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O Novo MundoTrama Atual

Após uma longa e devastadora batalha contra o Imperador Iedolas Aldercapt, Isabel Uchiha emergiu vitoriosa, sendo coroada como a nova Imperatriz de Nilfheim. Como uma de suas primeiras ordens, a nova monarca ordenou o recuo das tropas do leste, dando um fim àquele terrível conflito.

Infelizmente, a vitória não foi gratuita. O trono fora conquistado através de perdas irreparáveis, e agora a salvadora do oeste guardava do mundo um segredo importante.

Enquanto isso, envenenado e escolhido pela escuridão, Orion Noctilucent tornara-se avatar de uma entidade maligna vinda do mais profundo abismo de Elyos, convicto de que é chegada a hora da verdadeira invasão demoníaca.

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Genin de Kirigakure

[Missões] Tatsuki DragonTer Mar 23, 2021 8:39 pm

Missões — Ano 1245
Aqui se passarão as missões OP de Tatsuki Dragon, de forma atemporal. O cenário destas variam, de acordo com a construção do texto e do objetivo da missão. Como padrão, todos acontecimentos passarão no verão de 1245, a não ser que seja especificado o contrário.
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Genin de Kirigakure

Re: [Missões] Tatsuki DragonTer Mar 23, 2021 8:43 pm

Um dia de Lojista


Respirei fundo, sentindo a brisa fria indo de encontro ao meu rosto e me arrependendo quase que instantaneamente de não ter pego um agasalho mais grosso. Sabia que o clima não seria tão quente, mas Kirigakure havia amanhecido mais chuvosa do que o usual. Esfreguei meus braços com as mãos, tentando aquecê-los enquanto permanecia de pé, observando o movimento de civis na porta do estabelecimento. Estava dentro de uma loja de brinquedos infantis no centro da vila.

Era um lugar simples, mas tinha espaço suficiente para abrigar três estantes de mais de dois metros, preenchida com bonecos, bolas, pelúcias e tudo que uma criança poderia imaginar ter como presente de aniversário. As paredes eram pintadas em uma cor verde escura com aspecto antigo. Ao fundo, havia um balcão de madeira com um caixa, um caderno para anotar as saídas do estoque e algumas revistas de produtos para serem encomendados.

Talvez de maneira a manter o corpo aquecido, eu perambulava de um lado ao outro, hora sentado atrás do balcão, hora admirando os produtos. O proprietário havia saído não fazia mais de dez minutos e deixado a loja sob meu comando. Na minha mente, recordava-me das instruções que foram dadas no gabinete de missões. A tarefa do dia era clara: Cuidar da Urahara Shop até o horário de fechamento. Isso incluía não só efetuar as vendas, mas também prezar pela limpeza do lugar e atualizar os registros. Apesar de não se formar uma multidão de pessoas lá dentro, clientes apareciam com frequência e das mais variadas idades, o que não me permitia relaxar ou cogitar fazer qualquer outra coisa. Na primeira hora eu já imaginei o quão desgastante seria. Eu não tinha tanta facilidade em lidar com crianças, mas havia conseguido vender algumas coisas fazendo de mim mesmo uma atração.

No início não sei bem o que tive na cabeça, apenas estendi o braço e apoiei-o no chão, girando o tronco e me empurrando para frente enquanto esticava os pés, visando chegar ao outro lado e ficar de pé outra vez. Terminava o movimento com uma cambalhota, saltando na direção de onde havia vindo. Usava o corredor entre as prateleiras para outras variações de saltos. Algumas estrelinhas eram perigosas a ponto de passar próximo de derrubar uma das seções dos produtos e quase dar a mim mesmo um prejuízo maior do que iria ganhar com a missão. Mesmo assim, senti como se estivesse treinando meu próprio corpo. Fazia aquilo em média a cada 2 pessoas e mesmo que não conseguisse vender, fazia quase sempre um jovem sair sorrindo.

Quando o relógio apontou meio dia meu estômago roncou como um alarme. Havia trazido apenas um rámen enlatado de casa para servir de almoço, já que não iria poder ir para casa. Havia conseguido esquentar a água na casa ao lado, com a ajuda de uma gentil senhora que eu agradeci imensamente. Estava faminto de tanto trabalhar. Apesar de Kiri não ser um ambiente fraterno ainda se encontravam pessoas boas como ela, que auxiliavam como podiam principalmente os genins e membros da força ninja. Enquanto comia, olhava a chuva pela porta do lugar. Meus braços estavam cansados de tanto me estender para pegar brinquedos para as pessoas observarem de perto e de ter de limpar todas as prateleiras da nuvem de poeira depositada nelas. Era inacreditável o quanto de poeira estava acumulada nas seções mais escondidas. Haviam sido esquecidas tanto pelo dono quanto pelos clientes. As etiquetas dos produtos datavam de alguns anos e, de fato, todas as vezes que tentava oferecê-los as crianças recusavam com uma expressão feia. Não entendia bem. Eram bonecos de ninjas como outros mais visados. Não sabia se era a cor alaranjada ou a cara de mal que elas tinham.

De qualquer forma, o dia se alongou de maneira repetitiva. De tanto repetir preços e fazer anotações o tempo acabou passando mais rápido do que o usual. Não havia qualquer estímulo novo. Lá fora, nada se ouviu senão o ruído dos trovões e os passos apressados das pessoas.

Deixando a comida um pouco de lado, me pus a revisar as anotações e ver se havia as feito da maneira correta. Em uma só linha se encaixavam nome do produto, valor e unidades vendidas. Havia uma folha para cada dia e, embora percebi ter dias com praticamente 0 de vendas, a média era bem generosa, o suficiente para fazer o lugar sobreviver por longos anos. Tinha vagas lembranças dali, mas sabia que adorava que meu pai me levasse a Urahara. Talvez por esse motivo também tinha focado inteiramente na minha missão e deixado meus sentimentos um pouco de lado. Agora que havia diminuído o ritmo, as lembranças voltavam involuntariamente. Meu irmão e eu caminhando por entre as fileiras e escolhendo o nosso presente de aniversário antecipado. Praticamente todos os bonecos eu guardava em meu quarto até hoje.

Nunca havia sido uma criança rica, mas meu pai sempre fez o que podia para deixar a mim e meu irmão feliz. Com a morte da minha mãe, a única família que ele tinha éramos nós. Agora que estava mais velho, começava a tentar imaginar o quanto meu pai havia sofrido e o quanto ele gostava de nós. Toda a minha vida eu fora circundado de detalhes e manifestações de amor sutis, como um simples boneco. Um item que ele tinha ralado o dia todo, da mesma maneira que eu naquele dia ou talvez ainda mais. Só pra nos tirar um sorriso. Não gostava de ser emotivo, mas percebia o quão ingrato eu tinha sido com ele todo esse tempo. Sem nem ter dado um obrigado.

- Rapaz? -
Chamou o senhor o Urahara já de frente para mim. Pisquei os olhos, percebendo que estava pensativo já algum tempo. Não havia chegado mais nenhum cliente e havia me permitido ficar sentado ao chão com as costas apoiadas no balcão. Me levantei, me desculpando e lhe mostrando os números do dia. Ele examinou e estudou o lugar para ver se não havia nada de errado, mas logo me deu um sinal de positivo com o polegar, dizendo que eu já podia sair. Ele era bem rígido e sério para um atendente de uma loja como aquela, mas podia ver a expressão de gratidão em seu rosto, como se eu houvesse feito a faxina que ele não conseguia fazer há um tempo. Certamente ele tinha mais de sessenta anos. Seu rosto estava preenchido por rugas e sua coluna já estava um pouco envergada, o que lhe dava um aspecto engraçado ao caminhar. O que mais me surpreendeu, no entanto, fora sua generosidade ao acatar um pedido meu. Eu planejava pagar por um dos bonecos que não lhe davam lucro algum, mas ele simplesmente me deu como presente. Tinha algo em mente.

Corri para pegar minha recompensa no gabinete, ainda sentindo meus braços e pernas doloridos das acrobacias que tinha feito. Consegui chegar um pouco atrasado para o jantar, mas ainda há tempo de ver meu coroa acordado. Meu pai ainda estava a mesa, já terminando seu prato. O meu ramen estava a sua frente, certamente já um pouco frio. Estendi minha mão para ele, entregando-lhe o boneco. O ninja tinha cabelo branco e uma bandana sem símbolo na testa. Usava colete verde e tinha músculos tão grandes quanto um lutador experiente num dojo. Sabia que ele não havia compreendido bem o gesto nem o que eu estava pensando para fazer aquela surpresa. Também não soube explicar. Mesmo assim, foi esse o relato da minha missão como recepcionista e o primeiro boneco que eu comprei para o meu pai.
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Re: [Missões] Tatsuki DragonQua Mar 24, 2021 3:52 pm

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Re: [Missões] Tatsuki DragonQua Mar 24, 2021 4:03 pm

Leve a senhorita para passear

Sisi Ryumaru, 8 anos, 9kg, pelagem branca. Apenas 40cm de altura, mas com a bravura de um gigante. Essa era a minha missão no dia de hoje. Fora designado logo cedo para tomar conta da senhorita Sisi (como sua tutora insistiu que eu a chamasse). Presa em casa há alguns dias, a cadelinha ansiava por uma boa caminhada ao ar livre, mas sua dona era uma mercadora tão ocupada que não havia tempo para isso. A tarefa era fácil, mas estava engando quando pensei que seria simples.

Ela simplesmente não conseguia ficar calma. O animal latia e rosnava para praticamente todos que passavam a seu redor. Tive me atentar para que ela não estragasse a roupa de ninguém, pois vez ou outra ela se jogava em uma mordida aleatória contra as calças de quem se aproximasse demais. Eu que o diga. A única maneira de fazê-la reduzir um pouco o ritmo era fingir que ela estava me machucando. Talvez se preocupando comigo, ela voltava correndo e me encarava entortando um pouco o rosto. Precisava esforçar ao máximo para que minha atuação soasse e parecesse convincente, o que me rendia as vezes uma mordida, outras alguns metros de paz. Fora assim por um longo período. Tempo suficiente para que se tornasse mais natural para mim fingir dor. Se continuasse daquela maneira, ao fim do dia seria no mínimo um ator de teatro.

- Ela é sua? -
Disse uma voz familiar mais atrás. Virei o rosto, identificando um rapaz da minha idade com uma bandana amarrada no pescoço. Seu cabelo estava raspado e suas vestes estavam diferentes, mas eu me lembrava dele da academia ninja. Seus olhos eram escuros e sua pele pálida agora estava suja do que me pareceu graxa ou algum óleo. Dei um sorriso de canto. Estava feliz em vê-lo após tanto tempo. Havia perdido contato com praticamente todos os meus colegas de sala. Yonkai e Suyo eram os únicos que eu mantinha contato devido sermos companheiros de time. Estava tão concentrado em missões e treinamentos que praticamente tinha deixado de lado as amizades antigas. Não vi problema em parar para conversar com ele. Bom, se ele tivesse parado.

- Tatsuki, certo? -
Apertou minha mão em um cumprimento e se pôs a andar a passos calmos, como se me chamasse para ir junto dele. Assim o fiz, perguntando-o sobre o que tinha feito depois da graduação, como se não fosse óbvio. Ainda estávamos na base da pirâmide, então ainda nos eram entregues todo tipo de missão mais simples. Shin havia acabado de sair da oficina, onde serviu de auxiliar por um dia inteiro. Estava exausto, mas contou que também estava contente em poder conversar comigo.

