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Após uma longa e devastadora batalha contra o Imperador Iedolas Aldercapt, Isabel Uchiha emergiu vitoriosa, sendo coroada como a nova Imperatriz de Nilfheim. Como uma de suas primeiras ordens, a nova monarca ordenou o recuo das tropas do leste, dando um fim àquele terrível conflito.

Infelizmente, a vitória não foi gratuita. O trono fora conquistado através de perdas irreparáveis, e agora a salvadora do oeste guardava do mundo um segredo importante.

Enquanto isso, envenenado e escolhido pela escuridão, Orion Noctilucent tornara-se avatar de uma entidade maligna vinda do mais profundo abismo de Elyos, convicto de que é chegada a hora da verdadeira invasão demoníaca.

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Genin de Kirigakure

[Treinos] Como treinar seu DragonTer Mar 23, 2021 8:41 pm

Relembrando a primeira mensagem :


[Treinos] Como treinar seu Dragon - Página 2 20d69ec7837a06c0fe96282c29586fab
Treinos — Ano 1245

> Aqui se passarão os treinamentos de Tatsuki Dragon, de forma atemporal. O cenário destes variam, de acordo com a construção do texto e do objetivo da missão. Como padrão, todos acontecimentos se passarão no verão de 1245, a não ser que seja especificado o contrário.


Última edição por Dragon em Sex Abr 30, 2021 9:16 pm, editado 1 vez(es)
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 10:38 am

- Pronto! - Disse quando terminei de organizar as pedras e galhos. Fora trabalhoso. Tive que passar pelo menos uma hora na floresta próximo ao centro de treinamento coletando alguns materiais caídos para conseguir formar aquela pista. Apelidei-a de Gincana do Dragão enquanto apreciava meu mais novo método de aprimorar minhas habilidades. Talvez no fundo fosse somente a carência de ser bom em alguma coisa. No “Diários de um Ninja Rebelde”, o livro que estava lendo antes de dormir, shinobis passavam por diversos tipos de percalços nas missões e, embora eu não tivesse visto isso ultimamente, a qualquer momento poderia ser designado para algo do gênero. Embora fosse uma obra de romance e não de relatos reais, tentava a convencer a mim mesmo que aquilo era verdade. No fundo sabia que era por lembrar um pouco do meu irmão e das brincadeiras que fazíamos como crianças. Com exceção de que os exercícios de hoje eram muito mais pesado.

Iniciei o percurso com a corrida com salto horizontal, onde eu precisava saltar o máximo que conseguisse sem usar o Shunshin. A ideia era imaginar um obstáculo logo a frente, como um poço de areia movediça que o protagonista do livro teve de evitar para salvar a sua amada. Empurrei o chão com força e me agachei pouco antes da marcação com giz. Recrutando tudo que tinha de mim, me impulsionei para frente, com todo cuidado para não cair de cara na terra nem tampouco perder tanto impulso, visando chegar o mais longe possível. Atingi o solo pelo que julguei ser mais de dois metros a primeiro olhar, o que fora bom para uma primeira tentativa de alguém sem tanta força como eu. Mas ainda estava alguns centímetros atrás da meta que eu tinha para hoje.

Sem fazer pausa alguma optei por continuar, seguindo para a murada de pedras, etapa onde eu tinha que pular alguns obstáculos com altura crescente a medida que me aproximava do final. A princípio tudo ocorrera bem, eu me agachava o máximo que conseguia e jogava o tronco para frente, ao passo que erguia os joelhos o máximo possível de maneira a passar  por eles frontalmente. Não conseguia metrificar ao certo, mas cheguei a levar um tombo quando tentei pular um amontoado de rochas que chegava a superar altura do meu joelho. Mesmo assim, não desisti. Levantei-me com alguma dor e ao invés de continuar dali mesmo, voltei para o início da maratona.

E assim o fiz por mais uma hora de atividade física, parando para dar algumas voltas em um círculo ao redor da área de treinamento de maneira a manter o corpo aquecido e tentar esvaziar um pouco a mente dos problemas do cotidiano. Era estressante ter que estudar e realizar missões que não tinham tanto impacto quanto eu imaginei na academia. Mas era exatamente o que meu instrutor havia me dito da vez que desabafara isso com ele. Eu ainda não estava totalmente pronto para enfrentar situações piores. Prova disso eram os resultados do treino de hoje. Bom, talvez nem tanto. De fato, era quase impossível chegar as marcações que eu havia estipulado. Talvez por eu ter exagerado um pouco na altura das pedras ou na distância do salto. Respirei fundo, entendendo que exagerar por mais tempo só desgastaria meu físico e não me proporcionaria resultados algum. Optei por descansar, saindo dali e encerrando meu treino de atleta por hoje.  
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 10:40 am

Puxei as anotações do meu bolso, examinando-as com cautela antes de me voltar para os utensílios jogados ao chão. Era um resumo e alguns rabiscos extraídos do livro que havia pego na biblioteca a respeito de armadilhas ninja, meu novo manual de estudo para aprimorar as habilidades naquela área. Eu sabia que não era em toda situação a qual eu teria a oportunidade de prepará-las com antecedência e que parte de mim preferia usar aquele tempo livre para passar algumas horas com meu pai, mas, mesmo assim, não só era divertido montá-las como também poderia ser útil algum dia para mim e para meu time. Dispostos ao chão, ao invés de fios de aço e kibaku fuda como descrito nas instruções, usaria como instrumentos alguns metros de corda que havia pego emprestado da minha própria casa e alguns papéis em branco para simular os papéis bomba, além de pedaços pontiagudos de madeira para fincá-los ao chão.

Não só era caro para comprar o material do arsenal ninja que gastaria para fazê-las conforme era o ideal, como também eu não queria ser vítima de qualquer tipo de acidente enquanto aprendia a montá-las. Caminhei até as árvores, achando melhor ter um cenário diferente do que o espaço aberto do centro de treinamento para testar aquilo. Enrolei a corda no pedaço de madeira e finquei-o ao chão próximo às raízes de um carvalho grande, estendi-a até uma outra árvore, amarrando a outra ponta no tronco de maneira que ficasse bem mais firme. Para montar a base daquele projeto, depositei o papel no centro do fio. Me afastei alguns passos, examinando-a. Claro que, mesmo se a fizesse com o material correto, dificilmente alguém cairia em uma armadilha daquelas, mesmo a noite. Estava próximo a entrada do lugar e em uma posição completamente desfavorável.

Para garantir o sucesso dela, usei o capítulo do livro que falava sobre usar elementos do ambiente para retirar a visão da armadilha. Haviam algumas maneiras de fazer aquilo, seja colocando algo chamativo em uma altura maior, seja fazendo-o não sentir a necessidade de olhar o solo. Olhei para a direita, vendo que o caminho entre as árvores ali era mais estreito e que haviam alguns arbustos logo ali, além de raízes grossas o suficiente para enrolar a corda, o que me permitiria fazê-la ainda mais baixa e mais imperceptível. Só precisava colocar um pequeno galho recheado de folhas próximo a parte com o papel, o que a ocultaria. Tomei cuidado para não encostar no fio, afinal, precisava simular até mesmo para mim que montava que aquilo era realmente uma situação real.

Assim, comecei a explorar a pequena floresta com a corda e o papel, testando ângulos e lugares e me acostumando mais com a ideia de explorar o ambiente, o que me ajudaria não só a montá-las, como a encontrar outras já feitas. Quando já estava cansado e percebi que mais nada poderia extrair daquele tipo de exercício parti para casa, imaginando que outro tipo de coisa poderia fazer para tentar aprender mais.
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 10:42 am

”Clique aqui para ver a Introdução para o treinamento\Contextualização – Não é objeto de avaliação”:

- Vamos começar?  - Perguntou Hitorima-sensei, estalando os dedos logo após alongar suas pernas, preparando-se como se fôssemos correr uma maratona. No entanto, seria aquele apenas o primeiro dia da nossa semana de aprendizado. O jounin em questão era companheiro da minha falecida mãe e, bem ou mal, estava me ajudando mais uma vez nos meus treinamentos. Dessa vez, no entanto, aprenderia algo diferenciado: Genjutsus. Sequer sabia se eu tinha realmente a capacidade de executá-los, embora entendesse na teoria sobre como eles funcionavam.

Fiquei contente por ele se dar o trabalho de revisar os conceitos básicos sobre esse tipo de jutsu antes de iniciarmos, me relembrando a respeito da manipulação do chakra, que era direcionada para afetar os sentidos de um alvo, um ou todos eles. Logo vieram os detalhes e em que consistia sua execução. Sabia que não era fácil nem mesmo de obter os pré-requisitos para fazê-la tomar forma, muito menos dominá-la. Mas eu não me via com a opção de desistir. Entendendo o que precisava fazer, comecei a praticar os selos de mão. Era uma técnica simples, então não me espantei por não precisar de tantos assim. Primeiro posicionei os dedos no selo da cobra e em seguida no do rato, executando ambos enquanto exercitava o meu fluxo de chakra de maneira a me habituar melhor a fazer aquilo. A ideia era doutrinar a mim mesmo para conseguir fazê-lo de maneira automática. Os selos de mão eram a base de boa parte das técnicas ninja e eu não podia me permitir errar algo tão básico. Por mais que fossem poucos, investi cinco minutos só nisso, executando-os e sentindo a energia fluir dentro de mim.

