tentei ir atrás, tentei recuperar e não consegui alcançar o criminoso, sequer descobri onde ele estava. Eu falhei em tudo. — Yonkai levantava do chão e tinha em mente tudo o que precisava fazer naquele dia. Muito treinamento o esperava e ele não podia ficar ali sentado.

— Kai, venha aqui. — Hanna levantou-se, correu e convidou o rapaz para segui-la. Ela tinha algo em mente para praticar, e acreditava que poderia ser conveniente para ele.

O Rapaz começou a correr atrás dela. A seguiu até um pequeno lago com pedras distribuídas em seu interior, algumas totalmente submersas e outras com pontas no ex, ele não representava qualquer perigo e era uma área onde era acesso livre para os civis se banharem. Hanna tirou sua camisa e ficou apenas com seu short e o biquini que ela havia preparado para aquele dia.

— Eu pretendia vir para cá antes de encontrar você. Olhe! — Hanna saltou em uma das pedras no rio, e pulava em outra pedra em seguida. — É um treinamento bom para quem ta começando, saltar entre essas pedras exige equilíbrio e agilidade.

Encarando aquela prática, ela parecia fazer muito sentido. Aquilo realmente poderia ser útil. Yonkai colocou sua mochila no chão junto de sua camisa e pulou em uma primeira pedra, e depois em direção a segunda. Ele ainda estava um pouco abatido, porém determinado. Era difícil saltar entre as pedras uma vez que nunca havia praticado antes, porém era uma prática válida para aquele garoto que ainda nem conseguia saltar entre as árvores como fazem os ninjas.

Enquanto Hanna cometia acertos atrás de acertos, Yonkai cometeu um deslize e caiu no rio. Não havia riscos, bastou apenas ficar em pé e subir novamente na pedra, devida correnteza super fraca e a profundidade ser muito baixa.

— Veja como eu faço, não é difícil. — Hanna continuava saltando entre as pedras.

Yonkai subia e se equilibrava lentamente. Ele olhava para a moça e admirava-a em inteiro, desde sua beleza à sua técnica. Reproduzia seus passos, flexionava lentamente o seu pé dominante e disparava o impulso de uma só vez, o jogando para uma pedra distante. Chegando nela, pousava com o mesmo pé mais forte, amortecia a queda flexionando a perna e em seguida colocava a outra rapidamente. Essa forma de saltar entre as pedras era mais eficiente que a antiga mais desleixada, e menos dolorosa. Devida a flexão do joelho dominante para pousar, já estava preparado para um novo salto e conseguia rapidamente passar para a próxima pedra.

O Genin estava feliz com esta prática. Ser ágil era algo essencial para um ninja, e aprender a locomover-se com leveza e consumindo menos energia física.

— Você está ficando melhor, Kai. — Hanna disse de longe, enquanto olhava para Yonkai. Ela estava feliz, também gostava de ver a forma que ele evoluía.

— Eu chegarei aí em um, ou melhor, alguns pulos. — Yonkai usou a técnica que havia acabado de aprender e ia em frente.

Quanto mais vezes o Genin fazia, mais adaptado ele ficava. Era uma prática iniciante e bem simples de se fazer, bastava apenas um tempo praticando até qe fosse perfeitamente dominada. Avançando mais a frente do lago, houve um momento em que ele caiu em um salto. Sua movimentação estava boa, o problema era apenas o fato de que aquela pedra estava muito longe do ponto de partida.

Yonkai andou até a pedra, analisou o percurso entre as duas: a que ele estava, a de londe ele saltou. Estabeleceu que a distância máxima que poderia saltar com segurança era de aproximadamente sete metros, ele evitaria saltar em distâncias além desta. Seguiu correndo através das pedras, reduzindo a distância entre ele e Hanna.

— Tô vendo. Nunca vai me pegar assim! — Sarcástica, Hanna fugia de Yonkai de costas para ele.

— Vamos ver. — Era visível a diferença entre a velocidade dos dois, porém isso não era tudo naquela situação.

Yonkai sabia que se ele saltasse para a esquerda, ela iria fugir para a direita, e vici-versa. Com este conceito, ele guiou ela até um caminho até chegar no limite, e ela não ter mais para onde correr. Aproximadamente vinte saltos e ele finalmente a alcançou, onde os dois caíram sob a água.

— Está bem. Você me pegou! — Adimitia frustrada.
— Você deu mole, deixou que eu te cercasse. — Ele olhava para ela sorridente, comemorando o que havia conseguido.
— Você vai ver na próxima. Eu conseguirei saltar o dobro da distância e quero ver você me pegar novamente. — Ela apontou o dedo na direção dele, e lançou o desafio.

Os dois voltaram para a margem onde estavam suas camisas. O desafio foi lançado e Yonkai estava animado para supera-lo. Na próxima vez que eles brincassem daquilo, os saltos teriam o alcance maior e seria uma competição ainda mais acirrada do que aquela. Tão feliz que havia esquecido, por um instante, da culpa que sentira há pouco.