- Será que um dia vão nos dar tarefas mais importantes? -
Perguntei, expondo uma indignação contida em mim e que nunca tinha ousado expor. Percebi que sussurrava, como se fosse um tabu. Um segredo que havia confiado somente a Shin e a senhorita Sisi. A pequenina não havia se aquietado em momento algum, se debatendo e lutando contra mim motivada pela vontade de morder a panturrilha do meu colega até o osso.

- Você acha que está pronto? -
Questionou-me. Tentei não me sentir ofendido, com aquilo, mas a pergunta fazia sentido. Eu realmente estava pronto para enfrentar o perigo. Seriam meus ninjutsus poderosos o suficiente para enfrentar adversários como o Suyoshi? Já seria eu o suficiente? Talvez o problema não fosse o gabinete de missões ou o preconceito com genins da base. Como eu queria enfrentar obstáculos maiores sem superar meus próprios limites?

Respondi negativamente com a cabeça, puxando Sisi para perto de mim e segurando as com as mãos, recebendo pela primeira vez alguns lambidos de carinho. Conseguiria ela sentir a minha aflição e impotência?

– Devíamos praticar juntos qualquer dia desses –
Convidei-o. Já havia percebido que treinar em equipe era muito mais produtivo. Se quisesse refinar as minhas técnicas, precisaria de ajuda para refinar meu controle. Fiquei mais tranquilo quando ele disse que sim e após algum tempo relembrando bons momentos da época de estudantes nos despedimos. O restante do percurso tentei dar atenção a Sisi, mas meus pensamentos estavam em outro lugar. Ser recepcionista, passear com cachorros, procurar por coisas perdidas na rua. Seria realmente esse o auge da minha utilidade naquele momento? Estava com raiva de mim mesmo. O único culpado da minha mediocridade.

Quando retornamos a casa da senhorita Sakura, a cadelinha estava com uma expressão de felicidade, me encarando com a língua para fora, como se perguntasse “Quando iremos de novo?”. Prometi baixinho que logo logo voltaria pra ver ela e bati na porta da residência, a entregando de volta ao seu lar. Naquele instante, percebi o quanto meu ombro doía de cansaço de tanto puxá-la e ter de me esticar para que ela se mantivesse na linha ou não voltasse para casa toda suja. partindo para o gabinete de missões buscar minha recompensa.
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Re: [Missões] Tatsuki DragonSáb Mar 27, 2021 4:18 pm

Reposição da Academia

A princípio, havia uma sala inteira de caixas para descarregar. Mas não demorei para pegar o jeito de organizar as coisas com mais fluidez. Espalhados pelo quarto e organizados em prateleiras metálicas, haviam desde pergaminhos até armas do arsenal básico, cada um com uma destinação específica e cuidados que eu precisava me atentar. Estava com a camisa encharcada de suor e não fazia mais de meia hora desde que havia começado. Não tinha esgotado nem dez por cento do estoque, mas a missão era clara: precisava repor tudo. Era um trabalho não só pesado, como chato e perigoso. Tive de me atentar várias vezes para caixas furadas ou frágeis contando materiais laminados como shurikens.

Percebi que passaria pelo menos a manhã inteira até me livrar de metade do que estava ali. O passo a passo era cansativo, mas simples. Na borda da caixa havia uma etiqueta com o nome da sala e as instruções de depósito. Armas de arsenal quase em sua maioria iam para o espaço de treinamento dos estudantes. Parte dos pergaminhos ia para algumas estantes nas salas de aula, outra parte para a biblioteca e assim ia revezando. Só conseguia carregar uma por vez. Era o único meio de não derrubar nada. Quando se tratavam de livros, eu ainda arriscava carregar duas caixas, mas demorava quase o dobro do tempo por ter que andar mais devagar por conta do peso. Quando lá chegava, tinha de abri-las e preencher o papel dentro dela com meu nome, como responsável por ter conferido o conteúdo dentro delas. E assim o fazia. Vez ou outra notava a falta de uma coisa ou outra, o que resultava em mais papelada a qual eu tinha de entregar ao diretor para que ele tomasse as providências. Aos poucos fui me sentindo como se estivesse sendo monitorado.

As pessoas que passavam sempre mantinham o olhar fixo em mim, examinando minhas ações sem interromper seu percurso. Não entendia se estava fazendo algo de errado, mas continuava a minha tarefa. Vez ou outra conseguia ouvir alguns comentários como “Outro Genin? Será que vai roubar também?” O que me fez imaginar que essa tarefa já fora dada para alguém não muito honesto. Tentei não me sentir ofendido, afinal, eles estavam no direito de se sentirem desconfiados. Eles sabiam que nem todos que se formavam eram de boa índole. Para se tornar um genin bastava passar nas provas práticas e teóricas e aguentar os anos naquele lugar. Mesmo compreendendo eles, não pude deixar de me sentir desconfortável.

Não era horário de aula, então estive mais tranquilo quanto esbarrar em alguém. Haviam poucos transeuntes pelos corredores. Alguns zeladores e profissionais estavam conferindo se tudo estava em seu devido lugar, inclusive se eu estava fazendo tudo da maneira que devia ser. Outros genins pareciam estar fazendo missões ali mesmo, preparando algumas áreas para o dia seguinte. Senti uma certa nostalgia só de estar ali. Não havia mais de um ano desde que eu havia me formado e fora naquele lugar em que aprendi boa parte do que sabia hoje. Me orgulhava de ter dado meu melhor, embora nunca tivesse sido o melhor dos alunos.

Quando me dei conta, havia almoçado na lanchonete e já havia esvaziado o depósito inteiro. Restavam somente a parte das shurikens. As caixas já estavam no espaço para treinamento, no entanto, tinha de retirá-las da caixa usada para transporte e colocá-las numa das contidas na prateleira. Um recipiente branco e sem tampa que os estudantes retiravam e jogavam de volta os projéteis. Tomei distância, pegando uma das armas e a arremessando, vendo-a bater contra a parede já marcada dos lançamentos dos estudantes e cair na caixa que deveriam ser guardadas. Não via mal algum em praticar ali mesmo. Já havia terminado o que precisava fazer e estava com um tempo livre.

Encolhi o braço, trazendo-o para próximo do peito e então movimentando o antebraço, soltando os dedos para liberar a shuriken. Observava o trajeto dela até bater contra o alvo. Eu não era muito bom nisso. De fato, errava quase todos os arremessos, o que me forçava a caminhar até lá e colocá-la no lugar devido. Após esvaziar a caixa, já havia se passado pelo menos uma hora e meia. Sabia que a maioria das pessoas já estava se dirigindo a saída e eu corri para não ser deixado para trás. Com os comprovantes em mãos e as minhas assinaturas feitas, tive de fazer uma pequena parada na diretoria, deixando toda a parte mais burocrática lá e partindo para o gabinete de missões para buscar minha recompensa depois de um dia duro de trabalho.

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Re: [Missões] Tatsuki DragonSáb Mar 27, 2021 5:40 pm

Explorando a Biblioteca

Passei a mão pelas prateleiras, sentindo a poeira se acumular nas pontas dos dedos enquanto eu procurava pelo título específico. “Mapa dos Tenketsus – Princípios do Chakra”, era o almanaque o qual eu tinha que buscar. Um dentre as várias obras que a academia ninja havia solicitado. Minha missão no dia de hoje, embora parecesse simples, precisava ser cumprida por alguém que havia concluído a academia ninja. Além de ir atrás de livros que os professores haviam solicitado para suas aulas, eu precisava fazer uma lista de recomendação com base na minha própria experiência. Basicamente, eles queriam ajuda para selecionar os que seriam mais ou menos didáticos para alguém como eu.

Embora eu não fosse tão jovem assim, tinha concluído a academia não fazia muito tempo, o que os fez pensar que eu ainda tinha a mentalidade coerente com a de um estudante. Não me senti ofendido, afinal, a lógica deles até que fazia sentido. Passei então para a sessão de jutsus, buscando o que continha métodos de ensino das técnicas básicas de academia. O que eles pediram era um que eu não conseguira aprender nada, então me permiti começar as minhas recomendações com uma obra de autor diferente, não só mais didática, como mais precisa em seus conceitos. Quando me dei conta já havia concluído quase todos os livros da lista, o que me deixou confortável para procurar livros os quais eu tinha interesse. Primeiro, fui para o conjunto que falava sobre arsenais e listei um dos meus preferidos a respeito dos perigos e formas de manuseio de lâminas de arremesso. Eu não tinha um hábito tão viril de ler coisas novas, o que tornou as minhas recomendações um número baixo, com um total de dezenove obras das trinta que eles queriam que eu passasse. Como eu precisava ser sincero, anotei uma observação abaixo das que eu já tinha escrito “Ouvir dizer que esses outros também são bons:” e listei outros onze os quais tinha achado o título chamativo e que daria curiosidade para alguém da minha idade ou mais novo. Passei alguns minutos lendo três capítulos de “Armadilhas Ninja: Como fazê-las e como escapar delas”, entendendo os conceitos sobre como utilizar os Kibaku Fuda.

Já sabia como ativá-los, apesar de termos poucas experiências com eles na academia. Haviam ali alguns métodos interessantes sobre o uso de fios de aço para deixar uma armadilha pronta, o que eu me interessei bastante. Embora não tivesse chance de preparar uma dessas contra Suyoshi em plena luta, se conseguisse alguma distração boa, teria tempo de pegá-lo em cheio. Não só isso, seria extremamente útil em situações em combates reais e em missões mais perigosas futuramente. Era de feitio meu pensar um pouco mais a frente, quando eu fosse mais do que um genin e precisasse lidar com situações diversas. Embora não fosse tão ansioso para ascender como shinobi, a sede por conhecimento era tão constante quanto o sentimento de impotência. Mais adiante, quase que como lendo meus pensamentos, havia uma sessão proibida. Na porta, havia uma pessoa sentada e encarando todo o cenário ao seu redor, como um vigia.

Sabia que ali haviam livros e pergaminhos que, embora não fossem de alto sigilo e pudessem estar numa biblioteca como aquela, só eram acessíveis a ninjas de patente maior, como os jounin. Nunca entendera bem o motivo, mas éramos alertados a manter-nos longe dali assim que entravamos. Decidi parar de me distrair tanto, parando só para terminar de ler mais alguns capítulos do livro de armadilhas só quando enfim terminei de selecionar os pedidos da academia e minhas próprias recomendações. Formavam duas caixas médias e um tanto trabalhosas de se carregar, o que me manteve de mãos ocupadas o tempo todo. Quando fui para fora, notei como o tempo havia passado rápido. Havia começado a selecionar os livros no começo da tarde e o sol já estava tão fraco que o céu indicava a proximidade da noite. Precisei andar o mais rápido que pude para conseguir chegar à academia a tempo.

Quando adentrei, já havia uma pessoa me esperando. A senhora Mave era uma velha conhecida minha da época que eu era estudante, o que a fez se sentir a vontade para me xingar devido ao meu atraso e me dar alguns tapas na nuca.

- Você cresceu, dragãozinho – Disse com uma cara de raiva, ainda chateada por eu tê-la feita esperar, mas certamente orgulhosa de ter me visto depois de tantos meses. Não sabia se era verdade. Mas estava contente de revê-la, embora achasse os tapas um exagero e nunca tivesse gostado daquele apelido. Me dirigi até o gabinete de missões para buscar minha recompensa e, com a minha missão oficialmente concluída, olhei se o livro de armadilhas ainda estava em meu bolso. Havia pedido a bibliotecária para levá-lo emprestado por alguns dias. Embora tivesse perdido algum tempo preenchendo a ficha de responsabilidade, sabia que era um bom investimento. Naquela noite, havia ficado até meia noite fazendo anotações e esquemas de armadilhas, imaginando meu próximo combate com Suyoshi e Yonkai.