Em seguida, me pus a tentar executar o genjutsu no meu próprio professor. Tentei liberar meu chakra e enviá-lo até ele, não com o intuito de moldá-lo como é padrão dos ninjutsus comuns, mas causar uma perturbação no fluxo de chakra do seu cérebro. A comparação que havia lido era como se eu estivesse enviando uma ordem para o insconsciente do alvo, fazendo com que ele perdesse noção do seu corpo e ambiente externo, esculpinado a minha própria realidade encima dos seus sentidos. No caso do Narakumi no Jutsu, a ideia primária era fazê-lo enxergar algumas folhas saindo do chão e se elevando em espiral em torno dele. Era o primeiro passo para que a ilusão funcionasse. Precisei tentar pelo que pareceu uma hora, sem obter aparentemente resultado algum, até o professor me disser que era o suficiente. Claramente não era. Não sabia nem mesmo se com o meu nível atual eu conseguiria fazer nem mesmo um arranhão nas suas reservas de energia.  

Quando ele pediu que eu fizesse uma pausa, não demorou mais do que cinco minutos para que Shin, o filho de Hitorima, aparecesse. A passos calmos, o genin de cabelos brancos se aproximou de nós, lançando cumprimentos e perguntando como poderia ajudar. O professor jamais seria rápido o suficiente para chamá-lo ou trazê-lo até aqui para nos dar apoio, mas lá estava ele. Como se estivesse ali de bobeira nas proximidades. Hitorima então me pediu para fazer o mesmo exercício, dessa vez com um novo alvo.

A ideia então parecia mais plausível. Com o objetivo agora sendo o meu antigo companheiro de treino, fiquei um pouco mais confiante. Por mais que ele tivesse mais experiência do que eu como genin, a chance dar certo era mais paupável do que fazê-lo com alguém de patente muito mais alta. Reiniciei então as minhas investidas, sem obter resposta até o que seriam dez minutos de pura monotonia. Naquela vez, o meu fluxo de chakra se atrapalhou e se desfez completamente no meio do caminho. Era como se houvesse uma resistência ao genjutsu. Arregalei os olhos, surpreso com o que tinha ocorrido e resolvi tentar outra vez. Aquilo só refletia o avanço que estava tendo.

Meus dedos deslizavam de maneira cada vez mais fluida para formar os símbolos necessários, ao passo que eu depositava cada centímetro do meu foco na concretização da técnica. Quando os olhos de Shin mudaram para uma expressão vazia, eu já estava pelo menos a meia hora tentando e testando meios diferentes. Da minha perspectiva, seu corpo estava inerte, como se vislumbrando outra coisa. Após alguns segundos ele piscou, saindo de alguma espécie de transe e recuando alguns passos.

Quando conseguiu falar, afirmou ter visto folhas e em seguida estar em um cenário vazio. Por mais que eu enxergasse aquilo quase como uma completa falha, o jounin disse que eu estava no caminho correto.

– Você está quase lá – Interrompeu-nos o instrutor – Mas precisa perceber que a essência do jutsu é mais do que controlar os sentidos do alvo. Essa técnica em específico vai tirar informação dele mesmo. Quero que você faça-o ver seu maior medo. A questão não é se você consegue modificar esse cenário branco que ele vê. Não é esse seu papel –
Concluiu, explicando-me de maneira direta o bastante para que eu conseguisse entender onde estava meu erro. Pedi a Shin para tentarmos outra vez e assim fizemos. Não era qualquer cenário que eu visava com a perturbação, e sim o pior de todos. Ao encarar a cabeça do meu alvo, tentei esquecer o quanto conhecia ele, desde nossos treinos juntos até a época da academia. Não seria eu que buscaria a informação do seu pior pesadelo. A técnica trabalharia por si.

Confiei no jutsu e nos fundamentos que me foram passados, lembrando-me daqueles olhos vazios quando consegui executá-lo pela primeira vez. Pouco a pouco comecei a obter sucesso mais vezes e o cenário branco agora já se tornava visões que Shin se recusava a detalhar, apenas dizendo que haviam algumas deformações grotescas. Detalhes que eu precisava trabalhar se quisesse usar aquela técnica em situações reais. Percebi então que eu tentava traçar uma corrente entre mim e o alvo, inconscientemente gerando a necessidade de ter um fio de chakra nos conectando, quando na verdade talvez o correto fosse realizar a ilusão uma só vez. Quando criava bunshins eu não precisava criar um “elo” de chakra entre mim e ele, apenas precisava formá-lo. Tentei aproveitar esse mesmo fundamento para o genjutsu, tendo um feedback positivo gradativamente. Meus dedos e antebraço já estavam cansados quando enfim Shin disse em voz alta que tinha dado certo.

Sem tempo para comemorar, vi o garoto se ajoelhar alguns metros a frente, claramente abalado e trêmulo, com as duas mãos na face. Tentei me aproximar para saber se ele estava bem, mas ele só pediu para que eu me afastasse. Diferente das outras vezes, desta eu pude perceber que ele tinha visto algo que o afetou de maneira mais concreta. Comecei a pensar se não fora maldade pedir para servir de cobaia para meu treinamento, ainda mais para uma ilusão daquele porte. Não eram atitudes que um amigo faria, muito menos seu próprio pai. Mesmo em face disso, não insisti para que ele saísse. Eu precisava dele ali e embora achasse que aquilo era maldoso, era necessário.

De fato, Shin ainda suportou até eu conseguir lançar 3 vezes seguidas sem nenhum erro. Dando por fim as atividades do dia. Todos os três saímos sem nos despedir direito, só deixando claro o horário em que nos encontraríamos no dia seguinte. No caminho de volta, comecei a pensar em Hitorima e em seu filho e como eles pareciam ter algo estranho. Algo que eu não conseguia explicar. Mesmo com esse mau pressentimento assolando meus pensamentos, quando retornei para casa naquele dia, havia dominado meu primeiro genjutsu.

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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 11:00 am


Treinos de Pericia

Pois bem Dragon, como vai? Bem, não encontrei problemas em sua narrativa, seus movimentos foram bem descritos,  coisa a qual facilitou no entendimento da movimentação do seu personagem. Parabéns.
Recompensa final: +2 pontos em Acrobacia;+2 pontos em Armadilha; +2 pontos em Atletismo;
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 11:14 am


Aprendizado de Tecnica

Aprovada;
Recompensa final: Rank D: Magen: Narakumi no Jutsu;
[
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 11:49 am

Não fazia ideia de onde o senhor Kai havia conseguido aquela plataforma. Quando cheguei para treinar meus movimentos naquela manhã, esperava encontrar o cenário comum do dojo, com crianças praticando luta corporal e o mestre proprietário do lugar dando ordens e ensinando-os o que podia. Contudo, mais parecia como se ele estivesse torturando os pequenos. Era como uma tábua gigante e inclinada feita de madeira lustrada, como uma ladeira no meio da sala se elevando até próximo ao teto. Havia um motor acoplado na base que fazia com que ele tremesse vez ou outra, levando as crianças escorregarem ou caíram. Alguns deles se penduraram no topo, mas não cessavam o choro, com medo de soltar para voltar ao chão. Fiquei alguns segundos encarando aquela cena, sem entender o que se passava, mas sem esperanças de achar lógica naquilo. O treinador sempre trazia novidades malucas e aquela bugiganga tecnológica era só mais um exmeplo do quanto ele ia longe pra testar seus alunos.

Não havia nenhuma espécie de corrimão ou algo para que pudessem se apoiar, mas alguns mais experientes e dotados de maestria conseguiam se manter de pé mesmo com o balançar das molas, sendo jogados somente quando arriscavam dar muitos passos diante dos tremores, reiniciando a subida. Segundo o que o proprietário gritava, a ideia era que lutassem ali mesmo, mas qualquer um que visse aquilo sabia que era impossível. Não sabia quanto demoraria pra eles obterem sucesso em se manter firmes, mas tinha certeza que não seria hoje. Cumprimentei os que estavam na entrada, me preparando para subir. Eu sabia que levaria belas quedas, mas aceitei o desafio.

Embora não enxergasse como aquilo poderia realmente simular situações reais de combate, coisa que havia feito nos treinamentos anteriores, se conseguisse aprimorar meu corpo de alguma maneira, já valeria a pena. Minha maior dificuldade até então era enfrentar Suyoshi no mano a mano. O meu companheiro de time não só era rápido, como extremamente preciso e destrutivo em seus golpes. Tudo que eu tinha naquele momento, por outro lado, era minha habilidade com genjutsu e, mesmo assim, se ela falhasse eu estaria em maus lençóis. Deixando os pensamentos de lado, dei os primeiros passos no plano inclinado,

Subi na plataforma de pés nus, observando que ela tinha pelo menos 7 metros de extensão. A inclinação não era tão acentuada, mas os tremores eram brutos o bastante para me chacoalhar dos ombros a panturrilha. Quando tentei dar mais um passo, balancei para frente e para trás, como se estivesse lutando contra o próprio vento e caí de costas na madeira, rolando até chegar no chão e derrubando uma criança no percurso. Pedi desculpas e dei um suspiro, sentindo-me dolorido na mesma medida que humilhado. Tentei outra vez. E outra vez. Até conseguir chegar ao que seria metade do plano. Me empenhei somente em permanecer ali. Parecia que conforme subia a dificuldade aumentava. Não era tão bom em física então não entendia se era algo relacionado a isso ou se era uma característica da própria máquina.

