Limpe o prédio abandonado(3 semanas antes da morte de Suyo)

Puxo o esfregão do balde, molhando e limpando o salão principal. Não havia mais ninguém ali. Na verdade, eu era a primeira pessoa que pisava no lugar em meses. A tarefa que havia recebido hoje parecia não exigir dojutsu nem qualquer habilidade relacionada a combates. Por mais que fossem missões simples, eu sempre tentava extrair alguma prática. Seja um ninjutsu básico ou a simples comparação. Limpar um prédio abandonado não só era entediante, como também cansativo. O lugar não era tão grande assim. Talvez um dia fosse uma sala com vários escritórios ou um pequeno hotel com um primeiro andar. Mas hoje era apenas uma casa coberta por poeira e sujeira, a qual o proprietário desejava limpar possivelmente para venda.

Não me espantava que alguém o desejasse. Por mais que não fosse tão bonita assim, com uma boa pintura e uma boa faxina, poderia ser de grande valia. Até por se localizar em um bairro próximo ao centro comercial de Kirigakure. Pensar nisso foi o único entretenimento que tive entre varrer, esfregar e limpar o imóvel. Todas as salas estavam vazias e, por algum motivo, algumas delas estavam trancadas. O que me fez ficar inerte por alguns minutos. Não desejava limpar tudo e deixar só elas apodrecendo e, segundo o rapaz no gabinete de missões, eu precisava cuidar de todo o perímetro, sem exceção. Olhei a maçaneta, tentando estudar sobre como abri-la. Eu não tinha nenhuma chave e as da minha casa jamais entrariam ali. Tentei com alguns pedaços de pau jogados, algumas pedras, até mesmo com minha kunai. Todas tentativas em vão. Chutar ou uma abertura forçada só traria problemas e eu precisava evitar isso.

Continuei a limpar até me deparar com um pequeno grampo. Uma presilha usada para cabelos longos e que talvez, se eu a apertasse e deformasse um pouco, encaixaria bem. Assim o fiz, girando e apertando contra a madeira até conseguir girar a maçaneta. Tô com sorte pensei, vendo mais um cômodo com um extenso trabalho a si fazer. Guardei o item, sabendo que precisaria utilizá-lo em pelo menos mais três ou quatro quartos e prossegui com o serviço. Foram horas de trabalho. Não só era estressante fazer o trabalho braçal, como também a estratégia do grampo tinha… falhas. A maioria das portas simplesmente não queria abrir. Talvez por eu não conseguir fazê-la direito, talvez por realmente aquele não ser o método certo. Não fosse as minhas tentativas constantes e praticamente uma hora inteira destinada a arrombá-las, eu não teria conseguido.

Recolhi os utensílios de limpeza, saindo do prédio e retornando para ele logo em seguida. A ideia era simular a entrada do cliente quando notasse o meu desempenho. Foi graças a isso que pude ver algumas falhas. Algumas teias de aranha em certos cantos do teto e algumas sujeiras estranhas no piso as quais acabou sendo necessário esfregar com toda força para que saíssem. Por fim, com todas as portas dos quartos devidamente fechadas e um cheiro agradável no ambiente, aguardei a vinda do dono. Bastou que eu me sentasse para que ele adentrasse. Talvez por não ter noção alguma de tempo ali dentro, provavelmente não notara que havia demorado mais que o usual para finalizar, mas, por sorte, bem à tempo. Com um sinal positivo dele e sua aprovação, dei a missão como encerrada, partindo até o gabinete de missões fazer um breve relatório de tudo e recolher minha recompensa, jogando o grampo que havia utilizado num lixeiro.