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Re: [Missões] Tatsuki DragonDom Mar 28, 2021 11:22 am



Missões rank-D I, II e III

E aqui estamos novamente, Dragon. De maneira geral, gostei de como desenvolveu suas missões, você conseguiu incluir  acontecimentos anteriores criando assim uma nítida linha do tempo. O fato de ter aproveitado as missões para desenvolver o seu personagem em algo que considero como traços importantes para a trama do mesmo (como o relacionamento e citação de amigos com que já interagiu em on-game), me prendeu a atenção, porém cuidado para não extrapolar e perder o foco.

Recompensa final: 15Ryos,  60XP,  1 ponto em Atuação, 1 ponto em Armadilhas e 1 Shurikenjutsu.

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Re: [Missões] Tatsuki DragonTer Mar 30, 2021 3:44 pm

Investigue os boatos de protestos

Respirei fundo, percebendo que havia sido rejeitado mais uma vez por um dos transeuntes. Quando tentava me aproximar das pessoas a grande maioria delas apenas virava a cara, como se eu fosse uma espécie de mendigo. Não estava com a bandana naquele momento, embora estivesse em missão, mas mesmo assim não era motivo para ser desrespeitado daquela forma. Tentei abordar de diversas maneiras, tentando ser mais engraçado e as vezes mais direto. Eu era horrível em mentir, mas me esforçava para parecer que tinha me mudado para o bairro recentemente. Vez ou outra conseguia uma resposta decente, mas nenhuma que contribuísse para a minha missão. A manifestação estava organizada para aquela semana. Não era protesto contra o líder atual de kirigakure, tampouco sobre alguma mudança ou medida política. Mas ninguém queria que um tumulto se formasse, tampouco que aquilo avançasse para algo pior. Eu fora incumbido de descobrir mais sobre. A primeiro momento, decidi me inteirar das informações que tínhamos até então. Segundo o relatório da missão, havia um estabelecimento aumentando os preços sequencialmente, acusando o excesso de dívidas e aumento de impostos como fator motivante.

A população local, claro, estava extremamente descontente com isso, independente de qualquer desculpa. Os membros de inteligência acreditavam que algum tipo de movimento estava sendo organizado, no intuito de assassinar o dono da loja. A primeiro momento, pensei que havia recebido minha primeira missão de maior rank, mas na verdade eu não faria nada perigoso assim ainda. Tudo que precisava fazer era reunir mais dados da população local. Aparentemente, um genin sem tanta fama e jovem conseguiria se enturmar com mais facilidade. Eu não tinha dificuldade em fazer amizades, mas nunca fora tão carismático ou bom de oratória, nem mesmo era cogitado para ser representante de turma na época da academia. Com certeza haviam shinobis mais capacitados para a tarefa, como Yonkai.

”Não tem o que fazer. Preciso fazer isso de algum jeito” disse a mim mesmo, encostando-me na parede de um supermercado e passando a observar o movimento de civis. Já estava a quase meia hora tentando puxar assunto com alguém. Havia entrado em bares, restaurantes e todo tipo de estabelecimento comercial da proximidade. Mas ninguém me respondia quando eu trazia o tema à tona. Minha cabeça se enchia de paranoias enquanto eu tentava me convencer que era impossível de todos ali estarem envolvidos. Ao final da rua, um homem apareceu, usando um sobretudo e calças pretas, o boné seguia o mesmo padrão, mas com um traço vertical no centro. O motivo de eu ter notado nele era a forma como ele encarava as outras pessoas. A cada passo era como se estudasse as conversas e o modo como se portavam, chegando até mesmo a interromper alguns diálogos, como um fiscal. Cheguei a ativar o Akagan, tentando usar os efeitos do meu dojutsu para ouvir melhor e tentar fazer uma leitura labial. Tudo que consegui distinguir fora “Ninguém pode saber. Faltam 5 dias”.

Fiquei tentado a abordá-lo. Se aquilo estivesse relacionado, seria uma chance de ouro de conseguir informação privilegiada. Mas o que faria se ele resistisse? Eu estava sozinho e o comando da missão era específico em não me envolver em nada perigoso demais. Seu trabalho não é esse, Dragon. repeti a mim mesmo, disfarçando e mantendo-me calado ali mesmo. Quando ele passou por mim, foi como se compreendesse o porquê de ninguém confrontá-lo antes. Ele tinha um ar de superioridade tão grande que eu quase me sentira esmagado. Semelhante ao meu sensei, sua própria figura me dava calafrios de um modo inexplicável e ilógico. Segurei meu braço quando notei que estava trêmulo. A respiração continuou ofegante por alguns instantes e eu tentei disfarçar, voltando a mim aos poucos.

Tentei segui-lo, mas por quase um minuto o meu corpo se recusou a agir. Estava inconscientemente aterrorizado. Foi aí que notei que a rua não havia mudado. Todos os transeuntes que estavam ali quando ele passou permaneceram imóveis, como se segurados por uma corrente invisível de desespero. Me movi, tentando conversar com mais pessoas e dessa vez obtendo respostas ainda mais grosseiras e até emotivas, solicitando que eu me distanciasse delas. Não sabia o que o setor de inteligência havia ouvido ou por qual fonte, mas ninguém ali parecia irritado ou com sentimento de revolta. Pelo contrário, nas ruas daquele bairro só haviam medo.

Tentei por mais algumas horas, não conseguindo mais nenhuma informação. Minha lábia era extremamente precária, mas conseguira um dado adicional além do evento com o homem aterrorizante. Não sabia qual seu clã, o que fazia ou sequer onde morava. Mas seu nome era Gin. de posse desses dados, fiz meu relatório e o entreguei no gabinete de missões, dizendo que havia algo de errado, mas que tinha o pressentimento de que esse rapaz estava envolvido.
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Re: [Missões] Tatsuki DragonTer Mar 30, 2021 5:09 pm

Ajude os feridos

Apoiei o braço do rapaz em meu ombro, sentindo-o querer ceder ao chão, mas falando em voz alta para continuar lúcido. Ao redor, outras pessoas adentravam o local para ajudar a carregar os feridos. Havia ocorrido um incêndio em uma loja de armas e alguns genins foram convocados para ajudar nos primeiros socorros. Tinha sido um dia de liquidação e ela estava bem movimentada, o que só aumentou o número de atingidos pelo fogo. O odor desagradável da fumaça estava por todo lugar, embora já tivessem apagado as chamas. As pessoas de lesões mais graves foram atendidas rapidamente pelos paramédicos, mas, como tinham de concentrar em várias coisas ao mesmo tempo, acabei me tornando a mão de obra bruta para realizar as tarefas. Primeiro, ajudei as vítimas em melhor estado a se sustentar e sair do local. O estabelecimento estava destruído por dentro e era preciso tomar muito cuidado para não pisar em nenhum objeto pontiagudo. Ao mesmo tempo, o teto poderia ceder a qualquer momento, danificado pela explosão de gás.

Quando conseguimos evacuar todos dali, me dirigi até a maca mais próxima e observei os profissionais trabalharem. Haviam alguns que conheciam um ninjutsu medicinal, expelindo um chakra esverdeado e pulsante nos que tinham se machucado de maneira gravíssima. Era a primeira vez que via o que chamavam de iryoninjutsu tão de perto. Infelizmente, a grande maioria da equipe não o dominava e tinha de lidar com medicina manualmente. Eu havia lido de maneira vaga a respeito de primeiros socorros, mas não era idiota o bastante para pensar que estava em posição de tratar de alguém individualmente. Foquei na única coisa que era possível: o suporte aos paramédicos, entregando-lhes as ferramentas que pediam. Vez ou outra eu me confundia ou não sabia do que eles falavam, mas acabava aprendendo com rapidez diante da pressão.

Observei os mais experientes seguirem a risca e com naturalidade os primeiros socorros que até então eu só conhecia por livro, passando algumas ervas nas lesões de maneira a evitar infecções e selando-a com pano, buscando parar o sangramento antes de proceder com o diagnóstico. Com a permissão de um deles, cheguei a realizar algumas ações e praticar um pouco. Por mais que fosse desastroso e houvessem profissionais capacitados, não havia como prestar nenhum serviço mais complexo ali. Estávamos na calçada do lugar, sem equipamentos além dos básicos para os primeiros socorros. Havia transporte limitado, então era impossível conduzir todos ao hospital de uma só vez. A cada dez minutos surgia alguém para carregar mais dois civis, mas haviam pelo menos dez ali, o que levou a necessidade de classificá-los dos casos mais urgentes até os mais leves.

Me senti pressionado a todo momento. Estávamos lidando com vidas ali e embora as tarefas que me eram passadas fossem simples, não consegui parar de tremer nem por um instante. Por mais que eu me sentisse não só ajudando, como também aprendendo mais só de estar ali, tive de abandonar a minha posição algumas vezes para ajudar a conter a população. Algumas pessoas se aglomeravam para ver o que havia ocorrido e embora tivessem vontade de ajudar, o tumulto só acabaria atrapalhando. Quando conseguimos levar todos os feridos, me reuni com os outros genins. Éramos em três, convocados em uma missão de emergência para prestar esse auxílio. Permanecemos ali por alguns minutos, retomando o fôlego e deixando a adrenalina passar. Respirei fundo, deixando as preocupações de lado. Me perguntava se algum deles não conseguiria resistir. Haviam desde crianças até adultos, todos pegos de surpresa pelo acidente. Balancei a cabeça, espantando os pensamentos. Não era nosso papel fazer mais do que aquilo. Após lavar bem as mãos, parti para casa. Teria de receber minha recompensa no gabinete de missões, mas precisava trocar aquelas roupas sujas antes.


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Re: [Missões] Tatsuki DragonQua Mar 31, 2021 11:10 am

Auxiliar de saúde por um dia

No dia seguinte ao do incidente com meu pai, estava visitando o hospital outra vez. Dessa vez com a bandana de kirigakure amarrada no pescoço, representando-me como genin em mais uma missão. Havia prestado auxílio na missão emergencial de suporte às vítimas do incêndio na semana passada e aparentemente o diretor do setor médico havia admirado nosso serviço e contratado novamente o esquadrão de ninjas para ajudar os enfermeiros e médicos por um dia. Não entendia como poderíamos fazer algo sem ter feito nenhum curso ou exercer essa profissão, mas quando cheguei lá eu compreendi. O dia a dia de um hospital era muito mais frenético do que pude imaginar. Chegavam pessoas com os mais variados problemas e sempre era necessário alguém para ficar de suporte.

Durante a manhã, fiquei a maior parte das horas no atendimento ao público, encaminhando as pessoas para as salas, contactando os médicos e preenchendo extensos formulários que pareciam não acabar nunca. Na recepção chegavam pessoas gentis com a mesma frequência que apareciam outros extremamente rudes, o que me levou a ter de manter a calma a todo instante e ser mais objetivo nas perguntas e diálogos que fazia. Quando estava próximo do almoço finalmente chegou, havia uma pilha de documentos escritos a mão por mim e que deviam ser encaminhados para os devidos arquivos, o que atrasou um pouco a minha refeição e quase me fez perder o horário em que a cantina estava aberta.

Na tarde minha função mudou e passei a auxiliar de enfermagem, seguindo a senhora Razer para onde quer que ela fosse. A enfermeira chefe tinha quase a idade do senhor Kai, provavelmente acima de sessenta, mas tinha o vigor de uma jovem moça, não parando até visitar todos os quartos pelo menos uma vez a cada hora. Enquanto ela sentava para atualizar os prontuários ou discutir com os médicos, eu tinha de continuar o passeio, atendendo os pedidos dos pacientes, trocando os soros e afins. A única coisa que saiu dos conformes foi quando um rapaz saiu correndo da ala psiquiátrica sem o roupão, o que me fez tentar imobilizá-lo de um jeito nada confortável.