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BOOM.

O Dia estava correndo, eram meio dia. Os dois estavam com fome e Yonkai já estava prestes a convidar Hanna para fazer um lanche em qualquer lugar. Ele estava muito contente de ter ela por ali, isso era tudo o que ele tinha para não enlouquecer em virtude dos acontecimentos mais recentes. Os dois passaram o dia praticando suas técnicas, e inclusive encontraram a divertida forma de treinar mobilidade através de uma corrida entre as pedras do rio. Antes que o garoto convidasse a moça para descansar, ela o fez mais uma proposta.

— Ei, Kai, você podem e ajudar a praticar uma coisa com o meu jutsu. — Hanna junta as mãos e se encena em simpatia e doçura, fazendo o seu pedido.
— E o que é? — Por aquela cara, Yonkai julgou que ela fosse pedir algo bem difícil. Ele lançou nela um olhar desconfiado e questionou o que ela precisava.
— Eu não vou dar muitos detalhes. Só quero saber se você consegue identificar o que vai acontecer a seguir. Vale tudo. — Determinada, fechou os punhos ao finalizar a sua frase.
— Está bem! — Aos olhos da moça, ela parecia determinada a testar alguma estratégia. O Rapaz estava há um tempo tentando melhorar sua capacidade de analisar ao redor aceitou o desafio com a determinação de quem vai conseguir.


Os dois estavam preparados para iniciar o confronto. Havia uma singela distância de aproximadamente 10m de ambos até que a prática finalmente fosse iniciada. Hanna utilizou sua técnica Shunshin no Jutsu para locomover-se para trás de Yonkai e desferir uma rasteira, o mesmo conseguiu percebe-la devido a um suposto erro dela de demorar dois segundos para executar seu ataque, e saltou em uma evasão perfeita ao qual ele saltou para trás. A moça pôs seu plano em prática, o tempo ao qual o garoto teve para perceber o ataque e esquivar foi o tempo em que ela estava fazendo os selos de mão, e a combinação de um Shunshin para trás dele foi apenas para que ele não visse este detalhe, a moça teve sucesso em implantar seu Genjutsu sem que ele notasse.

Yonkai atacou Hanna com um chute, e ela saltou para trás para proteger-se. O Rapaz foi atrás dela, porém foi impedido por uma explosão que aconteceu no meio do caminho, onde ele reagiu esquivando-se dela.

— Mas o que é isto, Hanna? — Perplexo, ele questionou. Era uma simulação de combate, porém aquilo poderia tê-lo matado. Estava horrorizado com o nível que aquela prática chegou tão cedo.

A Genin não disse uma palavra, ela apenas deu um sorriso de leve e sinalizou que continuasse. Ela sabia que ele jamais seria danificado por aquilo, porém não podia sinalizar que era apenas um Genjutsu, e seu objetivo era avaliar o quanto ela era capaz de fazer uma extensiva ilusão parecer uma sequência de Ninjutsus.

Yonkai estava começando a ficar nervoso com aquela situação. Ele encarou a sua parceira e depois a explosão, e avançou para cima dela atento para não acabar sendo envolvido em uma daquelas bombas ao chão.

Ao caminho, Hanna acionou outra ilusão de explosão para pegar o garoto. Ele executou os selos de mão previamente e utilizou o seu Shunshin para cintilar para trás dela, performando uma perfeita evasão, e além disso ele soltou seu fio ninja ao ar e segurou as pontas. Yonkai estava tentando descobrir o que ela fazia, e olhou para seus sinais de mão a todo instante a fim de avaliar o que estava acontecendo. Em seu ataque, ele a chutou por cima de tal forma que ela fosse tentar esquivar-se indo a encontro do cabo, o garoto puxou o cabo no momento que ela evadiu seu chute.

Para não ser capturada, a moça usou o seu Shunshin no Jutsu e moveu-se para longe. Com seu Genjutsu, ela largou outra explosão, ao qual o Genin já estava atento a ela e desviou com um salto.

Muita coisa não fazia sentido até então. O Rapaz não foi atingido por nenhuma explosão, mas sentiu que algo estava errado: Ele estava perto da explosão e não sentia o calor do fogo, assim como também não sentia o cheiro da fumaça e da poeira no chão; O fio de aço foi pego na explosão e nada aconteceu com ele, saiu intacto; Se sentia muito cansado, bem mais do que deveria.

Yonkai conferiu o seu fluxo de Chakra a fim de avaliar o que estava acontecendo e, através de todas aquelas irregularidades, constatou que era um Genjutsu. Ele fez a técnica de reversão e ajustou seu fluxo a fim de corta-lo.

— Você deixou muitos rastros. — Disse para a moça após desfazer a técnica.
— Ah ... Eu preciso praticar mais. Obrigado, Kai. — Ela estava sem graça por ter falhado. Coçou a cabeça e expressou um sorriso.
— Mais alguma coisa, paixão? — Encarava. Estava visivelmente cansado e queria descansar.
— Não, vamos lanchar. Já tenho até um lugar. — Ela tomou a frente, e nem sequer deixou que ele argumentasse.