De todo modo, comecei a ser atacado. Uma das crianças que ali estavam tentou me aplicar um soco no estômago, com um sorriso de ponta a ponta no rosto. Talvez querendo rir enquanto eu deslizava. Embora eu conseguisse ver claramente, não fui capaz de me esquivar ou de bloquear. O motor se ativou outra vez e eu só pude senti-lo me empurrar e em seguida puxar minha camisa, tentando equilibrar a si, mas falhando. Juntos rolamos ladeira a baixo, com os dentes rangendo e derrubando outros jovens que se prostravam no caminho tal qual uma pista de boliche. Foi a primeira vez que ouvi o senhor Kai rir tão alto. Continuei as tentativas por mais meia hora, até não haver mais criança nenhuma com vontade de arriscar a escalada. Já conseguia permanecer de pé nos primeiros metros, mas subir mais era pedir para levar um belo tombo.

Após isso e de maneira a ao menos divertir um pouco todos ali, o senhor Kai elaborou um pequeno treino de agilidade com kunais falsas, estimulando os pequenos a pintaram a ponta do instrumento e me pintarem por completo com estocadas. Não me permitiram recusar. Tive de me empenhar para saltar, rolar e o que quer que meus instintos mandassem para dar conta do máximo possível de ofensivas. Aquela altura já não conseguia me concentrar em mais nada senão tentar sujar-me minimamente. Quando completou-se uma hora de atividade, eu já estava completamente esgotado. Encharcado de suor, me despedi de todos, agradecendo pela oportunidade e dizendo que voltaria mais vezes. Não tinha sofrido nenhum machucado grave ou que me incomodasse durante a noite, mas tinha sofrido o bastante para ter me arrependido da ideia. Torci que minhas visitas ao dojo realmente que me trouxessem benefícios e me dirigi até minha casa, pronto para devorar minha janta e saciar a fome.

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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 12:16 pm

A última coisa que esperava era um combate direto com o senhor Kai. Naquele dia, havia discutido com o proprietário do dojo a respeito de como seus treinamentos eram superficiais e que a minha necessidade era de algo mais pesado. Mesmo assim, ele insistira em dizer que fora daquela maneira que ele havia sido ensinado e que mostraria a mim o resultado da “superficialidade”. Apesar dele claramente ter muito mais experiência, eu não estava com medo. O mestre era dez centímetros mais baixo que eu, com a coluna envergada e olhar frio. Usava quase sempre um kimono branco e uma faixa preta amarrada na testa. Seu cabelo grisalho já estava repleto de falhas e caminhando para a calvície. Embora ele jurasse não ter saído da casa dos sessenta anos ainda, seu rosto já tinha diversas rugas e manchas.

A idade avançada, entretanto, não o dava aspecto de fragilidade em ângulo algum. Tinha uma musculatura surpreendente para a sua idade, com linhas do peitoral marcado sobressaindo da roupa. Quando ele subiu no tatame, vestia uma camiseta regata, o que revelava seus braços como sendo ainda mais volumosos, talvez do nível de um lutador de boxe. Mesmo diante daquilo eu me recusava a acreditar que havia chance dele sair vitorioso. Seu caminhar sempre fora lento e de passos calmos, como se estivesse com as juntas doendo e todo o propósito ali era demonstrar movimentos fluidos.

Embora eu não fosse dos ninjas mais ágeis, havia melhorado bastante meus movimentos nos últimos dias praticando por ali. Tentava investir pelo menos meia hora praticando desde saltos laterais até rolamentos seguros. De tanto praticar com uma quantidade razoável de alunos, já conseguia até mesmo desviar melhor de ataques simultâneos. Por mais que não fosse comparável com criminosos e oponentes de mesmo nível que eu ou superior, não me sentia nem um pouco para trás.

Quando o ringue soou e deu-se início ao combate, bastou vinte segundos para que minha expectativa fosse jogada no lixo e transformada em pavor. O senhor kai investiu como um gato, me dando um soco tão rápido quase me fez gritar de susto. Ele não era forte, mas seu gingado era constante, avançando e recuando tão naturalmente como as ondas do oceano. Seu olhar era focado e fixo nas regiões em que visava atingir, mas, mesmo diante disso, eu não conseguia escapar a tempo da maioria delas. Tentei girar meu tronco e me agachar, mas era como se ele calculasse até mesmo isso, atingindo regiões ainda piores das quais eu buscava evitar. Minha cabeça já estava zonza de tanto buscar acompanhá-lo, mas eu não desisti. Não havíamos imposto limites ou pontuação. Sequer mesmo havia um juíz. Não pude nem mesmo considerar uma luta de verdade. Era apenas um velho surrando a soberba de um jovem.

Quando rolei para o lado e o evitei pela primeira vez, fiquei tentado a dar um sorriso de felicidade. Mas quando o encarei de novo, ele estava parado e com as mãos no joelho, gemendo enquanto respirava. Tentei me aproximar para checar se ele estava bem, mas tudo que havia recebido fora um soco na bochecha direita. Um movimento surpresa maldoso, mas eficaz o bastante para me irritar.

– Tá certo – Sussurrei, fechando os olhos e expulsando a verdadeira essência do meu jutsu ocular. Ouvi as crianças comentarem sobre a cor vermelha que havia surgido, mas não tive tempo de brincar com elas. Estava focado na luta. Enxerguei o fluxo de chakra do meu oponente, tentando entender como ele agia na hora de atacar, conseguindo prever melhor sua movimentação. As raras vezes em que conseguia me safar começaram a se tornar mais frequentes e em menos de quinze minutos estávamos os dois pegos pelo cansaço. Eu não tinha o hábito de praticar luta corporal, ainda mais sob tanta pressão. Notei que até mesmo a prática com as demais crianças não passava de um exercício diante da ferocidade das ações do velho Kai. Ele, por outro lado, só tinha a idade como obstáculo. Sua habilidade era extraordinária e certamente não fossem problemas de coluna e carência de stamina, ele ganharia de qualquer um, inclusive o meu companheiro de time.

– Desculpe – Pedi, fazendo uma reverência em sinal de vergonha. Eu não tinha o direito de questionar a sua habilidade ou método de ensino. Eu estava ali para ser ensinado e havia sido pego por meu próprio ego. Não era do meu feitio fazer aquilo. Sequer pude considerar aquilo um empate. Não fosse o Akagan, eu certamente teria sido pisoteado há alguns minutos. Ele deu uma risada forte, tão grande quanto dava quando eu caía ou sofria nas aulas dos dias anteriores.

– Obrigado, garoto Tatsuki. Haha. Fazia tempo que eu não me divertia assim – Eu apreciei o gesto. Ele não era do tipo que falaria aquilo só para me agradar. Embora a diferença entre nós fosse evidente, talvez ele tivesse conseguido aproveitar a luta e se sentir mais jovem. Sentir que estava certo em pensar que a idade ainda não tinha lhe tirado tudo. Permaneci ali por algum tempo, fazendo combates simulados como aquele com as crianças e lapidando melhor a minha maestria. Eu demoraria talvez anos para chegar no auge do mestre do dojo, mas jamais esqueceria da lição de moral que ele me deu naquele dia.

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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 1:47 pm


Treinos de Pericia

E aqui estamos novamente, Dragon. Sua escrita me agrada de uma forma geral, não tenho problemas em compreender o texto. Você consegue fazer com que possamos compreender a história do ser personagem e ver a evolução do mesmo de uma maneira bem nítida e gostosa de se ler... É uma pena que um de seus treinos tenha que ser invalidado por já ter completado a perícia em questão.

Treino I de acrobacia - Aprovado;
Treino II de acrobacia - Zerado;

Recompensa final: +2 pontos em Acrobacia, +1 ponto em destreza [ponto bônus];
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 3:48 pm

Quando eu vi a árvore ser literalmente arrancada do solo com um soco de Shin, entendi que ele não estava mesmo brincando. O rapaz de cabelos brancos era filho do meu atual mentor e fora meu parceiro de treino por um longo mês, me ajudando a lapidar ao máximo o meu controle de chakra. Quando ele disse que eu “estava pronto” era para aquilo que ele queria dizer. Arregalei os olhos, soltando um alto “Uau”. Demorara pelo menos um minuto para conseguir dizer qualquer coisa, como se por dentro me recusasse a acreditar que ele era capaz de algo assim. Havíamos lutado duas vezes até então. Se ele tivesse usado aquilo uma única vez, eu sequer estaria vivo.

- Se eu te ensinar, você fica... me devendo uma –
Disse com o olhar pesado, como se já soubesse quando e para quê usaria aquele favor. Não pude deixar de ficar com um pé atrás, mas, em face de algo daquela magnitude, seria um diferencial enorme em comparação com meus dois companheiros. Era o que havia buscado desde o início. Dominar aquele tipo de técnica era o que eu mais desejava durante um mês infernal de treinamento. Não seria agora que daria para trás, seja lá o que tivesse de fazer depois. Aceitei, recebendo um sorriso em retorno e de imediato iniciando nosso treino.

- Presta atenção com outros olhos –
Falou, partindo outra vez para próximo as árvores. Eu não tinha dito sobre meu dojutsu, então provavelmente ele só queria dizer para se atentar aos detalhes. Mesmo assim, com ele de costas para mim, ativei meu Akagan, visualizando seu fluxo de chakra e soltando um “Que” quando vi o que ele fazia. Basicamente era a aplicação de tudo que trabalhamos durante as semanas. Observei a energia ser direcionada dos seus tenketsus até o seu punho, sendo liberada de uma só vez. Dessa vez, Shin mirara em uma pedra, fazendo uma rachadura tão massiva quanto o soco de um gigante. Respirei fundo, com o coração batendo forte. Não só misturando ansiedade como também medo. Tinha receio do que aquilo poderia ter de efeito colateral e, de fato, não era tão simples assim. O rapaz então detalhou o que eu tinha observado, contando do quão desgastante era. Havia um gasto ainda maior de energia, o que faria com que as reservas se esgotassem com rapidez. Na verdade, não era um jutsu, mas uma maneira de luta corporal. Entendia o motivo de só ter sido apresentado a aquilo no final. Sabia que precisava ter um controle excepcional para executá-la com perfeição. Controle esse que eu só conseguira nos últimos dias do nosso programa de treino.