De resto, era bastante interessante. A enfermeira me atualizava sobre os casos mais frequentes e dizia o que costumava recomendar as pessoas, desde remédios até práticas que podiam levar a certas enfermidades. Naquela tarde, tiveram pelo menos sete pessoas que se contundiram ou se cortaram e talvez por bondade dela, tive a chance de aprender a fazer pontos em ferimentos e colocar o ombro de alguém de volta no lugar, apesar dela não me permitir fazer isso diretamente com o paciente, apenas me ensinando os movimentos por ora. Perguntou se eu não tinha interesse em seguir na carreira, mas neguei. Eu gostava de estudar sobre o tema, mas minha maior alegria era a vida de um shinobi. Por mais que não fizesse mais do que tarefas internas na vila, como a de agora, tinha fé que um dia conseguiria fazer algo de bom pela vila da névoa. Ela era uma velha simpática, mas não via motivo para revelar-lhe minha real ambição em seguir como ninja. Era algo pessoal demais e eu não estava lá para isso.

Ao final, me despedi de todos ali e desejei mentalmente melhoras de todos os pacientes, inclusive os mais grosseiros. Foi como ver todos à beira da sua saúde. Naturalmente era estressante e talvez sequer fosse assim a personalidade deles no dia a dia. Parti então para o gabinete de missões, no intuito de recolher minha recompensa.

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Re: [Missões] Tatsuki DragonQua Mar 31, 2021 12:09 pm

Fazer compras para a enferma

A lista era extensa e para meu azar havia a exigência de que os produtos fossem comprados em locais distintos. Empolgado com minha missão no hospital um dia atrás, achei que faria algo que pudesse me agregar conhecimentos, mas a tarefa de hoje era no mínimo entediante. A senhora Inoue era uma idosa com a ficha médica recheada de problemas de saúde. Embora conseguisse sair de casa para caminhar, não tinha forças para carregar nada consigo além da própria bolsa. Praticamente todo mês solicitava o auxílio de um genin para escoltá-la e carregar todas as sacolas. O encarregado daquele mês era eu.

Começamos nosso tour pelo centro comercial às nove da manhã, passando no açougue e demorando quase meia hora para que ela decidisse qual tipo de carne. Além disso, toda vez que ela perguntava o valor das coisas, cochichava para mim algo como “Vai. Para um jovem como você ele faz mais em conta” e lá ia eu tentar conseguir algum desconto. Foi assim quando passamos no mercado de frutas, na loja de industrializados, no setor de produtos de limpeza e por aí vai. Alguns mais bondosos me conseguiam um desconto muito leve, como dois ryous ou três no máximo, o que já era alguma coisa. Gradativamente começava a desenrolar a conversa melhor, percebendo que ser direto muitas vezes resultava em rejeição. Puxava conversa a respeito do clima da vila ou do movimento de civis naquele dia. Elogiava a estrutura do estabelecimento e prometia voltar mais vezes, aprendendo com meus erros e fazendo um filtro do que dava mais ou menos certo. Quando não tinha sorte de reduzir o preço, a idosa se recusava a comprar ali, o que só prolongou bastante a nossa caminhada a ponto de minhas pernas estarem doloridas ao fim do dia.

Eu era péssimo em mentir, o que me dava um certo desconforto e eu me saísse pior ainda quando tentava. A senhora Inoue, por outro lado, me interrompia antes do mercador achar que eu estava sendo sarcástico com os comentários. Em pouco mais de uma hora, já estava com duas sacolas pesadas em cada mão, parando vez ou outra para descansar os dedos. Ao fim da manhã, tive de tentar convencer o gerente de uma conveniência à emprestar um dos carrinhos de compras, apelando para uma mentira deslavada a respeito da doença contagiosa da minha “avó” e que precisava sair dali o quanto antes. Eu era horrível em atuação, mas a maneira como dizia era menos mecânica, o bastante para que soasse convincente.

Quando chegamos na residência dela, tive de levar tudo até a cozinha e separar tudo no armário para que ficasse fácil para ela. A casa da senhora Inoue era bem organizada e simples, mas silenciosa e vazia. Achava maldoso alguém da idade dela morar sozinha e pelo que ela havia me contado, seu único filho morava sozinho com a esposa e a visitava raramente. Fiquei com pena dela, mas ao mesmo tempo imaginei se eu não faria o mesmo com meu pai. Eu era tão apegado a ele quanto ela detalhava a relação entre eles no começo. Com isso em mente me despedi dela, disfarçando a preocupação comigo mesmo e partindo ao gabinete de missões para retirar minha recompensa.


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Re: [Missões] Tatsuki DragonQua Mar 31, 2021 3:08 pm


Missões Rank-D

E aqui estamos novamente (perdi as contas de quantas vezes passei por aqui....). Bom, fico feliz que ter seguido o meu conselho sobre fazer algo para separar as narrações devidamente. Em segundo, gostei de como interligou as duas missões onde treino conhecimento anatômico. Irei me lembrar de inscrevê-lo no sus de Kirigakure como voluntário mais vezes.

Recompensa final: 20Ryous, +4 pontos Conhecimento Anatômico e +4 pontos em Lábia ;  
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Re: [Missões] Tatsuki DragonDom Abr 04, 2021 2:12 pm

Procure o cachorrinho fanfarrão

Achar Jubimaru não era difícil. O cachorrinho partira da sua residência com as patas sujas de terra e, mesmo que com o tempo as pegadas sumissem, ele sempre acabava pisando nas poças de lama espalhadas pela rua devido a chuva da noite passada. O complicado era conseguir pegá-lo. O animal era rápido como um gato, talvez ainda mais. Sempre que eu chegava próximo, o pequeno encontrava seus olhos com os meus e disparava rápido como uma bala por Kirigakure.

Respirei fundo, parando para sentar um pouco e descansar. Já estava uma manhã inteira atrás dele. Devido as minhas habilidades com rastreio e seu descuido, era fácil encontrá-lo de novo. Mas eu não conseguia pensar em um modo de me aproximar dele sem machucá-lo ou rápido o bastante. Eu não era dos mais ágeis e, mesmo que usasse o shunshin, havia um movimento considerável de civis naquele dia. Poderia acabar esbarrando ou machucando alguém fazendo esse tipo de coisa. Jubimaru, ao contrário de mim, tinha total liberdade para passar por entre as pernas de rapazes e moças, chegando a impressionar algumas pessoas devido a sua fofura e seus pelos prateados.

Não vi outra escolha senão tentar ser furtivo. Eu era ridículo nisso a ponto de fazer barulho ao caminhar ou não conseguir me esconder com rapidez quando ele se virava. Ainda assim, assim que o encontrei de novo, tentei segui-lo sorrateiramente, me esgueirando por entre as pessoas ou fingindo estar comprando coisas nas lojas. Lembrava-me do rosto de desespero da senhora que solicitara ajuda no gabinete de missões, pedindo para que o trouxesse de volta. Nem mesmo ela conseguia contê-lo quando ele deixava sua residência, ficando trancado lá praticamente o dia todo. Mas pela distância que já tinha percorrido, acreditei que o cachorro estava gastando todos os passeios que não teve de uma só vez.

Quando enfim ele parou, foi para observar a água. Parado na borda de uma das muitas pontes espalhadas pela vida, Jubimaru estava perdido em meio as ondas, admirando a paisagem. Nessa hora eu esbranqueci. Tive medo dele se esgueirar demais e acabar caindo. Estávamos a  mais de dez metros de distância e, diferente das outras vezes, não havia nenhum obstáculo que eu pudesse usar para me ocultar ou pessoas suficientes para que eu me misturasse. Mas ao mesmo tempo que era perigoso, era a hora mais oportuna possível. Com o animal distraído, eu tinha chances maiores de alcançá-lo. Estava com fome e sede, cansado de tentar capturá-lo. Tinha de pegá-lo agora mesmo.

Iniciei a caminhada a passos calmos e tentando conter a ansiedade. Cada metro era uma vitória. Tentei medir cada ação e tentar não fazer barulho com o avanço. Até que ele ergueu a cabeça e eu senti que ele talvez tivesse percebido algo. Fosse meu cheiro ou o simples instinto animal, eu precisava fazer algo. Talvez pelo nervosismo, eu não arrisquei concentrar chakra nos pés e usar o shunshin. Com um movimento rápido, expeli chakra do meu corpo e moldei um pano, deitando ao chão e fazendo com que tivesse a aparência do próprio solo. Acabou tendo um efeito mais positivo do que eu imaginava. Munido de curiosidade, Jubimaru decidiu vir até mim com passos cautelosos, estranhando aquela coisa estranha que havia se projetado do nada. Aguardei por alguns segundos, tentando conter a minha respiração e movimentos. Precisava ficar inerte. Imperceptível. Quando ele enfim estava ao alcance das minhas mãos, o agarrei com toda a destreza que pude reunir, segurando seu corpo e tendo que aguentar as mordidas no meu braço. Sorri com o semblante num mix de alívio, dor e felicidade, contente por ter finalmente pego o senhor Jubimaru.

Exausto de uma das missões mais cansativas até então, me dirigi até o gabinete de missões para entregá-lo a sua dona.

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Re: [Missões] Tatsuki DragonDom Abr 04, 2021 4:20 pm

Desarme as ameaças do filho louco

O senhor falava embolado, engasgando-se com sua própria saliva em meio ao desespero. Se apoiou no meu ombro quando faltou-lhe fôlego, olhando para mim e o encarregado das missões com uma expressão de pavor. Era como se tivesse acabado de ver uma assombração. Após alguns instantes tentando acalmá-lo, conseguimos enfim entender o motivo de tanto desespero. Achei que dessa vez eu estava ali só para pegar mais uma tarefa do cotidiano, mas havia um problema um pouco maior para lidar. O rapaz se chamava Hyoma, pai de um adolescente com alguns transtornos de personalidade e de difícil convívio. Na última semana, após uma discussão, o garoto havia ficado bem agressivo, mas dessa vez havia passado dos limites.

Como maneira de vingar-se do seu pai, instalou diversas armadilhas dentro da própria casa, a ponto dele quase perder a vida quando uma faca caiu do teto após levantar a tampa da privada. Antes que pedíssemos para que não o fizesse, ele se jogou ao chão, implorando pelo nosso auxílio. Olhei para o chunin que examinava as missões naquela tarde e pedi para cuidar daquilo. Ele parou por alguns instantes, examinando a situação e vendo se aquilo se encaixaria num rank compatível comigo. Aparentemente, era o tipo de pegadinha feita com utensílios domésticos, nada o suficiente para colocá-la como Rank C, o que só me favoreceu a ser a melhor opção. Em menos de uma hora já estava a porta do endereço.

Atrás de mim estava o senhor Hyoma e um profissional do hospital psiquátrico com a tarefa de fazer um diagnóstico preliminar e de conduzi-lo. Como não sabia o porte do filho ao certo, torcia para que nós três fôssemos o bastante para contê-lo. Mas essa não era a maior preocupação no momento. Assim que abri a porta fui alertado pelos outros dois as minhas costas para não dar um passo a frente. Quando fitei o piso, identifiquei os pregos e objetos pequenos e pontiagudos espalhados, prontos para perfurar sapatos e sandálias de quem entrasse de maneira desatenta. Respirei fundo, percebendo que só sair andando dessa maneira seria lento e perigoso. Iniciei então os selos de mão enquanto fechava os olhos, abrindo-os de supetão com o brilho vermelho cobrindo toda sua íris.