Yonkai estava começando a acostumar com Hanna. Nos primeiros dias ele estranhou esse jeito dela, de quem só fala o necessário e toma atitude. Ele a seguiu. Em todo o percurso em que estiveram em silêncio, ele refletiu sobre o que havia descoberto nesta prática: Avaliar o ambiente é muito importante para descobrir as situações em que ele está, é preciso verificar cada detalhe e tomar rápidas decisões acerca deles.

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(Acrobacia pt 3)

A Leveza de uma luta.

[Ano 1238]

Naquela semana, muita coisa tinha acontecido com Yonkai. Em seus destaques, ele havia sido humilhado no Dojo por conta de sua deficiência em suas técnicas, contudo feito uma grande amiga naquele cenário. Tobias, em sua vez, tornou a tentar humilhar as crianças que ele não gostava na sala de aula e fazia isso de forma indiscriminada. As crianças já estavam notando a forma desbalanceada de organiza-las, porém nenhuma teve a coragem para fazer algo a respeito.

— Novamente, faremos um combate entre Yonkai e Beatrice. — Tobias selecionou as crianças do Dojo para um combate direto entre si. Exatamente como antes, ele selecionou a mais habilidosa contra o novato, persistindo na tentativa de humilha-lo e faze-lo desistir.

Beatrice era uma excepcional aluna, nenhuma outra criança daquele Dojo foi capaz de derrota-la em mais do que uma em cinco lutas. Contudo ela não era uma criança que sentiria prazer em humilhar um novato, e é por isso que antes da aula ela repassou alguns conhecimentos para o garoto praticar, ela queria vê-lo superar o rancor daquele homem corrupto e odioso que ocupava a posição de Sensei.

Os dois se posicionaram diante ao outro, prontos para por em prática o que haviam treinado juntos. Beatrice avançou com um gancho lateral e na sua sequência, um chute por baixo. O garoto reagiu agachando para esquivar do soco, porém o chute por baixo pegou bem no rosto do mesmo. Ele foi jogado para trás.

Recobrando sua consciência, Yonkai respirou fundo e encarou a sua oponente, onde os dois analisavam predatoriamente os passos um do outro em busca de uma oportunidade de atacar. O Garoto foi para cima e atacou com um soco por cima e em seguida um chute por baixo, exatamente como ela o fez. Ele tinha a intenção de estudar os passos defensivos dela, que desviou o seu punho com sua mão e saltou do chute, porém ela puxou o seu punho para desequilibra-lo e romper com a sequência, e deu um chute na altura de sua barriga.

Yonkai passou alguns segundos em um forte estado de cansaço, com o diafragma pressionado foi necessário respirar muito fundo para voltar a fazer esforço.

— Nós conversamos sobre isso mais cedo. Você se esqueceu? — Ela estava um pouco decepcionada, porém ela queria muito ver o progresso, e relembrou ao garoto enquanto ficava de pé a frente dele.

— Sim, é verdade. Obrigado. — Yonkai levantou-se e respirou fundo, esforçando o seu corpo para retomar sua respiração normal.

Aqueles passos eram defeituoso. Ele já sabia de seu erro e ainda assim o cometia, mas desta vez, ele a encarou e preparou-se para não fazer do mesmo. Em uma luta, era preciso atacar de forma cuidadosa, analisar os próprios pontos fracos e estar sempre pronto para protege-los. Só deve expor em um ataque quando tiver a certeza de que vai acertar, e o oponente não conseguirá contra-atacar.

Yonkai foi até ela correndo e começou com um soco, ao qual era segurou. Se ele abrisse a guarda, ela aproveitaria, então ele a desarmou puxando o seu punho de volta agarrando o braço dela, abrindo uma abertura no outro lado ao qual ele usou para socar com a outra mão. Ela reagiu saltando para trás enquanto puxava os dois braços de Yonkai, posicionada para em seguida avançar batendo com uma joelhada no rapaz. Ele saltou o mais alto que podia e escapou da altura do seu joelho, aproveitou do impulso feito por ela e atirou-se com tudo, usando seu peso para derruba-la.

Beatrice sentiu uma queda crítica, ela foi arremessada com toda a força em uma linha reta. Yonkai, em sua vez, usou sua prática já feita e rolou ao chão para cair com delicadeza e rapidez.

Ele estava de pé e ficou encarando-a enquanto levantava. — Agora estamos quites. — Sorridente, dava a ela a mesma chance de se recuperar que havia recebido dela naquele mesmo treino. Os dois se admiraram em passos, com os mesmos olhos que as outras crianças assistiam o treinamento. Tobias por sua vez estava interessado, ele viu um certo potencial no garoto e se permitiu apreciar a luta, até esquecendo que era um dos alunos que ele não gostava..