Iniciamos os exercícios. Ao invés de ir direto contra o caule de algum dos outros carvalhos, comecei contra uma pedra pequena. Para alguém com a mesma força que eu seria praticamente impossível causar danos a ela com as próprias mãos. Mas resolvi dar uma chance a mim mesmo. Meditei por alguns minutos, focando minhas reservas de energia em diferentes regiões do meu corpo até que reuni uma quantidade generosa no punho direito. A energia azulada irrompeu como chama e eu desci o membro, com um certo receio e no fundo sabendo que sentiria a dor do impacto. Mas o efeito não foi esse. A rocha empurrou o chão, abrindo um pequeno buraco para se encaixar enquanto se estilhaçava nas bordas. Havia afundado centímetros o bastante para eu entender que jamais teria ocorrido em minhas condições físicas normais. Não era o mesmo impacto que Shin, mas ganhei a esperança de conseguir dominar aquilo.

Precisei perder o receio de ir com tudo e confiar mais em mim, o que demorou bastante. Busquei meditar sempre antes, não só para exercitar meus tenketsus, como também para esvaziar a mente. Mais importante, era extremamente desgastante continuar com aquilo. Diferente das outras vezes que me empenhava horas para dominar algo, tive de fragmentar as tentativas em vários dias, ficando exausto em no máximo cinco minutos nos três primeiros dias, havendo a necessidade de descansar por um longo período. Passei a treinar cedo da manhã e a noite quando voltava das missões, dedicando-me inteiramente ao aprendizado. Com o tempo aumentei esse intervalo pra dez e chegando ao máximo de quinze minutos consecutivos de uso. Não por ter aumentado minha reserva, mas por compreender melhor que não precisava desperdiçar tanto assim.

O instrutor me dava conselhos periódicos, fazendo com que eu explorasse as investidas da melhor maneira possível. Quando consegui estilhaçar as pedras pequenas, passei para as médias e em menos de uma semana já estava nas maiores. Passei a dividir a atividade entre socos e chutes, explorando o máximo do controle de chakra que havia conseguido. O progresso era visível a cada treino, de maneira que eu conseguia determinar a quantidade de energia a ser liberada de acordo com o objetivo. Quanto maior o dano, mais chakra.

Demorou cerca de nove dias, mas havia conseguido derrubar minha primeira árvore, da mesma maneira que ele havia feito na demonstração. Observei com satisfação ela ter suas raízes arrancadas e ser arremessada para frente, não por gostar de prejudicar a natureza, mas por ser fruto do meu trabalho duro. Só não pulei de alegria por ter desmaiado. Havia me apegado demais ao meu limite de quinze minutos e esquecido que isso era muito variável a depender do que eu fazia no dia. Quando acordei, Shin me encarava com um copo de água em mãos, me parabenizando. Segundo ele, eu havia entendido como funcionava a força oriunda da concentração de chakra e não havia mais o que pudesse me ensinar. Seu único aviso foi para não tornar como padrão de todo confronto. Manipular chakra daquela forma deveria ser exceção, ou eu me esgotaria numa rapidez colossal. Por mais que ainda estivesse um pouco tonto, consegui entender o que ele dizia. Após algum tempo, me permiti voltar para casa para descansar. Aquele foi mais um passo na direção do meu objetivo. Foi o dia em que Tatsuki Dragon ficou ainda mais forte.
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 4:21 pm

O dojo estava com bem menos gente dessa vez. Era começo da manhã e em dias normais aquele lugar costumava estar lotado. Mas não haviam mais de três crianças e o senhor Kai ameaçando desmatriculá-las se não conseguissem subir a ladeira. A plataforma inclinada estava lá outra vez. Uma imensa e grossa placa de madeira com mais de 7m de extensão, com um motor acoplado em sua base fazendo-a tremer de tempo em tempos. A intenção da engenhoca não era difícil de se compreender: Derrubar todos que tentam chegar ao seu topo. Dessa vez, no entanto, haviam alguns artefatos presos em seu centro. Desde patinhos de borracha até blocos de pedra, provavelmente ali dispostos para dificultar a passagem de quem tentasse.  

Me perguntei se o professor não havia enlouquecido. Da última vez, nem eu nem os demais haviam conseguidos passar nem da metade. Deixar mais dificultoso era pedir para todos desistirem, e de fato é o que ocorrera. Quando me dei conta eu já estava tentando subir. Achei que não precisaria desviar dos animais de brinquedo, mas fui pego de surpresa por uma substância pegajosa em seu corpo. O líquido era viscoso o bastante para que eu caísse quase de boca aberta no chão. Se tardasse um segundo a mais teria perdido ao menos um dente. Busquei não me abalar com isso. Já que é pra tombar, tombei. pensei. Me ergui, saltando e deslizando da maneira que podia para continuar encima do plano. A cada vez que falhava e caía, aguardava o fim de um dos tremores e me impulsionava para frente, recomeçando o exercício.

O meu sofrimento era a melhor diversão para o proprietário do lugar. O velho Kai gargalhava tão alto que me dava vontade de sair dali ou de ao menos mandar que calasse a boca. Mas só daria mais motivo para ser feito de piada. Ou pior, ser banido do dojo. Prossegui com a escalada, me afastando do máximo de obstáculos que pude. Aproveitei a minha aptidão para atividade física e tentei explorar o máximo do meu histórico de atleta naquele momento.

Não pude contar a quantidade de vezes que deslizei nos bonecos ou que caí tentando saltar ou desviar dos blocos de pedra. Gradativamente fui aceitando a ideia de que o topo estava fora de cogitação. Os empecilhos tornavam a subida completa quase como um feito divino. Mas tornei meu objetivo como sendo a metade da plataforma. Se conseguisse suportar o tremor e todas as artimanhas do treinador até atingi-la, me daria como vitorioso.

Passaram-se dez, vinte, trinta minutos e eu já havia perdido a conta de quantas vezes já havia tombado. O balançar da madeira já não chegava a ser mais tão incômodo como da primeira vez. Talvez devido a quantidade de treino e prática com exercícios de equilíbrio, havia melhorado excepcionalmente em acrobacias. Mas aliado aos outros fatores, passou-se uma hora e eu não havia conseguido passar da marca de dois metros. Me perguntei se minhas pernas não estavam doloridas ou se a angulação havia mudado, mas sabia que não era nenhum dos dois. Eu só precisava praticar mais. Vencer pelo esforço. Naquele dia, eu sabia que não conseguiria mais do que aquilo. Prosseguir significava arriscar me lesionar e não era isso que eu visava. Prometi a mim mesmo que voltaria, mas para fazer a escalada completa.

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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 4:43 pm

- Você só não escala porque não quer – Disse o senhor Kai, me fazendo arquear as sobrancelhas. Era evidente que eu queria escalar. Havia tentado praticamente todos os dias subir a plataforma. Quando acordava e preparava meu café, me dirigia ao dojo, dando de cara com o enorme plano inclinado de madeira repleto de obstáculos. Ligava os motores, acionando o mecanismo de tremores e iniciava minhas atividades. Seja trinta minutos até uma hora e meia, sempre me empenhava ao máximo enquanto estivesse ali. Já haviam se passado quarenta minutos quando eu o ouvi dizer isso. Havia feito uma pausa e sentado em um banco próximo a entrada, observando dois dos alunos mais esforçados do lugar prosseguirem tentando e falharem tão miseravelmente quanto eu.

De fato, eu notei que havia melhorado. Agora conseguia chegar na metade do plano inclinado por alguns segundos e sentia que se mantivesse esse ritmo, não demoraria até conseguir atingir o topo. Mesmo assim, dizer que eu não o fazia por falta de vontade era um exagero tremendo.

- Você já aprendeu a subir – Continuou, levantando um pouco as suas calças e deixando a panturrilha visível. Não entendia porque ele se afastava, até vê-lo ir de encontro a ladeira – Mas insiste em fazer tudo no automático. Não se trata de sair tentando mil vezes igual um maluco. Basta subir uma única vez com maestria – A cada palavra ele dava mais um passo, caminhando como se não houvesse nada demais. Não havia pisado em nem um dos bonecos melados em gel ou se incomodado com os blocos de pedra, saltando-os normalmente. Quando ele chegou no topo, se deu o luxo de deslizar desviando da mesma maneira que havia ascendido. Não acreditava que ele se referia a mim quanto a ter capacidade de fazer o mesmo. Eu já havia lutado com o velho Kai e sabia da diferença de poder entre nós. Seriam necessários anos para chegar no nível dele, mas se o treinador estivesse certo…

Me levantei, saltando para cima do pedaço de madeira e vendo o proprietário do lugar aumentar a velocidade do motor. Gritei para que ele parasse com aquilo e fiquei tentado a descer para reduzir eu mesmo. Mas algo me conteve. Havia um feixe de esperança dentro de mim. Uma sensação de haver uma pequena chance de conseguir chegar lá. Comecei a cair bem mais antecipadamente. Não chegava a dar mais que três passos antes de tombar, mas, diferente das outras vezes, não me dei por vencido. O obstáculo em si passou a ser o tremor, tão grande que tornou todos os outros pífios.