O Akagan me permitia estudar tudo com cautela, varrendo primeiro a sala de entrada e identificando alguns barbantes que liberavam bolinhas de gude. Haviam um ou outro balde de tinta ou balão com água pronto para surpreender quem sentasse ao sofá ou se aproximasse da televisão, mas além disso não havia nada ali que fosse de fato perigoso. Passei então a caminhar com cautela, afastando os pregos da entrada e desarmando as armadilhas uma a uma ao passo que dava sinal para que os demais entrassem. Não demorou para que eu notasse um certo padrão. Todas elas haviam sido feitas praticamente com o mesmo material e seguindo a mesma lógica infantil de pegá-lo em momentos em que relaxaria. Ao chegar da rua, ao descansar no sofá, ao abrir a geladeira para fazer um lanche. Tentei ao máximo não me sujar ou acabar danificando algo na casa, mas em alguns casos era praticamente impossível de fazê-lo, o que resultou em algumas garrafas quebradas e em manchas que não sairiam das minhas roupas nem com um mês de lavagem.

Quando julguei ter terminado no térreo, subi as escadas, quase sendo pego pelo degrau falso. O adolescente havia retirado o verdadeiro e colocado uma réplica frágil, coisa que eu não havia conseguido identificar mesmo com minha visão avançada. Não fosse a vagarosidade com que nos movimentávamos, talvez tivesse me machucado feio. Me perguntava o porquê de fazer aquilo com o pai. Eu já tivera minhas desavenças, mas jamais feriria o meu daquela forma. Pelo contrário, queria protegê-lo de tudo. Passou-se mais uma hora para limpar todo o andar de cima. Por mais que não fosse uma mansão, tinha de garantir que tudo estava seguro para a segurança do senhor Hyoma. Eventualmente, havia encontrado algumas peças de faca e tesouras presas a mecanismos simples, mas que poderiam causar lesões ou até mesmo a morte do senhor.

O último cômodo a ser conferido era o quarto do autor de todas as emboscadas, mas antes mesmo de abrirmos eu já sabia que estava vazio. Não havia qualquer sinal de chakra ou de que havia alguém naquele lugar e assim que entramos comprovamos isso. Não havia nada ali. Nem armadilha, nem o rapaz. Me perguntava o que aconteceria dali em diante, mas não cabia mais a mim fazer algo. Minha missão havia acabado ao garantir que a residência estava em segurança e após receber o agradecimento triste do senhor Hyoma, caminhei até o gabinete de missões, me questionando se ele e o seu filho ficariam bem.

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Re: [Missões] Tatsuki DragonDom Abr 04, 2021 5:18 pm

Cuide da floricultura silenciosa

A senhora Liz insistia para que eu ficasse calado durante toda a missão. O que era no mínimo estranho. Só tinha permissão de falar alguma coisa quando algum cliente chegava e eu precisava atendê-lo, o que me fez torcer para que ela tivesse uma boa movimentação naquele dia. Meu trabalho, no entanto, não se resumia a efetuar as vendas. A minha tarefa daquele dia era cuidar da floricultura da vila, garantindo que as mercadorias estivessem em bom estado e que todos os vistantes fossem bem atendidos.  

Começara a manhã regando as rosas da entrada e percebi que eu não sabia realmente nem um pouco de plantas. Todas tinham nomes diferentes e estranhos a ponto de eu passar a só olhar para a sua aparência e ignorá-los. Não tinha tempo para lê-los tendo de me concentrar em fazer o mínimo de ruído possível. A dona do lugar tinha algum tipo de toque e audição extremamente sensível, então no menor barulho que fizesse já recebia gritos e sermões como “Não vou pagar nada! Você não sabe ficar quieto, garoto?! Quer barulho? Eu gritando tá bom pra você?”. Não importava o tipo de coisa que fizesse, fosse inclinando o regador demais e fazendo jorrar mais água ou no simples caminhar apressado, tudo tinha que ser feito de maneira concisa.

Quando o primeiro rapaz entrou no lugar eu me senti profundamente aliviado, conseguindo falar livremente. Mas não é que tivesse ficado mais fácil. Tinha de ajudá-lo a escolher a de perfume mais sutil ou a que fosse ideal para a pessoa que ele queria presentear. O que me deu um certo trabalho. Embora ouvisse tudo, a senhora Liz permanecia sentada na cadeira próximo a recepção. Já com idade avançada, precisou fazer uma cirurgia na perna nos últimos dias, motivo o qual a levou a contratar alguém para cuidar da loja naquele dia enquanto nenhum familiar estava disponível. Ainda assim, tinha sido mais agradável desarmar armadilhas no dia anterior.

Foi praticamente impossível manter uma hora inteira de silêncio. Já havia comprovado há alguns dias que eu não tinha habilidade nenhuma em ser sorrateiro nem na perseguição do cachorro, imagine em atividades cotidianas. Mas não podia fazer nada. Precisava daquele dinheiro para pagar minhas contas. Embora não pudesse tirar muito dali, tentei aproveitar da maneira que pude. Apreciei alguns girassois ao fundo, notando que elas eram as minhas preferidas no cômodo. Fiquei por um tempo as estudando, aprofundando-me no amarelo das pétalas, até que, pela primeira vez desde que havia chegado, a senhora Liz falou comigo.

- A energia positiva do sol –
Começou. Fazendo com que eu olhasse para ela assustado por vê-la sem elevar seu tom. A voz era serena e rouca, nem um pouco parecido com o que tinha ouvido anteriormente – É isso que elas querem dizer. Representa felicidade – Ao concluir, se voltou para o chão, sem nada mais falar. Eu sorri de canto, mas não a respondi. Já havia estado ali horas o bastante para saber que ela preferiria que eu me mantivesse quieto.

A partir daí, o dia passou com rapidez. Pouco a pouco me acostumava a dar passadas mais leves e a me mover de maneira silenciosa, diminuindo a frequência com que tinha de ouvir aquelas brigadas. Quando me dei conta já era a hora de ir embora. Me despedindo com um aceno e um agradecimento em forma de reverência, saí da floricultura, indo ao gabinete de missões para buscar minha recompensa após um dia exaustivo de trabalho silencioso.

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Re: [Missões] Tatsuki DragonDom Abr 04, 2021 6:24 pm

Brinque com a órfã

O orfanato havia contratado alguém para brincar com Mave. Aparentemente, todas as crianças sairiam em uma excursão pela vila, enquanto a garota era a única que se recusava a ir. O único modo que encontraram de fazê-la mudar de ideia era pedir ajuda aqueles que ela sempre se mostrara ser facinada por: ninjas. E é pra isso que eu estava lá naquela manhã. Minha tarefa era passar a manhã brincando com ela e, essencialmente, de convencê-la de algum modo a ir com as outras crianças em um próximo passeio daqui a dois dias.

- Brinque de esconde-esconde comigo! Quem vencer cinquenta vezes ganha –
Eu fiquei surpreso com a vitalidade dela. Com doze anos, Mave parecia ter o vigor de uma atleta, pronta para brincar por mais cem jogos se fosse necessário. Tentei negociar com ela, dizendo que haviam outros jogos melhores, algum em que tivéssemos mais contato um com o outro, mas era inútil.

- Se eu ganhar, você vai na próxima excursão –
Disse, vendo ela dar uma risada.

- Você nunca vai ganhar -
Quando começamos, soube que ela tinha motivos para estar tão confiante. Bastou contar até trinta que não havia mais nenhum sinal dela pela casa. Por mais que revirasse o orfanato do avesso, era praticamente impossível de encontrá-la. Havíamos estipulado o tempo de cinco minutos e quando o cronômetro tocou, ela simplesmente tocou minhas costas, como se estivesse ali o tempo inteiro. Não pude deixar de me sentir irritado. Eu não era mais uma criança e também não era um mau perdedor. Mas eu não poderia falhar e colocar no meu relatório que havia passado o dia brincando de esconde-esconde ao invés de ter uma conversa séria.

O modo mais rápido de fazê-la se comprometer a ir era ganhando aquilo, então passei a me empenhar em dobro. Me escondi, tentando ser o mais sorrateiro e furtivo possível, mas sendo encontrado em menos de dois minutos. Abrindo um placar de dois a zero na minha frente, me vi sem escolhas senão usar das minhas habilidades. Ativei meu akagan, varrendo o perímetro e a encontrando em questão de noventa segundos. Mesmo assim, deixei o tempo passar. Me sentiria culpado ganhasse dela todas as vezes sem mostrar ao menos que ela estava em pé de igualdade, o que me levou a perder algumas vezes.

Mesmo assim, ela estava próxima de ganhar. O placar estava de quarenta e oito a quarenta seis, devido a meu azar tremendo e minha péssima habilidade de me esconder, não havia conseguido abrir uma vantagem e ao final do que pareceram horas, estávamos com a mesma diferença de pontos que no começo. Lembrei-me do que fizera no dia anterior na floricultura. Eu havia aprendido a me mover lentamente e a emitir menos ruído, mas dessa vez precisei ser inteligente. Antes de tudo, fiz questão de jogar uma das minhas chinelas do outro lado da casa, fazendo-a pensar que eu tinha ido naquela direção. A estratégia funcionou vezes suficiente para que eu virasse o jogo e enfim concluísse a missão. Ou foi o que eu tinha pensado.

- Como assim você não vai na excursão? -


- Ninjas não precisam ir a excursões. Eu serei a próxima Mizukage! -
Disse apontando para a minha bandana. Tentei não rir, mas soltei uma risadinha leve. Eu não fazia ideia de onde ela havia retirado aquilo, mas com a sua convicção estava claro o porquê de não terem visto outro modo senão pedir ajuda de um genin.

- Quando eu era pequeno, eu fazia tudo que meu responsável me pedia –
Comecei, desamarrando a bandana e mostrando pra ela o símbolo – Não sei te dizer se foi por ter ido que eu consegui virar um. Mas te garanto uma coisa: Um bom ninja tem que ser convicto como você. Mas você tem que proteger as pessoas daqui também. Você devia ir pra ajudar as outras crianças. O que um ninja iria fazer aqui dentro de casa sozinho? – Questionei, com minha mente vagando distante daquele assunto. Passou pela minha cabeça o tema das últimas notícias. A guerra com o país da Geada. Estávamos em um confronto depois de tantos anos de paz e eu não fazia ideia do que podia acontecer comigo ou com os demais genins. Pior, não sabia nem mesmo o que podia acontecer com Mave. Se a luta avançasse e nós acabássemos sendo atacados, pessoas inocentes como ela morreriam. Meu pai, senhor Kai e seus alunos, todos aqueles que conhecia e gostava poderiam acabar mortos no fogo cruzado. Era pela vontade de ser forte o bastante para protegê-los que treinava com ainda mais afinco.

A guerra era a única coisa que conseguia pensar antes de dormir todos os dias desde que Zetsubo-sama fez seu anúncio. Até o momento, havia conseguido deixá-la um pouco de lado e me concentrar na minha rotina comum por hora. Mas vê-la falar no nosso kage trouxe tudo de volta a tona. Me deixou sem defesas. Parei por alguns instantes a encarando, tentando não demonstrar a minha preocupação. Era pra proteger a vila e gente como ela que eu arriscaria minha vida pela nossa vitória.

Diante das minhas palavras ela se mostrou diferente, prometendo que iria todas as vezes a partir de então. Cansado de brincar o dia todo com ela, aguardei até a chegada dos demais para me despedir e ir até o gabinete de missões. Aquela foi mais uma das noites das quais não consegui dormir em meio a preocupação do que estava por vir.