Biatrice demonstrou o porquê de ser considerada a mais habilidosa da classe. Ela correu em direção a Yonkai e já chegou com uma voadora, o garoto esquivou e tentou virar nela com um soco enquanto ela pousava ao chão, porém ela posicionou-se rapidamente e correu mais dois passos para esquivar-se, fez um impulso que a jogou para trás, agarrou o braço de Yonkai para não deixar que fugisse e deu uma palmada em sua barriga. O Garoto não conseguiu escapar, porém reagiu abaixando-se para proteger a parte fácil da barriga, e reduziu o impacto fazendo com que ela acertasse a estrutura do peito no lugar. Ele reduziu o impacto do empurrão dando passos para trás e avançou na luta, com um chute na altura da barriga, aproveitou-se da curta distância e mau posicionamento dela.

Em reflexo, ela sequer tentou esquivar e deu um chute na perna de seu oponente que estava ao chão, fazendo-o cair. Seu corpo foi jogado ao lado direito, visto que era a direção de onde veio o chute dela. O Garoto inclinou todo o corpo naquela direção e pôs as mãos no chão para retardar a velocidade da queda e cair sem sofrer danos. Enquanto isso, Biatrice foi jogada para o lado esquerdo por conta do impacto do chute que recebeu.

Os dois reposicionaram o quanto antes e assumiram a postura de combate. Contidos pelo som do apito de Tobias, respeitaram o fim da luta, pois precisavam dar a vez para outras crianças praticarem.

Embora Tobias tenha desprezado, ele impressionou-se com a forma que o rapaz havia melhorado. Fiscalizar os seus próprios movimentos para evitar aberturas facilitou muito a evasão e bloqueio dos ataques da oponente, além de que aquela movimentação menos ousada fez com que o seu corpo sempre estivesse apto a movimentos extensivos quando melhorados, permitindo um pouso de emergência quando derrubado. Yonkai sentou para assistir a luta dos outros genins estando satisfeito com suas habilidades defensivas tendo melhorado.

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Erros inadimissíveis.

Ao enfraquecer do sol naquela tarde de verão, Yonkai e Reiner estavam praticando entre si como faziam toda manhã, porém desta vez foi ao fim da tarde. Apesar da discrepância de habilidades dos dois que faz com que apenas o Genin tenha algo relevante a aprender em um treinamento de combate, é útil para aquele ninja experiente manter o corpo bem longe de sedentarismo.

— Shintenshin no Jutsu. — Após uma sequência de golpes, Yonkai posicionou suas mãos e descarregou sua energia espiritual. Acreditava que aquela sequência de ataques era suficiente para desfocar os olhos de seu oponente e atingi-lo com um golpe.

— Hm? — Ficou em choque ao ver aquilo. Havia dito palavra por palavra os riscos daquela técnica e que ela precisa de muito cuidado antes de ser disparada de qualquer jeito.

Reiner usou de sua mobilidade ao máximo, um pouco além do que estava demonstrado naquele treinamento, e esquivou com sucesso da técnica. Exatamente como prevê o jutsu, o corpo de Yonkai ficou jogado ao chão enquanto a sua consciência vagava ao ambiente. O ninja mais experiente pegou seu corpo e o encostou em uma árvore enquanto ele não acordava novamente.

Ao retorno do corpo, por conta da imprudência de utilizar uma técnica que não admite falhas, uma bronca foi dada ao vivo e um sermão sobre o que poderia ter acontecido durante todo aquele tempo em que estava inconsciente caso acontecesse em uma batalha. Durante todo o decorrer da noite, esteve pensando sobre como faria para lidar com a imperfeição da técnica durante a sua vida ninja, era preciso uma tática para isso.

Em momentos de reflexão enquanto executava os afazeres domésticos, o garoto pensou em uma tática para esconder-se no meio da luta. Ela consistia em usar a técnica de clonagem e uma atuação a fingir que era um clone, exatamente como havia feito no passado com os treinos em equipe com seus companheiros. Protegido pela distração criada, executaria a sua técnica em uma condição segura.

Um dia se passou, e o rapaz dirigiu-se a uma área de treinamento pela manhã. Como combinado, Hanna e Yonkai sempre apareceriam naquele dia da semana e horário, exceto se sinalizado um imprevisto.

— Então, tem uma coisa que eu quero testar. Assim como você fez daquela vez, eu não irei te falar o que é. — Entusiasmado, ele disse à sua parceira assim que a viu, e preparou-se para botar em prática a sua teoria sobre como utilizar sua técnica. Estava confiante do que iria fazer, transparecia em seu rosto a auto confiança que esteve idealizando durante uma noite inteira.

— Também tem algo que eu quero fazer, mas tudo bem, vamos começar com você. — Hanna aceitou sem dificuldades, como previa o acordo feito pelos dois anteriormente. Ela se posicionou um pouco distante e manteve os olhos fixos a Yonkai, e fez um sinal com a mão de que estava preparada.

Nem um bom dia foi dado, o garoto estava eufórico para botar sua idéia em campo. Era algo muito importante para aquele que gostava tanto de seu jutsu e precisava de segurança para executa-lo.