Após dez minutos já conseguia evitar todos os animais de borracha com facilidade. Com 20 minutos eu já alcançava a metade da plataforma, saltando por entre os blocos. A partir daí até contar meia hora, eu entendia como fazer tudo. Eu estava limitado pelo medo de perder o equilíbrio, quando na realidade eu só precisava dar um passo de cada vez. Passei a ignorar o topo e me concentrei no passo a passo. Não era tão rápido quanto a demonstração do mestre, demorava alguns segundos e aguardava o momento certo para sobrepujar os obstáculos. Quando me dei conta, já não havia espaço para avançar mais. Se estendesse a mão, conseguia tocar o teto do lugar. Com um mix de felicidade, dor e cansaço, encarei o rosto surpreso das crianças mais abaixo, deslizando ao seu encontro.

- Dessa vez eu quis subir -
Respondi

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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 5:51 pm


Treino Pericia

Pois bem, aqui estamos pela... Hum, acho que perdi a conta da vez em que estou aqui, mas bem... Vamos lá. Esse dojo já virou cenário fixo não: Que tal dar uma variadinha em seu próximo treino?
Recompensa final: +4 Atletismo;
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSeg Mar 29, 2021 8:44 pm


Estilo de Luta

Aprovada;
Recompensa final: Estilo de Luta — Chakra Enhanced Strength;
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonTer Mar 30, 2021 9:36 am

Era pouco antes de me graduar na academia ninja, quase um ano atrás. Estava na última aula prática antes da prova. Felizmente, já havia sido aprovado na matéria daquela manhã, devido aos pontos extras que obtive. Mesmo assim, não me sentia nem um pouco satisfeito. Ao meu redor, todos os outros alunos conseguiam executar os movimentos com perfeição, girando seu corpo e disparando kunais e outras armas como ninjas de verdade. Por outro lado, eu apenas observava o alvo de palha, examinando a distância de cinco metros entre nós. Parecia que eu estava mais empenhado em permanecer de pé do que de fato atingi-lo.

A academia de kirigakure tinha alguns espaços como aquele, uma piscina enorme com algumas raias dividindo-a. Mas comumente não era usada para banhos. Tínhamos que concentrar chakra na sola dos pés e buscar permanecer firmes, empenhando tudo que tínhamos de controle de chakra. Além disso, havia a prática de arremesso. O percurso não era impossível de ser feito, mesmo com alguém sem tanta força como eu. Mesmo assim, minha maestria com shurikens era ridícula. Girei o corpo, puxando os cotovelos para trás e tentando não só não me ferir com a estrela ninja, como também deixá-la equilibrada. Impulsionei o membro para frente e a liberei, vendo-a planar por alguns metros e afundar na água na metade do caminho. Dei um suspiro, tentando me acalmar. Já havia pelo menos quinze daquelas no fundo da piscina oriundas de falhas minhas e eu sentia como se fosse o pior aluno da classe. Até que o sensei se aproximou.

- Não fique assim – Disse em voz alta. A primeiro momento pensei que estava tentando me consolar, mas na verdade ele segurou meu ombro e os empurrou para baixo, aprumando a minha postura por alguns segundos. Quando me dei conta ele estava me mostrando um passo a passo, puxando meu pulso e ensinando-me o movimento correto. Notei então o meu nervosismo. Por mais que eu olhasse para os outros estudantes e tentasse replicar suas ações, era como se meu corpo ficasse ansioso no processo e eu lançasse a arma de qualquer modo. Agora com a consciência corporal dada pelo professor, consegui me sentir relaxado pela primeira vez em fazê-lo. Estendi o braço para trás novamente e notei a minha tendência de fechar os olhos e dobrar os cotovelos. Insisti, tentando fazer somente o mesmo que o sensei me instruíra. A shuriken girou no ar, partindo com velocidade e passando a direita do alvo. Pude ouvir algumas risadinhas laterais de alguns colegas maldosos, mas mesmo assim eu dei um salto de alegria.

Era a primeira vez naquele dia que conseguia ao menos fazer um lançamento completo. Por mais que minha pontaria ainda não fosse das melhores, era como se tivesse ganho a capacidade de por em prática tudo que havia aprendido nos últimos anos. Prossegui então, caminhando até a caixa na beira da piscina, repleta de armamentos de diversos gêneros, solicitando ao responsável pelo controle algumas estrelas ninja. Permaneci tentando buscar o máximo de consciência corporal, acertando a palha vez ou outra e parando quando foi sinalizado o fim da aula.

Antes de ir embora, agradeci o sensei gesticulando com as mãos e falando em voz alta. Enfim, deixei o salão de treinamentos, só vindo a pegar numa shuriken novamente quando me tornei um genin.


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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonTer Mar 30, 2021 10:12 am

Tropecei no fio de aço, ouvindo-o raspar na árvore a minha direita. Tentei ficar alerta para me esquivar, mas não houve tempo. O ovo foi de encontro a minha bochecha, sujando meu rosto e me fazendo respirar fundo. Tentei limpar com a mão esquerda, mas continuaria sujo até tomar um bom banho. A julgar pelas experiências que tive nos últimos vinte metros, eu não estava sendo nada cuidadoso. Haviam restos de tomates, leite, farinha e agora ovo em variadas regiões do meu corpo. Arrependi-me em menos de cinco minutos de ter tido aquela ideia. Havia pedido para alguns colegas e ao meu sensei que preparassem peças como aquela por algumas regiões da floresta. Meu papel seria exercitar não só a minha percepção, mas compreender qual tipo de armadilhas eram mais efetivas.

O fio de aço era fino e, embora fosse de manhã, era difícil de identificá-lo em meio um cenário tão rico em detalhes. Haviam arbustos espalhados próximos aos troncos e árvores grandes o bastante para só conseguir segurar em seus galhos escalando alguns metros. A luz do sol era sutil, mas vez ou outra eu conseguia identificar o brilho de um dos fios. Partia então para desarmar a armadilha. Tentava variar na maneira como fazia isso. Desde desamarrar o fio até ativá-la saindo da zona de perigo, aqueles preciosos minutos foram de muito aprendizado. Mesmo assim, fiquei surpreso com a quantidade que havia sido disposta.

Eu sabia que só poderia sair dali quando desarmasse ou ativasse todas elas, afinal, não iria deixar ali para algum visitante ser pego nelas posteriormente. Gradativamente me habituava um pouco mais com aquilo. Provavelmente não que estivesse me aprimorando rapidamente, mas por todas terem sido armadas pela mesma pessoa. Havia um padrão no pensamento, quase sempre uma altura em que estavam. Notei que era comum de encontrar o fio projetado de um arbusto, fazendo o contorno pelo tronco de maneira escondida. Os minutos se transformaram em horas e eu já estava cansado. Cansado de pensar e de ser surpreendido por frutas, grãos e o que quer que tivessem preparado para me atingir. Entendia, no entanto, o que aquilo queria dizer. Cada vez que uma daquelas peças funcionava contra mim, seria como cair em uma estratégia do inimigo. Futuramente, toda aquela sujeira poderia ser sangue derramado e eu tinha de evitar isso ao máximo.

Comecei a tratar aquilo com mais seriedade e quando me dei conta a barriga já roncava. Quando acreditei não haver mais nenhuma delas espalhadas pela área, resolvi sair e ir para casa. Por mais que estivesse cansado e extremamente incomodado com o aspecto pegajoso em minha pele, sabia que havia extraído conhecimentos valiosos daquela atividade.

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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonTer Mar 30, 2021 11:56 am

A biblioteca estava silenciosa, como era de costume. No máximo ouviam-se alguns sussurros contidos, oriundos de algumas leituras mais fervorosas. No canto, logo após as prateleiras, havia uma enorme mesa com cadeiras dispostas de ambos os lados. Um espaço para leitores que não desejavam pegar alguma das obras emprestadas. Estava sentado sozinho no canto. Do outro lado haviam mais dois jovens foleando livros de conteúdo o qual não pude identificar. A minha frente estava apoiado um livro com diversas figuras do corpo humano e sua estrutura. Com a mão direita eu escrevia numa folha em branco todas as anotações que julgava ser importante. A bibliotecária havia insistido que a multa seria altíssima para os que danificassem de alguma forma o patrimônio dali e minha carteira estava quase vazia.

Estava somente há alguns minutos, mas já havia avaliado alguns conceitos interessantes. Não era um livro de anatomia comum, tampouco de medicina avançada. Eu não entendia quase nada sobre a área e tentar pegar um desses era pedir para ficar perdido logo na primeira página. Contudo, o “Primeiros Socorros, por Nate Rager” era o primeiro passo ideal. A didática era voltada para os leigos e o assunto era voltado principalmente para os primeiros atendimentos em casos de emergência. Apesar de ser algo que pudesse me ajudar futuramente, estava preocupado com meus treinamentos. Havia aprendido um estilo de luta extremamente arriscado e não só isso, precisava dar estímulos cada vez maiores para meu corpo evoluir, o que só faria com que o desgaste também aumentasse. Apesar de ter a ajuda de Yonkai e Suyo, eu normalmente fazia tudo sozinho e teria de fazer meu próprio autoatendimento se me ferisse mais seriamente.