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Re: [Missões] Tatsuki DragonSeg Abr 05, 2021 10:14 pm

— Avaliação das Missões: Aprovadas

Gosto da forma como você lida tão bem com missões simples. Todo mundo tenta inovar no plot, fazer coisas absurdas, e quase sempre acabam indo além do que uma missão rank D propõe. Você se mantém nesses objetivos mais simples, mas enriquece o plot de alguma maneira, e fica apetitoso de se ler.

Recompensa: +4 Missões D; +3 Furtividade; +1 Armadilhas.
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Re: [Missões] Tatsuki DragonQua Abr 21, 2021 2:04 pm

Pique-esconde com o Neto Nobre
Fechei o armário enquanto me espremia entre as roupas, tentando fazer o mínimo de ruídos possível. Por dentro estava tendo um dejavu e uma má sensação, mas não podia me julgar por isso. A missão que me fora dada fora praticamente a mesma a qual resultara no sequestro da garota, mas, dessa vez, não havia nenhuma ameaça nem nada de diferente naquela família. Era apenas uma senhora atarefada que solicitou ajuda para cuidar da sua filha mais nova. A sua voz e sua preferência por brincadeiras como aquela me lembravam de Kaori, o que só me fez ficar mais culpado ainda pelo que havia acontecido. Ter resgatado ela e corrigido meu erro não apagava minha falha.
- Achei você! - Gritou a menininha de algum lugar mais adiante. Olhei pela brecha da porta e a vi erguendo o lençol da cama, com o olhar atento como de um adulto, se empenhando ao máximo para me encontrar. Segundo as instruções que me foram passadas, precisava ficar uma tarde inteira com ela e, apesar de ter tentado outros jogos ou entretê-la de outros meios, a maneira mais efetiva fora o pique-esconde.

- BU - Gritei quando saí do armário, sendo recebido em meio a lágrimas e um berro da criança. Percebi meu erro, tentando acalmá-la enquanto ela permanecia aos prantos. Estalei os dedos, fazendo um bunshin meu se formar e comecei a executar uma dança aos pulos com ele, chamando a atenção da menina. O choro se transformou gradativamente em uma expressão de surpresa, até se resumir em uma boa gargalhada. Não me sentia tão empolgado em usar esse tipo de técnica para atração infantil, mas estava em uma missão, certo? Precisava tratar aquilo como tal. Vez ou outra, me via dando algumas voltas sorrateiras pela casa, atento à portas e janelas para garantir que ninguém havia adentrado. Me recusei a ativar o Akagan, afinal, me sentia cada vez mais dependente dele e não gostava disso. Foi essa confiança exacerbada no meu dojutsu que causou o sequestro de Kaori e o quanto pudesse evitar pegar esse vício outra vez, o faria.

- Olha só - Levei as mãos ao chão e criei o capuz mágico, fazendo-o assumir a forma do chão e me deitei. Passei pelo menos uma hora fazendo truques como aquele até ela dizer chega e pedir para continuarmos o esconde-esconde. Não podia negar que estava começando a gostar da brincadeira ao fim da tarde, ficando cada vez melhor em me manter quieto e em achar pontos estratégicos para que ela não pudesse me encontrar. Alguns poderiam achar ridículo me dedicar tanto em vencer da menininha, mas, quanto mais ela demorava a me encontrar, menos interesse ela tinha em ser a pessoa a se esconder e mais tranquilo eu ficava. Foi a garantia que ela estaria quase sempre ao meu alcance. Quando sua mãe voltou do compromisso, a garotinha a recebeu com um sorriso no rosto, embora eu não tivesse sido recepcionado tão bem assim. Era evidente que ela sabia dos rumores e não esperava que fosse eu a cuidar da filha dela, ainda assim, tudo havia dado certo. A passos rápidos, me despedi deles e fui até o gabinete de missões, indo buscar a minha recompensa.
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Re: [Missões] Tatsuki DragonQua Abr 21, 2021 5:11 pm

Faça o mapa do bairro

Segurei a prancheta com força enquanto tentava me localizar. Cocei a cabeça, notando que havia me perdido outra vez. Entrei em um mercado, pedindo informação e agradecendo por entender como chegar no meu ponto de referência. Estava para recomeçar aquilo mais uma vez e já estava de saco cheio tanto de andar quanto de desenhar. Primeiro, eu era horrível em desenho, mas não tanto quanto era em geografia. Segundo o chunin no gabinete de missões, a cliente da vez havia solicitado um pequeno mapa do bairro comercial, talvez para satisfação pessoal, talvez para venda. O problema eram os detalhes. Precisava me atentar ao relevo e ao tipo de solo. Coisa que eu não fazia a menor ideia e me levou a fazer uma visita rápida à biblioteca da vila.
A passos rápidos, passei a mão pelas prateleiras até meus dedos se fecharem na obra "Atlas de Geografia - Manual completo de Geografia Básica" e me investi meia hora foleando os conceitos básicos. Era longe do suficiente para compreender tudo, mas o bastante para decorar um pouco das imagens e o que significava cada uma delas. Peguei o livro emprestado com a bibliotecária e parti na direção do bairro, passando a exercitar um pouco o intelecto. Era preciso examinar o chão e comparar com as figuras do Atlas, colocando o tipo que melhor se encaixava nas minhas anotações e assim o fazendo para todas as ruas do bairro. Havia um movimento moderado de pessoas, o que me fazia ter de pausar para não ser pisoteado ou esbarrar em alguém, afinal, boa parte do trabalho acabava tendo de ser feito abaixado. Quando enfim concluí, havia a parte mais chata: desenhar o mapa. Eu não precisava fazer um oficial, apenas um esboço para depois ser lido e adaptado. Então comecei partindo da loja da madame Sona, a solicitante da missão. Tracei a primeira rua e puxei uma pequena seta, escrevendo que havia solo arenoso nas imediações, o que tornava a rua um pouco desagradável de se caminhar, afinal, Kirigakure tinha um clima bem úmido e as chuvas eram frequentes. De fato, notei que estava correto em minhas deduções, pois era um dos piores lugares para se caminhar durante ou após as chuvas, por haver muita lama.
Continuei a desenhar e a escrever, me preocupando muito pouco com a estética e muito mais com o conteúdo em si. Ao final, precisei devolver o livro com rapidez para não ter que pagar nenhuma taxa por atraso caso esquecesse ou o perdesse, indo até a moça e dando-lhe o mapa com as anotações.
- Muito obrigada, querido! Está... perfeito. Vou desenhar de novo, mas está bom! - Afirmou com um sorriso de um canto do rosto ao outro, claramente contente por alguém ter feito aquele trabalho por ela. Minha barriga roncava à essa altura. Tinha comido só um lanche que trouxera de casa como almoço e gastara praticamente o dia inteiro naquilo, tendo de fazer as pausas tanto para escrever quanto para ler o livro e me inteirar mais no tema. Não pude deixar de me sentir aliviado por ter concluído e ficado ansioso para sair logo dali.
Enfim, com a minha missão finalizada, fui atrás da minha recompensa no gabinete de missões e retornei á minha residência. O jantar com meu pai era uma das melhores coisas do meu dia após trabalhar bastante e naquele dia não foi diferente. Após terminar de comer, estava tão cansad que não tive chance de estudar, me jogando na cama após escovar os dentes e repondo minhas energias em um belo sono.
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Re: [Missões] Tatsuki DragonQua Abr 21, 2021 9:16 pm

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Re: [Missões] Tatsuki DragonQua Abr 28, 2021 1:11 pm

Ajude os estudantes com o treinamento

Havia sido convocado após um certo tempo. Estava há alguns dias só treinando com meus companheiros de equipe, recebendo uma folga inesperada após as tarefas que tivera na vila. Felizmente, havia uma missão para mim naquele dia. Nada de carregar coisas ou ajudar idosos, a tarefa de hoje era um pouco mais empolgante na minha perspectiva. Ajudar os futuros genins. Um dos chunins e organizadores da academia ninja solicitara auxílio de graduados para lidar com uma aula em conjunto. Praticamente todas as turmas estariam reunidas para praticar arremessos com ferramentas ninja de verdade e, bom, devido ao perigo que isso poderia oferecer, nada como contratar mais ajudantes. Eu era um destes, posicionado na ponta direita do grande salão. Estávamos de pé em uma grande piscina, onde normalmente ocorriam as práticas de luta e os exercícios com a técnica de andar sobre a água. Felizmente, quase todos ali já eram habilidosos o bastante para caminhar normalmente na superfície. Justo, afinal, não fariam aquela espécie de atividade com novatos.

Fiquei responsável por um grupo de cinco pessoas, enfileirando-as e tendo de mostrar a elas como melhorar e como realizar os lançamentos. Em minha mão esquerda havia uma pequena caixa com diversos tipos, desde senbons até as clássicas shurikens. Decidi tomar cuidado, tanto para não machucar os próprios estudantes quanto para não afetar os outros grupos, apesar de termos sido separados a uma distância segura ao meu ver.


- Olhem, vocês precisam impulsionar o braço para trás na medida certa. Mantenham o tronco firme e usem o dedo para ajustar aonde irão mandar - Saquei uma das estrelas ninja, colocando-a entre os dedos e, talvez por sorte, conseguindo fincá-la no alvo de primeira. Estávamos a uma distância média e o boneco de madeira disponibilizado a nós era grande o bastante para até os mais iniciantes atingirem. Comecei a entregar-lhe os itens um a um e pedi para que tomassem cuidado. Aprumei sua postura e tentei ficar atento para caso eles não acabassem lançando lateralmente. Bom, para minha sorte,  havia pego alguns habilidosos. Três deles praticamente acertavam todas em sequência, enquanto os outros dois não tinham força o bastante para que a lâmina metálica se fincasse na superfície, batendo de qualquer jeito e caindo na piscina. Pude ver seus rostos tristes e desapontados enquanto alguns colegas riam mais ao fundo. Me senti confortável em deixar o trio praticar mais livremente, deixando cada um com uma kunai e os observando de longe para garantir que não haveria nenhuma brincadeira sem graça. Puxei a dupla mais inapta ao canto e comecei a dialogar com eles.

Sabia como estavam se sentindo. Eu também não era dos melhores na época da academia ninja e precisara me empenhar dobrado após ter conquistado minha bandana. Sabia como era ser alvo de deboche, justamente por ser alguém com aptidão para genjutsu quando, bom, não sabia nenhum genjutsu à época. Precisava confortá-los do mesmo modo que o meu sensei fazia comigo e escolher as palavras certas eram um desafio tão complicado que eu optei por ir no improviso. Minha missão de hoje ia muito além do que só ajudar na organização, tinha um papel na formação deles enquanto ninja e eu precisava passar-lhes algum valor.


- Ei, meninos. Eu também era do mesmo jeito que vocês na época da academia. Bom, eu ainda erro bastante até hoje. Mas vou ensinar pra vocês uma coisa. Um dia, vocês podem se tornar ninjas tão fortes, mas tão fortes, que vão conseguir levantar uma árvore ou fazer um animal gigante de terra. Enquanto alguns - Começo a sussurrar e olho para os outros que antes debocharam deles  - Só vão ser especialista em dar risada - O sorriso deles fez com que eu ganhasse meu dia. Percebi que aquelas palavras havia acendido uma chama neles. A esperança de melhora que por pouco eles haviam perdido. Nos próximos minutos, ele ainda não acertaram com muita consistência, mas pude ver a diferença do empenho e a forma como encaravam o alvo. Quando enfim concluí, recebi os agradecimentos de todos eles e dei obrigado em retorno. Havia sido uma das melhores missões até então e eu fui para o gabinete de missões contente, recolher minha recompensa.