Como previa o roteiro montado na noite anterior, Yonkai iniciou convocando todos os seus clones com a técnica Oboro Bunshin no Jutsu. Havia um total de vinte imagens formada ao redor do rapaz, onde ele estava pouco a esquerda do centro de todas as imagens formadas a sua frente, planejados cuidadosamente para que a posição do verdadeiro fosse oculta desde já. Eles caminhavam lentamente ao redor da moça, que questionava para si mesma qual era o verdadeiro entre as imagens postas em campo.

Em um atuação de nível mediano, o garoto conseguiu ocultar-se. Contudo isso não era suficiente para disparar a sua técnica, Hanna estava atenta encarando cada uma das imagens, seus olhos predadores seriam capazes de encontrar qualquer irregularidade em um dos movimentos do exército. As imagens foram a frente, atacando Hanna. Ela era forçada a se proteger deles e aos poucos adquiriu informações básicas sobre a técnica de clonagem, como a intangibilidade dos indivíduos e suas propriedades que eram próximas de um Genjutsu, ela sequer sabia que um Ninjutsu poderia ser tão parecido com um, e confirmou esse fato ao avaliar o próprio Chakra e concluir que nada daquilo era uma ilusão.

Enquanto Hanna analisava a clonagem e lutava contra as imagens em busca do verdadeiro, ele estava ali, observando-a e procurando uma brecha. Ao momento exato em que ela virou de costas, Yonkai usou seu Shunshin no Jutsu e ocultou-se atrás de um arbusto. Ela notou algo estranho, um som vindo por trás e virou as costas. Não foi capaz de ver com seus próprios olhos, mas ela tinha a noção de que algo aconteceu ali. Uma gota de suor despencou do rapaz, ao identificar que sua cintilação foi imperfeita e isso poderia ter acabado com o seu disfarce. Usando de seus clones, o rapaz pressionou Hanna a tirar os olhos de trás ao aumentar a frequência de seus ataques.

A moça já estava ficando cansada de enfrentar aquelas imagens que não acabavam mais enquanto buscava pelo original. Ela subiu em cima de uma árvore e começou a avaliar de volta, enquanto testava se escalar e saltar era uma habilidade dos clones. Yonkai a encarou ao ver que ela não havia o encontrado, precisava fazer uma possessão perfeita para que ela não caísse da árvore e corresse o risco de alguma fratura. — Shintenshin no Jutsu. — Ele disparou a sua energia e atingiu com sucesso o alvo.

Ao interior do corpo do alvo, ele adentrava. Ele nadou ao seu interior e encontrou a consciência da moça, a tocou e tomou seu lugar. Saltou da árvore em segurança ao finalizar a possessão, e chegava ao chão enquanto via seus clones desaparecendo um a um, e o original caindo de um arbusto onde havia se escondido.

Ao interior, do corpo de Hanna, a consciência dela estava suprimida pelo garoto Yamanaka com a técnica de seu clã. A tática de utilizar a distração dos clones foi suficiente para criar a abertura necessária. Em prática, sua tática para acertar técnicas que não admitem falhas foi um sucesso. Sem a intenção de mantê-la presa, fez o sinal de mão e desfez a possessão, retomando o seu corpo.

— O que foi isso? — Ainda não sabia o que havia acontecido, Hanna voltou a consciência e não encontrou os clones. Um segundo atrás eles estavam ali. Sem muito tempo para pensar, ela se colocou em posição de luta para retomar o combate e deixou as perguntas para responder durante a luta.

— Isso foi um jutsu de possessão. Eu estive dentro do seu corpo. — Saía do arbusto ao levantar. Seu corpo tinha leves arranhões e sujeira da vegetação, ele limpava-se enquanto saía do esconderijo.

Hanna ficou perplexa ao ouvir aquilo. Pensando bem, além dos clones terem sumido, ela também não tinha entendido como ela estava no chão, estava certa de que havia subido na árvore. Ela só acreditou, visto que ela jamais cairia daquela altura em pé estando inconsciente.

Chocada, Hanna aceitou o fim do treinamento e começou a levantar suas questões sobre aquela técnica, porém deixaria os detalhes para outro dia. Ela também tinha o que treinar e deixou suas dúvidas para depois.


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Viagem em um pulo.

Hanna e Yonkai haviam acabado de praticar uma tática bolada para reduzir as falhas de uma técnica do rapaz. Após o sucesso, os dois pararam um pouco para descansar, visto que o garoto estava cansado por conta do excesso de gastos.

— Ei, Kai, vamos praticar o salto entre as árvores. Acho que é uma boa idéia para agora. — Hanna levantou-se e olhou para as árvores, e apontou para elas por conta das distâncias entre elas.

— Deixa eu descansar mais um pouco, estou exausto. — Disse o garoto, ainda cansado da sequência de jutsus que utilizara no treinamento anterior.

— É por isso mesmo. Saltar árvores não vai desgastar o seu chakra, porém vai melhorar o seu fôlego e fazer com que aumente a durabilidade. — Argumentou enquanto gesticulava com as mãos a prática.