Felizmente, havia um passo a passo de como estancar sangramentos e quais as regiões de maior irrigação. Em seguida havia uma longa explicação a respeito de instruções básicas, como não retirar armas fincadas para não acentuar o sangramento e não usar qualquer tipo de erva ou remédio sem ter certeza do que se trata. Eu não tinha tanto interesse em botânica ou até mesmo na medicina hospitalar em si, mas não podia negar que compreender melhor fenômenos e eventos do seu próprio corpo era tão complexo e ao mesmo tempo tão fascinante que acreditava estar me apaixonando pelo tema aos poucos. Sabia que precisava praticar de alguma maneira se quisesse realmente dominar o tema, mas a base teórica era vital num primeiro momento.

Não era possível fixar tudo em uma única leitura ou em um único dia, mas fiz o que pude. Quando terminei, reli o resumo, evitando ao máximo fazê-lo em voz alta para não ser chamado pela responsável do lugar. Uma maneira que me fez decorar melhor os nomes das partes do corpo foi apontar para mim mesmo e tentar buscar a informação na minha memória. Optei por me limitar a meio capítulo por dia. A progressão era lenta, mas preferia que assim o fosse, mantendo a qualidade no aprendizado. Após duas horas de leitura, resumos e revisões, fechei o livro. Decidi preencher a ficha de responsabilidade para levá-lo à minha casa por alguns dias, afinal, meus resumos não eram suficientes e os meus desenhos eram tão horrorosos que estudar por eles seria me induzir ao erro. Com aquela sessão de estudos finalizada, retornei para casa.  

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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonTer Mar 30, 2021 12:00 pm

- Quem comeu? - Gritou meu pai. Embora sua voz estivesse sendo suprimida pelo som alto da festa, tive certeza que todos haviam ouvido. Tinham se reunido na minha casa alguns parentes distantes e amigos da família. Tinha passado o dia inteiro preparando a casa e a comida para tudo estar em bom estado à noite. Mas o bolo do meu pai não estava no cardápio. A guloseima tinha dois andares de chocolate e era enfeitado com diversos doces. Estávamos guardando ele para comer daqui a uns dias, mas quando a geladeira foi aberta, não havia nada além do prato vazio e com resquícios do que um dia fora o sonho de consumo do meu pai. Fiquei surpreso. Não havia condições de terem comido ele a tempo. Não havia começado a celebração a mais de uma hora e embora tivéssemos montado uma pequena pista de dança na sala, era impossível terem comido ele inteiro nesse intervalo de tempo.

- Ele foi sequestrado – Chorou meu progenitor, tratando como se fosse um ser vivo. Suspirei, tentando voltar para conversar com meus tios, mas sendo segurado.

- Ache ele, filho. Traga-o de volta! - Continuou, esfregando seu rosto na minha calça, implorando igual uma criança. O afastei. Não entendia como ele podia ser tão emotivo assim, mas não gostava de ver meu pai daquela maneira. Tentei não romantizar aquilo demais então só assenti com a cabeça. Por mais que encontrasse quem o pegou, dificilmente estaria inteiro a essa altura. Pisquei os olhos, abrindo-os com um brilho vermelho pulsante. Eu conseguia não só sentir sinais de chakra por toda casa, como também visualizar melhor as coisas. Apesar disso, eu não era onisciente. Sempre tinha muita informação e eu tinha que me atentar a tudo ao mesmo tempo. Primeiro procurei nas bolsas dos visitantes. Embora não fosse ético fazê-lo, precisava achá-lo para fazer meu pai parar de gemer e se espernear.

Passei alguns minutos até desistir. Não só seria demorado demais como eu precisava pensar com mais calma. Lembrei da minha experiência até então. Se eu quisesse achar quem comeu o bolo, eu deveria partir da geladeira. Passei a olhar então para a cozinha. Não havia como carregar algo como aquilo sem derrubar nem um pouco, afinal, o prato havia sido deixado lá. Deparei-me com um rastro. Era fino e para segui-lo acreditei só ser possível devido a minha técnica ocular. Caminhei a passos vagarosos, sendo seguido a cada instante por meu pai. Tentei ignorar o barulho que ele fazia e me concentrar inteiramente na tarefa. Até que ele sumiu. Estávamos a alguns metros da escada e da pista de dança. O ladrão de bolo poderia ter seguido por qualquer um deles. Procurar nos dois levaria muito tempo. Precisei parar e tentar raciocinar um pouco. Até que me lembrei do óbvio.

A confeitaria normalmente exagerava no açúcar e o bolo sempre tinha um odor muito forte. Eu não tinha o olfato tão apurado assim, mas sabia que fora da geladeira ele seria alvo de formigas. Usei minha visão para vasculhar como chão e, como previsto, havia uma trilha de formigas se formando. Ainda estavam muito espalhadas e devido ao piso da casa ser escuro, não fora perceptível a primeiro momento.

Segui os insetos, subindo as escadas e vendo que elas conduziam até o quarto que um dia fora do meu irmão mais velho. Era impossível alguém estar ali, ele sequer se encontrava na vila e meu pai fora bem rigoroso quanto aos convidados permanecerem longe dali. Quando entramos, vi que o rastro acabava em um dos armários. Na base dele, alguns pedaços de bolo estavam ao chão, com um número maior de formigas fazendo a festa. Meu pai me empurrou para o lado, abrindo o móvel com tanta força que eu pensei que a porta seria arrancada. Escondido por entre as roupas, meu primo nos olhava com um rosto assustado. Sua boca e roupas estavam repletas de recheio e em suas mãos haviam farelos da massa de chocolate. Dei um suspiro, chamando-o para se limpar enquanto meu pai lamentava e chorava a Deus por ser tão cruel com ele. Tive de me segurar, mas quando descia as escadas soltei um berro, rindo o mais alto que pude. Eu tinha um senso de humor bem tênue e aquela tinha sido a melhor piada do meu dia. Por mais que tivesse levado a sério por alguns minutos, toda aquela situação era cômica demais para mim.

Depois de contar a história aos meus tios e ver o pequeno de 8 anos levar um bom sermão, agradeci por ter melhorado tanto em rastreio. Não fosse isso, meu pai estaria chorando até agora amarrado ao meu pé.


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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonTer Mar 30, 2021 2:15 pm

Fechei as mãos e posicionei os dedos, formando o selo do tigre. Abri a mão outra vez e recomecei, acostumando-me em fazê-lo com rapidez. Tinha interesse de iniciar a aprender mais sobre luta corporal e taijutsu no geral. Ver Suyoshi em um nível tão superior a mim era desgastante e afetava minha autoestima diretamente. Naquele dia eu resolvi mudar isso, dando o primeiro passo. Eu não era tão bom em socos e chutes, mas, talvez, houvesse uma única técnica que eu pudesse dominar já de imediato. Ela não era tão levado a sério. De fato, era apenas um meio dos estudantes sacanearem uns aos outros. Contudo, precisava começar de algum lugar. Além disso, meu senso de humor sempre fora muito atiçado. Começava a desatar em risadas toda vez que imaginava a situação em que utilizaria o taijutsu em questão. Mesmo rindo vez ou outra, tentei me concentrar em dominá-lo direito.

Trouxe os braços para próximo da minha barriga e fechei os olhos, imaginando ter um inimigo mais a frente. Comecei a exercitar a essência do jutsu em si, esticando o membro com o máximo de força que pude, impulsionando os dois dedos no ar como se empurrasse algo com toda força. Pratiquei por cerca de dez minutos, afinal, não era tão complexo assim. Concentrei chakra na ponta dos pés, realizando o shunshin para me mover metros a frente em um salto. Quando toquei o solo outra vez, me agachei, erguendo-me e impulsionando o braço na diagonal, imaginando que haveria alguém ali. Sabia que não poderia ser feito de todo jeito, então tive que exercitar um pouco a minha concentração para que fosse preciso nos meus movimentos. Quando enfim achei ter sido suficiente, a executei sem pausas ou fragmentação, acertando um alvo imaginário e caindo na gargalhada, tapando a boca em seguida para tentar me segurar. Enfim, a passos calmos deixei o espaço de treinamento, com meu primeiro taijutsu dominado e ansiando pelo momento em que o utilizaria em confronto.
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQua Mar 31, 2021 8:17 am


Treino de Pericias

Apesar de não ter interligado os treinos (coisa a qual não é obrigatória obviamente), gostei de todos os quatros. Apenas recomendo que encontre uma maneira pra marcar a passagem de tempo em cada post ou até mesmo use um titulo se for o caso.

Recompensa final: +2 Shurikenjutsu +2 Armadilhas +2 Rastreio +2 Conhecimento Anatômico ;
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQua Mar 31, 2021 10:33 am

Estudar mecanismos de armadilhas e aprender como desarmá-los era um exercício interessante, mas nada como testá-los em um confronto. Muitas vezes, teria que lidar com pressão e arranjar um modo de pegar o adversário desprevenido. Do contrário, de nada serviria tudo feito até o momento. Chamei o meu pai para me ajudar com isso. Seus ataques eram desengonçados e lentos, não por ele ser fraco, mas por estar morrendo de medo de me ferir gravemente. Até mesmo havia insistido levar uma maleta com um kit médico caso ele acabasse me cortando com a kunai, embora fosse impossível da maneira como ele agia. Mesmo assim, eu conseguia sentir o estímulo diferente no treinamento. Até então demorava alguns minutos para preparar alguma emboscada que pudesse ser efetiva, mas dessa vez não tinha todo esse espaço de tempo.