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Re: [Missões] Tatsuki DragonQua Abr 28, 2021 1:39 pm

Leve os mantimentos a barco

Peguei os remos, tentando impulsioná-los contra a água enquanto lutava para me atentar a muitas coisas ao mesmo tempo. O resultado, ao menos nos primeiros minutos, foi andar em círculo ou alguns desvios importantes. Estava em uma pequena canoa carregada com poucas caixas de remédios. Haviam alguns mantimentos para o hospital de kirigakure e, apesar de serem caixas que pudessem ser levadas manualmente, seria preciso mais de uma viagem, sendo mais viável levá-los pela água. As águas de Kiri estavam calmas naquele dia, mas isso não facilitou muito o meu trabalho. Eu era horrível em navegação. Não só na parte mecânica como também em como velejar e como guiar a embarcação na direção que eu desejava. Haviam tantos fatores a se considerar que acabou tornando aquela missão bem cansativa. Havia um pequeno mapa e um guia de como chegar lá, e, bom, interpretá-lo não fora tarefa difícil, tudo era bem intuitivo. Mas eu tive a certeza que havia me perdido ou desviado o trajeto justamente quando localizei um ponto de referência praticamente do outro lado da vila.

Dei um suspiro e grunhi de raiva, percebendo que levaria pelo menos uma hora a mais do que o esperado. Achava que conseguiria chegar lá a tempo e ter o resto do dia para treinar, mas não foi o caso. Precisei parar por algum tempo para recuperar as energias. Afinal, era bem cansativo ter de ficar remando o tempo inteiro e conduzindo com força braçal. A pior parte era que somado a tudo isso, tinha de escutar os murmúrios do comerciante. O senhor Kaisen tinha pelo menos sessenta anos e era um grande empresário da área farmacêutica. Esnobe o bastante para crer que eu poderia servir de táxi a ele naquele dia. Embora não fosse a função designada, sabia que teria grandes problemas se não obedecesse as ordens de alguém influente como ele.


- Meu jovem, se eu não tomar meu café na hora, teremos problemas - Ameaçou, fazendo com que eu retornasse o esforço para nos movermos outra vez. Fora esses comentários de pressão, ele passava o trajeto inteiro contando sobre como amava esportes e sobre o quanto queria investir na área. Por mais que não fosse algo tão chato assim, eu me cansei de ouvir a mesma história dez ou quinze vezes. Já havia decorado sobre o fato dele ter sido roubado por seu sócio e ex-cunhado, além do relato sobre como quase incendiou tudo derramando café numa área industrial. Quando enfim o deixei próximo ao bar que ele me indicou, não recebi nenhum trocado, apenas reclamações sobre o quanto eu era horrível guiando aquilo.

Engoli em seco, optando por focar na minha tarefa. Ele estava doando aqueles remédios para o hospital por vontade própria, então, por mais que fosse entediante, era uma boa pessoa e eu admirava isso no senhor. Ao final daquela manhã sentia que estava um pouco melhor em dirigir a embarcação e após ter me perdido vezes o bastante para perder a conta, consegui fazer o trajeto. Havia um irritado funcionário com roupas hospitalares sentado à beira do canal, aguardando-me claramente impaciente após o atraso considerável. Segundo ele, havia pelo menos mais três esperando, mas que cansaram devido a minha demora. Ainda assim, a missão havia sido concluída e após receber sermões vigorosos e ter de auxiliar no carregamento das caixas até o armazém do prédio, dei minha missão por concluída, levando a canoa de volta para o mesmo local de onde o senhor Kaisen havia embarcado e partindo até o gabinete de missões recolher minha merecida recompensa.


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Re: [Missões] Tatsuki DragonQua Abr 28, 2021 5:14 pm

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Re: [Missões] Tatsuki DragonQui Abr 29, 2021 9:21 pm

Cuide do bebê

Kiri tinha algumas famílias nobres, não só de clãs ninja, como o caso de Kaori Hozuki, mas também de empresários e parentes do senhor feudal. Naturalmente, haviam algumas tarefas simples a serem desempenhadas e que, por mais que pudessem ser desempenhadas por... bom, pessoas normais, eram entregues a genins justamente por termos algumas capacidades especiais em relação aos civis. Era o que repetia para mim mesmo para justificar a tarefa de hoje. Havia sido designado para ser babá de uma criança por uma manhã inteira. O pequeno Hizuma demorou alguns minutos para se acostumar comigo, chorando aos berros até enfim conseguir ficar em meus braços em silêncio. Sua mãe havia me dado uma pequena lista de instruções antes de sair às pressas, com um compromisso urgente e que poderia demorar, segundo ela, até o almoço ou até o jantar. Achava uma diferença considerável entre um e outro, mas optei por ficar calado e me concentrar na tarefa.
O rapazote não ficava quieto e já havia aprendido a dar seus primeiros passos, o que me fez passar um bom tempo deixando-o passear pela casa dos seus pais e guiando-o para longe de objetos quebráveis ou além do que eu era permitido transitar. Era uma mansão enorme e que me dava certos calafrios, justamente por parecer com a da garota que havia perdido na minha primeira missão. Felizmente, dessa vez não haviam ameaças contra sua vida nem nada que exigisse demais de mim. É só mais uma Rank D disse a mim mesmo, tentando relaxar.
Quando me dei conta já estava nas ruas, segurando Hizuma com cuidado enquanto ele admirava as pessoas com receio, estendendo a mão para alguns estranhos e ameaçando chorar quando ouvia alguns comerciantes falando alto sobre seus produtos. Apesar disso, o que realmente havia acalmado o pequeno fora o passeio. Havia encontrado o senhor Sanmaru quando cruzava a ponte e ele havia me "oferecido" a oportunidade de levá-lo para um passeio de barco. Um grande empresário de personalidade forte e que havia criado uma relação de amizade comigo nas últimas semanas. Bom, mais de serventia do que amizade, mas tentei ver o melhor lado daquilo. Confiei o pequeno nobre a ele enquanto guiava o barco, tentando confiar no pouco conhecimento que estava adquirindo na condução daquelas embarcações. Para minha sorte, havia algo assim na lista. O bebê adorava água e passeios como aquele, sendo uma das recomendações para caso ele não se acalmasse. De fato, suas risadas e seu sorriso não negavam sua alegria, batendo palmas como se pedisse para que eu continuasse e aumentasse a velocidade. Arrisquei duas ou três vezes, mas tentei não ser imprudente, nem com a segurança dos que ali estavam nem com minha própria carteira caso acabasse batendo. 
Alguns minutos depois, tive de despistar o senhor Sanmaru antes que ele acabasse se aproveitando da minha presença para carregar caixas ou fazer outros serviços gratuitamente, voltando pelo caminho até a mansão e aguardando ali. Estava quase na hora de dar-lhe a mamadeira e eu estava prestes a pedir ajuda a algum dos seguranças ou as cozinheiras quando a minha contratante retornou. Só quando lhe devolvi a guarda de Hizuma que me dei conta do quão desgastante aquilo havia sido. A parte de navegação havia sido a melhor dentre elas, mas carregá-lo durante um bom tempo e os sustos que tomara sempre que pensava que ele havia se machucado fizeram valer cada ryou que obtive naquele dia. Com minha missão concluída, me despedi deles, indo até o gabinete de missões recolher minha recompensa e enfim retornar para casa descansar.


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Re: [Missões] Tatsuki DragonSex Abr 30, 2021 1:44 pm

Carregue as compras da senhora  

A senhorita Benihime não gostava de aparatos tecnológicos. Tinha medo deles, como se fosse acabar eletrocutada só de se aproximar demais. Morava em uma zona mais afastada do centro de Kiri e, já com idade avançada, não conseguia carregar sacolas de compras por conta própria, tendo de solicitar ajuda a ninjas de classe baixa como eu. Infelizmente, esse receio com tecnologia fizera ela surgir com a exigência de carregarmos todos os itens em uma canoa que ela possuía e usava para visitar certos lugares. Estava surpreso com a quantidade de vezes as quais estava demandando que eu tivesse o mínimo de conhecimento em navegação e agradeci por ter acordado para isso.

Com ela a bordo e os remos firmes em minha mão, iniciei o percurso pelo rio enquanto ela fazia questão de ler e reler a lista de compras para mim. Pelo que havia entendido, passaríamos em vários lugares justamente por ela dar preferência a alguns mercados em certos quesitos. Por exemplo, nada de comprar leite no centro, pois ela amava o vendido num bairro periférico ao leste do vilarejo. Se a lista fosse entregue a mim, poderia tratar com mais eficiência, fazendo as compras e concluindo em poucas horas. Mas a dona Benihime insistia em me acompanhar, pois eu era "novo e ingênuo". Bom, não decidi contrariá-la. Minha missão era auxiliá-la no dia de hoje e estava contente de ser ao menos algum trabalho de campo. As águas estavam um pouco agitadas, mas já estavam pegando no jeito em manobrar embarcações, inclusive algumas mais braçais como aquela.

Paramos em um pequeno porto e eu deixei o bote bem preso à um dos suportes de madeira, adentrando o primeiro mercado e saindo de lá já com duas sacolas pesadas, contendo desde sacos de arroz industrializado e ramens até refrigerantes e bebidas. Era impressionante como a segunda era praticamente só de sakê e bebidas alcoólicas variadas. Tentei não contestá-la, fazendo apenas o serviço de carregamento e lendo os rótulos que ela não decifrava já com a visão comprometida.

- Você é um rapaz esbelto - Disse, provavelmente esquecendo que já havia me contado que tinha perdido boa parte do sentido e não conseguia identificar as pessoas ao certo. Considerei que estava sendo gentil comigo e comecei a puxar conversa. Paramos para almoçar em um pequeno restaurante local e ela acabou pagando a minha sopa. Fiquei agradecido, até porque os preços estavam bem maiores do que deveriam e eu não era dos ninjas mais ricos.

Quando finalmente riscamos o último item da lista, meus dois braços estavam sendo pressionados por sacos pesados e eu mal conseguia caminhar direito tendo de suportar aquele peso todo. Tivera de pedir para a senhora esperar um pouco enquanto eu os trocava de posição ou tentava achar o melhor meio de levá-los até o bote. Quando enfim chegamos à embarcação, vi que a forma de conduzir seria um pouco diferente. Havia mais peso, o que exigia de mim não só braçadas mais potentes com os remos, mas também a dosagem correta em cada um dos lados, conseguindo fazer as curvas no rio de maneira mais suave para evitar tombarmos. Perderíamos não só uma fortuna de ryous investidos em compras, mas também havia a saúde da senhorita Benihime. Foram minutos de muita tensão e os quais eu tive de extrair todo o conhecimento e instintos adquiridos na prática de navegação. Quando chegamos próximos a sua casa, foi como se uma montanha saísse de meus ombros.

Ajudei-a a posicionar os pacotes nas prateleiras e a guardar o bote mais uma vez, vendo as marcações na lateral da madeira e compreendendo o porquê daquilo. Havia o nome do seu marido entalhado. O homem havia falecido há alguns anos, segundo ela, e agora notava que todo esse passeio talvez confortasse a dor de sua perda. Prometi que a ajudaria sempre que precisasse antes de me despedir, partindo após mais uma missão concluída.

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Re: [Missões] Tatsuki DragonSex Abr 30, 2021 3:32 pm

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Re: [Missões] Tatsuki DragonSeg maio 03, 2021 10:08 am

Ajude a criança com o dever de casa

Dei um suspiro, observando enquanto o garoto rabiscava a folha, montando o desenho mais feio desse mundo. Cocei a cabeça, tentando relaxar um pouco e me empenhar na tarefa. A missão de hoje era ajudar o pequeno Iuuji, um rapaz de família nobre que estava tendo dificuldades em suas provas de escola, o que levou os pais a solicitarem ajuda de alguém para auxiliá-lo. Ou pelo menos entretê-lo. Iuuji era extremamente hiperativo. Sempre que tentava mostrá-lo o conteúdo ou resolver questões que provavelmente cairiam na prova, ele simplesmente bambeava para os brinquedos e fingia que eu não estava ali. Era difícil ter que bancar o professor e eu havia chegado a um ponto em que não fazia nada a não ser vê-lo pintar e tentar se expressar com alguma arte.