Parando para analisar a situação, é verdade. O trajeto em árvores é um conceito básico dos ninjas, é uma forma mais fácil de viajar, e ao mesmo tempo é uma forma de praticar a mobilidade do ninja. Exatamente como acrecentou Hanna, é sempre conveniente praticar o fôlego e a resistência de cada indivíduo, e por isso aquele cansaço poderia ser bem mais do que um empecilho. — Está bem, vamos subir. — Após poucos segundos sem reação, Yonkai foi convencido e subiu na árvore.

Os dois começaram a saltar entre os galhos. Era uma prática mais difícil do que parecia. Em seus primeiros passos, escolheu os galhos mais próximos uns dos outros. O primeiro salto foi um sucesso, o segundo, contanto, foi um erro. Era um galho menos grosso que o anterior como ponto de partida, e por isso era preciso um pouco mais de força para criar uma mesma distância do anterior.

O Garoto caiu no chão, chegou bem perto de quebrar a perna por conta da posição que caiu. Ele caiu no chão e não se quebrou pro pouco, foi capaz de cair com leveza. Ele olhou para cima e analisou os galhos com cautela e avaliou a sua falha, e subiu novamente ao galho.

— Ei, Kai, você está bem para continuar? — Hanna estava visivelmente preocupada, ela viu aquela queda e estranhou que ele levantou-se tão rápido.

— Sim, eu estou. Eu só não estarei se cair de novo, porque tentarei algo ainda mais ousado desta vez. — Brincava com a garota enquanto esboçava um singelo sorriso.

—  Porra, Kai, não seja im ... — Ela ficou irritada com a resposta. Porém seu sermão foi interrompido.

Terminando de analisar as árvores e planejar seus movimentos, Yonkai saltou de um a um em curtas distâncias enquanto modificava seus movimentos de acordo com as necessidades. Partir de galhos finos ou grossos alteraria a força necessária para saltar, tal como também era influenciado pela distância.

Tão útil como locomoção do mundo Shinobi, é uma forma de o rapaz praticar sobre como o impulso do seu ponto de partida pode ajudar na sua locomoção, conseguia alcançar distâncias maiores na sua mobilidade se o fizesse da forma correta e soubesse aproveitar o que tinha para usar além de seu corpo. No decorrer da prática, o hábito foi se tornando menos difícil, assim como o limite do quanto ele poderia saltar.

Os dois continuaram saltando entre as árvores até o momento que o fôlego do garoto se tornou um problema insuperável. Seu rendimento caía conforme cansava, e por isso desceu ao chão. Finalizou a prática com um recorde de aproximadamente onze metros, contados de forma arbitrária a olho nu.

— Precisa treinar mais, você cansou muito rápido. — Disse a garota, enquanto bebia um gole de água. Em seguida, ela deu a garrafa ao seu parceiro.
— Sim, é verdade. Hoje mesmo eu começarei com isso, assim que eu estiver revigorado. — Ele pegou da sua mão a garrafa, e a bebeu após terminar sua frase.


SEU NOME: 220/220 HP | 445/445 CH

Considerações:

Duas metades: a força e a fraqueza.

Hanna e Yonkai estavam localizados ao campo de treinamento, em descanso por conta da exaustão do rapaz ao saltar árvores. Evidentemente, eles não ficariam ali por muito tempo. Com a informação de que ele precisava praticar sua durabilidade em movimentos, Hanna sentiu que ela poderia usar disso para praticar as técnicas físicas dela.

— Ei, Kai, vamos fazer uma luta a mão limpa. — Ela erguia as duas mãos em forma de demonstrar que nada nesta proposta era incluído como ferramenta, exceto os corpos.
— Bem, tudo bem. Vai ser bom para mim. — Ele se posicionou enquanto ofegava. — Porém deixe que eu respire mais um pouco, ainda.

O Rapaz estava extremamente cansado, os dois haviam acabado de praticar a volta em árvores. Hanna tinha uma capacidade física muito melhor que a do rapaz, esse excesso de prática eram muito mais simples para ela do que para ele. Contudo, ele aceitou. Mesmo para alguém que se mantém em uma distância segura como este Genin, ter boas capacidades físicas é conveniente não só para lutas eventualmente necessárias, como também para diversas atividades que ninjas podem desempenhar.

Os dois estavam a uma distância de dez metros um do outro, se encarando. — Estou pronto. Quando quiser! — Yonkai deu à garota a chance de iniciar o combate quando ela quisesse.

A moça correu os dez metros tão rapidamente que, mesmo com os olhos predadores do rapaz à sua oponente, ele não conseguiu prever o que ela iria fazer. Instintivamente, ele conseguiu abaixar-se do chute que fora mirado por Hanna em seu rosto, apresentando melhora desde o último treino entre os dois que começou com um acerto assim, logo de primeira. Além disso, Yonkai a atacou com um soco na altura da barriga, aproveitando-se de que ela estava ainda com uma perna ao alto. Hanna saltou fazendo todo o impulso com uma perna só e esquivou-se, e mirou cair bem em cima do seu oponente.