Resolvi parar um pouco, tomando distância dele e respirando fundo. Era fim de tarde e por mais que eu desejasse treinar meu corpo e explorar novas técnicas, como o aprendizado do meu primeiro taijutsu no dia anterior, eu sabia que só aquilo não era o bastante. Ser um ninja muitas vezes significava ser completo em mais de um quesito. Do contrário, eu seria só um boneco de luta qualquer. Espalhados ao redor haviam alguns pedaços de corda os quais eu amarrara nas kunais. Não eram tão leves quanto os fios de aço, o que dificultava os lançamentos, mas o combinado com o meu pai era simples. Eu precisava derrubá-lo uma vez usando uma armadilha improvisada. Já havia tentado de tudo, mas era bem limitado fazer aquilo só com dois utensílios.

Até o momento, havia amarrado uma ponta da corda no cabo de uma kunai e fazia o mesmo com a outra metade. Pretendia fazer uma linha no qual ele perdesse o equilíbrio, mas era impossível. Lembrei-me dos treinos anteriores, buscando algum conhecimento nas experiências até então. O elemento surpresa era sempre a chave. Em um confronto direto, não havia a menor chance dele não perceber algo, pelo menos com o que tinha em mãos. Corri na direção das árvores, deixando-o sozinho no campo de treinamento e o forçando a me seguir. Saltei por entre as raízes e arbustos, buscando por árvores próximas o bastante para realizar o mesmo tipo de armadilha que me fizera levar um ovo na cara há alguns dias. Aproveitando que meu suposto “adversário” estava um pouco distante, finquei a kunai próximo a um tronco e enquanto caminhava, joguei outra próximo a outra ponta de um arbusto, de maneira que a corda ficasse logo após as folhas.

Prossegui meu percurso, olhando para trás quando ele saltou pelo obstáculo, indo direto para o fio e rolando na terra em uma queda digna de filme. Fui ao seu encontro, ajudando-o a levantar e me preocupando se ele não estava bem. Sangue descia de seu ombro devido a kunai que ele levava em mãos ter se fincado levemente lá. Embora não fosse tão profundo, não pude ignorar. Ainda mais pelo fato que ele em meio a gritaria ele puxou seu cabo. Quando gritei para que não o fizesse já era tarde. Meu coração se acelerou e eu corri de volta aonde estávamos, procurando pelo kit de primeiros socorros. O treinamento de armadilhas havia acabado ali.


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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQua Mar 31, 2021 10:50 am

Abri a maleta, examinando o que poderia ser feito. Haviam alguns instrumentos os quais eu me familiarizara devido a minha última missão no atendimento aos feridos. Por mais que tivesse presenciado pessoas em estado ainda mais grave, não conseguia parar de tremer. Era o meu pai que estava ali. A única família que me restara, ferido por meu ego e minha doença em me fortalecer. Trazer meu irmão de volta a vila era tão importante a ponto de sacrificar alguém que não havia me abandonado? Não havia tempo para pensar ou para ficar nervoso. Só havia eu ali para auxiliá-lo. O corte não fora tão profundo, mas havia piorado devido a retirada da arma. Respirei fundo por alguns segundos e algumas vezes, tentando acalmar a mim mesmo.

- Calma, pai. Eu sei o que fazer, tá bom? Vai ficar tudo bem – Disse com a voz trêmula, tentando acalmá-lo. Demorou um pouco para que ele o fizesse, talvez pela adrenalina deixá-lo agitado o bastante para que a dor reduzisse um pouco. Segui então o passo a passo realizado com os civis feridos no incêndio. Precisava estancar o ferimento o quanto antes então o encostei em uma das árvores e enrolei a gaze em torno do seu ombro, tendo de empurrá-lo com o joelho para que não se movesse enquanto eu o fazia. Tentei algumas vezes até conseguir pressionar bem. Pedi para que elevasse o membro. Era uma técnica para reduzir a circulação no local e facilitar o que tentava fazer. Passado algum tempo, notei que havia conseguido estancar com sucesso.

Apressadamente, fui de volta ao espaço de treinamento e peguei a garrafa de água que havia trazido para me hidratar e saquei um pedaço de sabão do kit. Comecei a lavar o seu braço e cuidadosamente retirei a gaze, começando a lavar os arredores da ferida para evitar uma infecção. Não podia mexer na parte que fora machucada e, além disso, não sabia se havia entrado alguma lasca de madeira ou algo que pudesse atrapalhar a cicatrização se eu tentasse suturar agora. Além disso, não só tinha pouca experiência como não tinha remédio para deixá-lo dormente, o que faria uma experiência bem dolorosa. Permiti-me então selar novamente com a gaze e me preparei para conduzi-lo ao hospital. Meu pai era bem eufórico e hiperativo, com certeza acabaria fazendo algo para piorar a situação o que não me deixou escolha senão usar a corda do treinamento de armadilhas para imobilizar o membro. Amarrei seu antebraço no tronco e fiquei ao seu lado, dando-lhe suporte caos necessário e o impedindo de cutucar a região ou de forçar-se contra a corda. O sangramento por mais que reduzido não havia cessado, o que só me fazia pensar que talvez estivesse fazendo algo de errado.

Sabia que talvez estivesse exagerando demais para um ferimento no ombro, mas me preocupava demais com meu pai e para mim não fazia nenhum sentido estudar o corpo humano se não pudesse usar cada ferramenta acessível para ajudar minha família. Quando lá chegamos, um enfermeiro tomou todas as providências e eu apenas assisti. Lavou bem a ferida e realizou os pontos para fechar bem, me tranquilizando e dizendo que tudo que eu havia feito tinha sido correto e dentro dos padrões. Quando enfim saímos, prometi a mim mesmo que não pediria ajuda ao meu desastrado parente a fazer algo tão perigoso como usar uma kunai.


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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQua Mar 31, 2021 11:26 am

— Avaliação do Treino: Aprovado.

Recompensa: Técnica Aprendida: Sennen Goroshi.
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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQua Mar 31, 2021 3:39 pm

Sangue desceu do meu tríceps até pingar pelos meus dedos, manchando a manga da minha camisa e fazendo a região arder como se tivesse jogado pimenta nas minhas veias. O cachorro correu para o sua dona a passos calmos, satisfeito com os ferimentos que havia feito enquanto a moça se desesperava.

- Meu deus, Brutus! Menino mau! Me desculpe, moço, ele ficou nervoso –
Dizia aos soluços. Não consegui respondê-la. Tentei manter a calma e analisar bem a situação. Eu havia apenas a cumprimentado ao passar pela rua e de imediato seu animal avançou para cima de mim com toda fúria, fincando os dentes no meu membro e amordaçando-o em pelo menos três lugares que agora sangravam. Seus caninos haviam se fincado com firmeza e eu não consegui recuar a tempo ou fazer nada. A rua em que nos encontrávamos estava pouco movimentada. Era percurso que fazia sempre do gabinete de missões até minha casa. Havia acabado de pegar minha recompensa da última tarefa e me encontrava completamente exausto de um dia inteiro de auxílio na enfermaria. As poucas pessoas que ali se encontravam se aproximaram para observar, mas inertes, só esperando para saber o que eu faria.

Me ajoelhei, tentando examinar a profundidade daquilo. Demorara algum tempo para conseguir me lembrar da estrutura do braço e como proceder ali. Por mais que eu tivesse praticado e estudado bastante sobre o corpo humano nas últimas semanas, nunca havia feito um autodiagnóstico ou tratado a mim mesmo. Mas tudo tinha uma primeira vez e era aquela a chance de notar se eu estava apto a isso. O hospital era um pouco longe dali e eu sabia que sair andando só aumentaria o risco de infecção se eu nada fizesse.

- Alguém pode me dar um pano limpo ou procurar um kit de primeiros socorros? Água e sabão seria de grande ajuda também –
A tutora de brutus sacou um lenço laranja de sua bolsa e o estendeu na minha direção. Chequei seu tamanho e vi que conseguiria envolvê-lo no meu antebraço, onde havia a menor das feridas. Dei algumas voltas e amarrei com força, usando a mão livre e o lábio para apertar. O tecido se tingiu de vermelho, mas após alguns minutos eu notei que havia diminuído. Foi o tempo de um senhor de idade com um avental sujo de carne chegar carregando uma pequena caixa com uma cruz vermelha entalhada na frente. Agradeci aos gemidos, pegando a gaze e a enrolando no ferimento que parecia ser mais danoso. Não parecia ser nada grave, mas precisava estancar a lesão antes de qualquer coisa.

Aguardando mais um pouco, retirei as coberturas, tentando lavar seu entorno e jogando água ali. Era inútil tentar conter o desconforto e a dor. Peguei o kit novamente e enfaixei toda a região afetada, dessa vez pronto para seguir até o hospital com mais tranquilidade. Agradeci ao pessoal que me prestou apoio. Alguns até mesmo estenderam a mão para me auxiliar, mas o orgulho falou mais alto. Eu não poderia depender de ninguém nessas horas. Prometi a mim mesmo que tentaria carregar alguma coisa para imprevistos da próxima vez.

A dona do responsável pela situação fez questão de me acompanhar até o hospital e arcar todos os custos com remédios para evitar doenças transmissíveis pela mordida, embora não fosse nada grave. Passados alguns dias, já estava praticamente inteiro outra vez e havia tido minha primeira experiência com primeiros socorros sendo eu próprio a vítima.