Pensei um pouco a respeito daquilo. Eu certamente não era um dos mais carismáticos de Kiri e não conseguiria convencê-lo. A minha lábia era afiada e treinada, mas a oratória com aquela criança em específico chegava a ser inútil. Estava tentado a intimidá-lo, mas certamente pegaria mal pra mim caso ele contasse aos seus pais e eu estava farto de problemas com má fama.

- Hey. Que tal eu te contar sobre o antigo rei? -
Comecei, fazendo parecer que tinha um conto interessante, mas sendo movido completamente pelo improviso. Iuuji se voltou para mim com os olhos brilhando, claramente interessado. Agora não tem mais volta, pensei. Narrei então como se antes das vilas tudo fosse um grande reinado, fazendo a voz de um grande locutor e tentando dar vida aos personagens. Para as mulheres, princesas e rainhas, tentava forçar uma voz mais fina e suave e para o rei um tom áspero e agressivo. Quando me dei conta já estava caminhando de um lado ao outro, imitando o monarca brigando com seus filhos por não fazerem as atividades de casa. Foi a melhor coisa que eu podia ter feito.
Não demorou muito para que ele se atentasse a tudo que eu dissesse a respeito do conteúdo, mas, não bastasse isso, eu temia que logo logo ele me ignorasse novamente, então tratei de imitar o próprio rei, usando Henge para me transformar em um senhor mais velho e barbudo, falando-lhe sobre como melhorar sua escrita. Quando enfim terminamos a lista de exercícios, ele parecia estar contente, dando-me um abraço e desfazendo a transformação. Por mais que parecesse ser bem problemático, ele havia ficado feliz por ter finalmente conseguido. Talvez sua própria dificuldade incomodasse ele tanto quanto os seus pais. Iuuji contou-me que amava ninjas e logo eu compreendi o porquê de ter sido contratado. Afinal, seria muito melhor ter chamado alguém com capacitação na área. Alguém que realmente tivesse se preparado para isso. Mas, para alguém que admirava os shinobi, aquilo era gratificante.
Aguardei a vinda dos seus pais, deixando que ele continuasse a desenhar e fingindo achar bonito, tentando ser bondoso com ele. Quando enfim os responsáveis retornaram à residência saí até o gabinete de missões, pronto para dar um relatório sobre aquela tarde e sobre como os clientes estavam satisfeito com o serviço prestado.



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Re: [Missões] Tatsuki DragonSeg maio 03, 2021 7:14 pm

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Re: [Missões] Tatsuki DragonQui maio 06, 2021 8:27 pm

Limpe o rio (4 semanas antes da morte de Suyo)

Puxei umas sacolas para fora do curso da água, examinando o que tinha o seu interior e me deparando com restos orgânicos de comida, pacotes de bala e algumas tralhas sem serventia. Notei que aquilo seria ainda menos agradável do que imaginava, mas não reclamei. Hoje não estava tão paciente para treinar e, não tivesse sido convocado, certamente passaria o dia procrastinando. Um dos rios de Kirigakure estava precisando de limpeza e hoje eu seria o encarregado por fazê-la. Por mais que as águas não fossem tão fundas, não era decente sair tentando achar tudo a olho nu, afinal, era justamente por ter sujeira ali que a visão se tornava um pouco embaçada e dificultosa a busca visual. Que melhor modo se não usar meu Byakugan para encontrar algo indevido? Concentrei chakra nos pés e caminhei descalço pela superfície do rio, deixando as sandálias escondidas atrás de uma pedra próxima a nascente e seguindo em frente. Havia um grande saco de lixo em minhas mãos, o qual eu depositava o que conseguia achar de estranho ali dentro. Latas de refrigerante, pacotes de plástico, canudos.

O lado bom de caminhar tanto era apreciar um pouco mais a paisagem de Kirigakure. Estava em um bairro o qual eu não costumava visitar então tudo era muito novo para mim. Vez ou outra buscava por algum ponto de referência ou algo que refrescasse a memória, mas era difícil me localizar mesmo assim. Era apenas por diversão e para tentar pensar em outra coisa além do serviço. Contanto que seguisse o fluxo do rio, conseguiria retornar com facilidade. O semblante das pessoas que transitavam nas imediações estava diferente de alguns meses antes. Não dava pra deixar de notar o quanto estavam aflitas e pensativas com as notícias da guerra e como tudo caminhava para o caos. Eu era horrível em história e não fazia ideia nem mesmo quantas guerras anteriores entre vilas haviam acontecido ou como tinham se desenrolado, mas era algo comum de se deduzir: Guerra significava mortes. O falecimento de ninjas cujas famílias jamais os veriam novamente. Pessoas que sustentavam famílias inteiras só com o pouco dinheiro das missões e que conheceram o destino cruel graças ao ego dos líderes.

Alguém havia tentado atacar o Zetsubo-sama e iniciado aquele clima pesado. O país da geada, em um ato ridículo, tentara sobrepujar o nosso líder. Não conseguia entender como alguém que se infiltrara na vila e preparado um atentado conseguiu persistir mesmo olhando todos aqueles rostos ali. Todos os inocentes que iriam sofrer com aquilo. Agora, entretanto, nada mais podia fazer. Enquanto recolhia as impurezas materiais do rio, só pude me preocupar novamente em dar tudo de mim. E isso não só se resumia ao treino. Manter a vila limpa e ajudar pessoas com as compras eram só alguns exemplos de como facilitar um pouco a vida dos moradores. Era mostrar que os shinobi estavam presentes, que protegeríamos eles e os auxiliaríamos da forma que precisassem. Quando enfim concluí, não me senti tão satisfeito quanto tinha ficado quando resgatamos Kaori. Mas houve uma leve sensação de dever cumprido.

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Re: [Missões] Tatsuki DragonQui maio 06, 2021 8:29 pm

Acompanhe o pequeno Mirio num encontro(4 dias após a morte de Suyo)

Dragon não estava com saco para fazer nada naquele dia, mas não havia como o genin recusar quando era convocado para uma missão. Havia criado o hábito de sempre cumprir as tarefas que lhe fossem designadas, tentando se assemelhar ao máximo do que sua mãe foi um dia como jonin da névoa. Assim que recebeu outra carta contendo as instruções, ficou no mínimo aliviado por ser uma tarefa mais simples dessa vez, dentro de Kirigakure. “Preciso parar de pensar nisso” disse a si mesmo. Por mais que quisesse continuar no quarto e se permitir o luto, ocupar a cabeça com algo mais talvez fosse um bom remédio.

A passos calmos deixou sua casa, não mais incomodado com os ferimentos, graças a sua rápida passagem ao hospital da vila. Sua mente, entretanto, ainda não conseguia se desvincular do forte. Onde quer que olhasse lá estava Suyoshi. Não estava delirando a ponto de visualizar o corpo do seu companheiro morto em cada esquina, mas praticamente o mundo a sua volta lhe dava resquícios de memórias com ele. Desde a dupla de crianças correndo pela rua até uma gargalhada estrondosas vindo de um restaurante. Antes de dormir, Dragon torcia que fosse capaz de externar sua frustração em um treinamento, explodir dois troncos ou três só com a força do seu chakra. Mas agora tinha de cuidar de uma criança. Mirio Hoshigaki era de uma família nobre, pertencia ao clã do nosso Mizukage e, embora fosse um menino dócil, tinha certas dificuldades com garotas e estava tão nervoso que acabara implorando aos seus pais que contratassem alguém para acompanhá-lo e assisti-lo, caso fosse necessário. Essa era a sua missão, garantir que o primeiro encontro do jovem fosse um sucesso.

Sua aparência certamente seria um diferencial positivo. Os dentes pontiagudos, o par de olhos vibrantes e as guelras em seu pescoço acabam surpreendentemente formando um par harmônico com seu rosto bem afilado e cabelo bagunçado. Era uma criança bonita, mas sua falta de confiança o atrapalhava.

- Olha, Mirio, não precisa ter medo –
Disse Tatsuki assim que ele desatou a chorar, a alguns metros da ponte. Por sorte, a mocinha que o esperava não havia nos visto, apenas apreciando as águas do rio mais adiante. O ninja puxou o jovem nobre para o canto, tentando escondê-lo antes que ela notasse aquela cena deplorável.

- Eu vou estar aqui, certo? -
Dragon fez um selo de mão, moldando sua aparência e tornando-se praticamente uma versão mais velha de Mirio, ou ao menos a que ele pode imaginar. Tinha cabelo mais longo e físico forte, mas suas feições do rosto preservadas. Assim que o fitou, foi como se uma dose de autoconfiança preenchesse o rosto do rapaz. Dragon sentiu por alguns instantes como se o pequeno encarasse um espelho e acreditasse que aquele era ele agora. Sem nada dizer, apenas assentiu antes de correr até a ponte. Assisti tudo ali, caminhando de um lado ao outro e mudando a transformação para parecer que eram pessoas diferentes passando pela ponte, tentando caprichar no disfarce até mesmo para que Mirio não me visse e perdesse seu foco.

Pelo pouco que podia entender, o rapazote gaguejava aqui e ali, mas parecia conseguir tirar algumas risadas da garota. Ao se passarem bons minutos de conversa, tudo deu errado. Acabou exagerando na dose e ao invés de se desperdir normalmente, ele saltou, tentando abraçar a garota. Do ângulo em que Dragon assistia não duvidava que tivesse almejado até mesmo roubar um beijo aéreo. O que se seguiu foi inevitável. Gritos e socos. Não fosse o genin de Kiri chegando e tentando acalmar os ânimos, o pequeno Hoshigaki chegaria repleto de marcas em sua residência e, bom, Dragon no mínimo seria acusado daquilo. Quando os ânimos se acalmaram e o pequeno Mirio estava em lágrimas eles aguardaram um pouco antes de voltar. Àquela altura, Dragon já não pensava mais no seu companheiro de time, apenas sentia pena e tentava achar o melhor modo de explicar a ele o seu erro.

- Não vou contar a ninguém que deu errado –
Prometeu ele na volta, fazendo com que Dragon ficasse surpreso. A missão havia praticamente falhado, afinal, a tarefa era garantir que tudo correria bem do início ao fim. Mas Mirio não fazia aquilo só pelo intento de proteger Tatsuki.

- Foi a primeira vez que eu me senti tão bem. Eu… só conseguir ir pra ponte por conta de você. Obrigado, Dragon – As palavras acertaram Dragon, fazendo com que seus ombros desabassem e ele se sentisse bem, pela primeira vez em alguns dias. Estava feliz por ter conseguido ajudar Mirio, mas, no fundo, algo o conteve. Segurou o semblante de felicidade e a vontade de dar-lhe um aperto de mão. Interrompeu qualquer demonstração de afeto ou algo que pudesse torná-los um pouco mais íntimos. Não suportaria perder mais gente importante. A solução para ele era simples, não tornar mais ninguém importante. Desvincular-se era a escolha que ele havia tomado no hospital e era o que passaria a fazer dali em diante. Se despediu formalmente ao chegarem na residência, avisando aos pais que tudo estava bem e avançando rumo ao gabinete de missões. Sua missão havia se finalizado e aquilo era o suficiente. Precisava ser o suficiente.

Tatsuki Dragon HP 340/340 | CH 640/640

Considerações:
Dragon
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