Não conseguia analisar precisamente todos os movimentos da oponente, porém seu instinto o ajudava a esquivar em mérito às suas recentes práticas. Mal podia pensar no próximo movimento, porém conseguia adquirir algumas informações sobre ela. Nunca havia reparado nisso antes, mas era possível deduzir que ela era destra, visto que ela saltou todo o corpo apenas com a força do pé direito sem se desequilibrar e ainda executou um ataque com essa mesma perna. Isso era possível apenas para uma pessoa destra, visto a inexperiência da garota como ninja.

Yonkai avançou em frente e mirou um ataque no lado esquerdo no seu corpo, um gancho que ela teria dificuldade em bloquear por conta de ser o seu lado frágil. Ela inclinou seu corpo para o lado e moveu sua mão direita a fim de guiar Yonkai para onde fosse conveniente, e seguiu com uma rasteira que o derrubou. Antes que ele tivesse a chance de levantar-se, Hanna já estava em cima dele e o imobilizou ao chão.

— Quero ver sair. — Com sarcasmo, Hanna o imobilizou. Ela trancou o braço direito de Yonkai em uma chave de esquerda, com o outro braço, abraçou seu pescoço e deitou em cima dele, que estava deitado com a barriga para cima.

Era algo muito difícil de sair por conta dessa imobilização ser muito popular em dojôs pela flexibilidade que permite ao seu usuário, e ainda com o agravante de que o garoto já estava beirando a exaustão. As tentativas eram falhas, até que Yonkai parou, respirou e fez uma tentativa um pouco mais bem pensada. Usando da informação de que ela seria destra, o rapaz iniciou girando ao lado direito para engana-la, e em uma explosão de habilidade, forçou ao máximo que podia o lado esquerdo e jogou o corpo de ambos para aquela direção contrária.

Em virtude de o chão não ser um tatame para dojô, e sim um chão livre, a deslizada feriu Hanna no braço e estava sangrando. Em dor, ela parou a luta.

— Eu preciso de um tempo. — Levantou a mão e foi direto à sua mochila, derramou a água guardada para beber e limpou a terra de seu ferimento.
— Você está bem? — Yonkai aproximou-se dela, havia nítida preocupação em seu olhar.
— Só estou ferida e preciso parar de treinar por alguns instantes, nada demais. — Em um singelo sorriso, ela tranquilizava o rapaz. Ao terminar de lavar o ferimento, ela voltou a sua postura padrão.

Os dois interromperam o treinamento por conta do ferimento e, como fazem toda vez que treinam juntos, saem ao centro da vila para lanchar antes de voltar às atividades. Durante todo o dia dos dois, Yonkai contemplou a sua descoberta: lutar pode ser muito mais fácil se você usar o seu ponto forte cuidadosamente planejado para enfrentar a fraqueza do oponente. Contudo, ele refletiu sobre como precisa aprender a eliminar seus vícios e não deixar evidente ao seu oponente a informação de que ele é canhoto.


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Atletismo (Pt. 1)
200m em vigor.

Em quase todo instante de sua vida ninja, Yonkai nunca esteve sozinho, diferente daquele momento em que ele estava jogado na vila, sem companhia e sem nenhuma missão para executar. Feitas as tarefas em casa, dedicou esse tempo vago para fazer seu treinamento pessoal. Em virtude de não haver nenhuma técnica para praticar, dedicou aquele tempo para exercitar suas capacidades.

Era uma área de treinamento que estava convenientemente vazia, permitindo assim o uso de um amplo espaço. Para um ninja, é de suma importância uma boa forma. O garoto iniciou uma corrida e percorreu um total de 100m de distância até que seu fôlego já estava acabando, e ele precisou parar.

Sentado ao chão e analisando a sua distância, colocou a mão sobre seu peito e sentiu o seu batimento cardíaco mais acelerado do que o normal. Intensivos eram os seus treinamentos recentes de Taijutsu, era difícil dizer que toda aquela exaustão era apenas por conta de um sedentarismo que já vinha um tempo sendo tratado. O Genin fez críticas ao próprio jeito de correr e buscou melhorar a postura de forma a consumir menos energia e forçar menos o próprio corpo.

Em sua segunda tentativa, buscou executar passos mais largos exatamente como fora instruído na academia. Esses passos desgastam um pouco mais a pessoa ao executa-los, contudo, eles fornecem uma distância mais extensa de percurso que é compensável, fizeram com que o garoto alcançasse a mesma marca de 100m de distância em um tempo um pouco menor. Parando a sua corrida, analisou também que o seu corpo não havia se cansado tanto quanto na primeira tentativa para executar essa mesma distância.

— Mais. Eu consigo um pouco mais do que isso. — Transparecendo determinação, convencia a si mesmo de seu potencial.

Tendo a plena noção de que ele poderia percorrer mais do que 100m se forçasse ao máximo de seu limite, ainda não estava satisfeito com essa mudança. Voltou a criticar a sua forma de correr e testou uma nova mudança, usando uma respiração mais funda que absorvesse o máximo possível de oxigênio para desgastar menos o seu sistema interior, este era outro conceito antigo da academia ninja ao qual o garoto havia deixado para trás.

Desta vez, ele fez a sua corrida tendo além dos passos largos, uma respiração mais correta. Combinou duas mudanças na forma que fazia aquela corrida, e antes de atingir o seu limite de fôlego, bateu a marca de 200m de corrida.

Yonkai cansou e sentou ao chão, respirando fundo para retomar suas capacidades plenas o quanto antes. Ele analisou a distância que correu e esboçou felicidade em seu olhar. Ele manteve a calmaria durante alguns segundos até recuperar seu vigor, e voltou a praticar em busca de exercitar suas capacidades atléticas.


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Atletismo (Pt. 2)
Galho e pedras.

Em continuidade de seu treinamento de corrida, Yonkai esteve praticando todo o dia. Seus movimentos eram mais precisos e desgastavam menos o corpo, que se tornou o maior problema em questão de seu corpo ser inapto. Satisfeito com a marca de 250m que bateu durante suas práticas, o rapaz contentou-se que não entraria em forma da noite pro dia apenas com treinamentos, precisava também de uma boa alimentação e práticas constantes.

Era inconveniente forçar o seu corpo além do que ele poderia fazer, e por este motivo decidiu praticar suas capacidades com outra forma. Em uma analisada ao redor, haviam alguns galhos de árvores quebrados ao chão, provavelmente por conta de treinos de outros ninjas. Junto com algumas pedras ao campo, ao qual uma precisou ser rolada devida falta de força para levanta-las, Yonkai formou obstáculos no trajeto que fez, para praticar a corrida com obstáculos.

Haviam quatro obstáculos feitos com pedras e galhos para ser superados, posicionados do mais fácil ao mais difícil a fim de aumentar gradativamente a dificuldade conforme chegava ao fim do percurso. Uma pista de corrida nada profissional e e totalmente imperfeita, porém era o que havia conseguido para se virar.

O Rapaz iniciou a sua corrida e planejou fazer os 200m em até 1:40min, buscando manter uma velocidade de 2m/s enquanto ultrapassava os obstáculos. Ao primeiro, uma pedra foi facilmente pulada e serviu apenas como uma introdução. Em seu percurso, saltou um galho de árvore pouco mais alto que a pedra executando um impulso com a perna esquerda e pousando com a mesma, já inclinando o corpo para frente e dando continuidade ao percurso. Em terceiro obstáculo, era um outro galho um pouco mais longo, tentou o mesmo procedimento anterior e falhou devida extensidade daquele galho. Quebrou uma ponta do galho e raspou-o na perna, deixando um leve arranhão.

Devida a quebra daquele galho, ele tornou-se mais curto e certamente seria mais fácil de supera-lo. Contudo, o próximo obstáculo era uma pedra ainda mais difícil de ser saltada. Yonkai caminhou até ela e a analisou, estudou o que poderia fazer para salta-la sem atrapalha-lo e dar continuidade ao seu percurso dentro do tempo estipulado.

Ao fim de sua análise, retomou ao ponto de partida e refez toda a sua corrida. Aos mesmos procedimentos anteriores, saltou os três obstáculos e chegou próximo a monstra. Como fruto de sua idéia, o rapaz aproximou-se dela e, ao pisar com o pé esquerdo ao chão, inclinou todo o corpo para baixo e gerou um impulso bem forte, que julgava ser suficiente para saltar acima e além da pedra. Ele pousou inclinando novamente o corpo, flexionando os joelhos na queda afrouxando o impacto o mais rápido que fosse possível, e usou da flexão como impulso para ir em frente e estourar sua velocidade, chegando até a sua largada.

Em seu percurso, houveram alguns instantes em que fraquejou com medo de errar. Esse era um medo que já estava prestes a superar, uma vez que conseguiu saltar os obstáculos. Ele voltou a linha de partida, respirou fundo e disparou sua velocidade. Ele preparou seus passos a uma distância bem próxima de 50cm, e buscou fazer com que percorresse assim quatro passos em um segundo, mantendo constante a velocidade que queria atingir. Yonkai foi a frente e saltou os obstáculos um a um, de forma mais espontânea e com mais confiança em si próprio. A cada finalização, ele voltava atrás a fim de reduzir a dor da queda aos saltos e tornar seu pouso mais preciso e suave.

Satisfeito com sua prática, o garoto sentou em cima daquela grande pedra e contemplou o seu percurso. Seu corpo já não era mais tão frágil quanto antes, ele era capaz de atingir maiores distâncias com menos desgastes e com pouco tempo. Com um sorriso, ele virava o rosto para cima e encarava as nuvens, enquanto admirava a pessoa que ele iria se tornar, e isso o estimulou a continuar com seu treinamento.

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