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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQua Mar 31, 2021 6:22 pm

Fechei o livro, respirando fundo depois de uma longa hora de estudo. A obra, no entanto, não era sobre anatomia ou armadilhas, os quais eu estava habituado. Mas sim sobre oratória. Eu sempre fora um cara extrovertido, mas recentemente havia tido algumas dificuldades nas missões. Era difícil ganhar o apoio do público sem ser tão carismático quanto Yonkai, mas eu sabia que havia como contornar isso de alguma maneira. A biblioteca de Kiri deveria ter uma resposta e foi pensando nisso que me aventurei naquela tarde. Contudo, só isso jamais seria o bastante.

Me vi saindo a passos rápidos do lugar, munido apenas de algumas anotações. Conseguira extrair um resumo dos primeiros capítulos com algumas táticas e meios de se aproximar das pessoas. Mais que isso, como perder o medo de dialogar com estranhos. Imaginei que simular uma situação de missão seria o mais ideal a se fazer. Após caminhar por alguns minutos, me deparei com um bar um tanto movimentado, com pessoas mais velhas entrando e saindo com expressões de felicidade. Havia uma enorme placa na entrada com uma mensagem em dizeres vermelhos “Pague 10 ryous e beba até não aguentar mais”.

Por mais que eu não consumisse álcool, era uma chance e tanto. Me esgueirei para um dos bancos, dizendo que não beberia nada, pois estava esperando alguém e tentei puxar assunto com a garçonete. A moça parecia olhar com desdém para mim, mas não demorei a ouvir os assobios e cantadas que alguns idiotas mandavam para ela ao longe. Revirei os olhos e acabei pensando alto demais enquanto os encarava “Babacas”;

- O que disse? -
Gritou o mais alto deles. Eram três homens gordos de provavelmente o dobro da minha idade. Todos usavam roupas neutras e de cores diferentes, mas a barriga grande e cheia de banha sobressaindo por baixo da camisa era idêntica, quase como se eu estivesse de frente para personagens de uma fábula infantil. Respirei fundo. Eu não treinava para lutar contra cidadões de kirigakure e era no mínimo antiético da minha parte usar jutsus ou qualquer coisa do tipo contra pessoas comuns. Eu tinha ido ali para tentar melhorar a minha comunicação. Parei alguns instantes enquanto ele caminhava na minha direção. Quando ele parou ao meu lado, me dei conta que aquela era uma chance de pôr em prática a oratória para mediar aquele conflito.

- Não me reconhece? Cara, você me ajudou naquele dia! Faz tempo que não te vejo. Você está pagando para beber aqui? Esquece isso. É por minha conta –
Se minha carteira pudesse falar me xingaria de imediato. Mal havia dez ryous nela para pagar pelo rodízio. Mas tinha algo em mente. Ele inclinou o rosto, confuso. Mas mesmo que não lembrasse, a ideia de alguém pagar-lhe uma bebida bastava para deixar a ofensa de lado. De supetão um sorriso se abriu no seu rosto e ele me deu um abraço apertado. Tentei me soltar, mas era inútil contra alguém daquele porte. Os outros dois pareciam não estar tão contentes assim, afinal, não havia dito nada sobre pagar a parte deles. Pedi licença pra falar com o meu “irmão mais velho” e me dirigi para a mesa mais distante. Não gostava de fingir que tinha outro irmão, mas com certeza ele não se importaria. A ideia que tive foi traiçoeira e não havia nada na obra da biblioteca sobre aquilo, mas não vi escolha. Me certifiquei que ele não podia me ouvir e me dirigi a um grupo de jovens poucos anos mais velhos que eu.

- Olá, senhor! Mandaram dizer que o senhor é o cliente sorteado! Não pagará pelo rodízio! Basta beber à vontade e falar com aquele homem ali – Ergui a mão, acenando para o rapaz gorducho do balcão e ele acenou de volta. Eu estava me esforçando para soar o mais convincente possível e selecionando bem as palavas. Se exagerasse demais ele desconfiaria e se não falasse algo que o atrairia, seria dispensado - Maravilha, não?! - O rapaz franziu a sobrancelha, assimilando por alguns instantes. Ele se levantou e meu coração começou a bater mais forte, sua voz se elevou, tentando fazer com que fosse ouvido do outro lado do bar.

- Quando eu terminar aqui eu vou aí –
Afirmou sorrindo. Rapidamente me dirigi até próximo a garçonete, dizendo que logo logo o rapaz viria e pagaria os ryous dele. Em meio aos agradecimentos e dando algumas desculpas por não poder esperar mais, saí correndo, tentando tomar o máximo de distância possível antes deles realmente se encontrarem. Praticar minha lábia era interessante, mas me comprometi a achar um meio menos perigoso para isso.


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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQua Mar 31, 2021 7:36 pm

Respirei fundo, julgando ter me afastado o suficiente do bar e da possível catástrofe que aconteceria com os bêbados. O cenário da minha próxima parada fora uma ponte onde se situavam diversos comerciantes. Várias pessoas caminhavam tranquilamente, parando para analisar os produtos que eram vendidos na feira. Haviam desde comida até peças de roupa. Algumas pessoas estavam ali só apreciando a paisagem da água. Pequenos grupos estavam espalhados e todos encostados no suporte metálico que delimitava a estrutura, jogando conversa fora sem qualquer preocupação. Me senti mais calmo de tentar praticar algo ali. Busquei dessa vez imaginar alguma situação de missão que realmente pudesse ser passada a mim. Talvez conseguir informações. Meu maior erro foi não ter raciocinado um pouco mais antes de partir pra ação.

- Bom dia. Algum de vocês tem visto algo de estranho acontecer por aqui ultimamente, galera? - Questionei a um trio de jovens, claramente fazendo o estranho na ponte ser eu. Percebi que havia quebrado o princípio da intimidade, segundo os preceitos do meu livro de oratória. Precisava fazer a pessoa ter empatia comigo ou se sentir confortável o bastante para me confidenciar algo. Mesmo que eles soubessem de algo e realmente existisse um fato a ser investigado, seria mais sorte do que lábia propriamente dita.

- Monstros – Gemeu um dos adolescentes, tirando sarro da minha cara. Minha tentativa de continuar com eles fora em vão, assim como praticamente todos os outros. O resultado variava entre ser ignorado, ser mandado embora ou ver as pessoas se distanciarem. Me sentia como algum tipo de aberração, mas achei melhor colocar a culpa no modo como abordava elas. Respirei fundo e examinei novamente o cenário. Achei melhor ganhar um pouco de experiência com semblante mais amigável. Passei ao lado de uma vendedora que admirava as pessoas ao redor, torcendo para que a abordasse e levasse algo. Eu não tinha tanto dinheiro para gastar, mas me permiti tentar conversar um pouco com ela.

- Dia difícil pra vender, né? -
Em ambas as mãos havia um plástico com várias joias douradas em exposição. Anéis, colares, pulseiras. Todos bonitos, mas deduzivelmente falsos por estarem sendo negociados em um local como aquele. Não sabia se fora a maneira como havia desenrolado o diálogo ou se ela era simpática mesmo, mas ficamos conversando por mais alguns minutos ali. Até me surgir a ideia de como ajudá-la. Eu já havia soltado um caminhão de mentiras hoje. Essa ao menos seria para algo positivo.

- O quê?! Nesse valor? Isso é pelo menos quatro vezes mais caro! Segura aí! Eu vou pegar o dinheiro! Eu vou comprar tudo! -
Foi como jogar um caminhão de ryous onde estávamos. Todos se aproximaram e em questão de dez minutos já não havia mais nenhuma das mercadorias. Segurei o riso o máximo que pude, mas me permiti algumas gargalhadas abafadas. Se alguém me contasse o que estava acontecendo, eu riria a noite inteira. Quando todos foram embora, a moça me deu um abraço forte e demorado. Senti suas lágrimas encostando nas minhas bochecha, mas ela me empurrou virando o rosto, limpando-as antes que me encarasse novamente.

- Me chamo Mei. Obrigado, de verdade. -
Me apresentei a ela, coçando a nuca sem saber como reagir, mas dizendo que não havia necessidade de agradecer. O meu treino de oratória havia se transformado em um encontro a partir em diante. Passeamos pelo centro e com o dinheiro que ela havia ganho, insistiu em me pagar um churrasco, o que eu não pude negar. Quando enfim nos despedimos, eu não sabia dizer se havia tido algum progresso com minha habilidade comunicativa. Mas com certeza tudo aquilo tinha valido a pena.


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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQua Mar 31, 2021 8:13 pm

Acordei com os gritos no meio da rua. Estava tão cansado e assustado do dia anterior que pensei que os bêbados haviam me rastreado e agora vieram cobrar os ryous das suas bebidas. Mas quando escutei melhor, notei que a voz era de uma pessoa muito mais íntima.

- Pai? - Sussurrei levantando da cama ainda com o corpo acordando e abrindo a janela. Do primeiro andar, pude ver meu progenitor discutindo com dois rapazes uniformizados e altos. As roupas eram completamente brancas e usavam um chapéu azul. Daquela distância não pude ler qualquer identificação, mas logo atrás deles haviam pedaços de algo rosa e amarelo. Alguns cachorros de rua amordaçavam o que logo eu consegui identificar como bolo. Bolo e meu pai eram dois conceitos que quase sempre andavam ligados. Era sua comida preferida. Ver um bolo ser derrubado daquela forma justificaria qualquer coisa. Dei de ombros, quase fechando a janela. Até que eu vi algo que me ativou como um tapa.

Consegui vislumbrar um deles agarrar meu pai pelo braço e a partir dai meu corpo se moveu sozinho. Concentrei chakra na sola dos pés e desci correndo pela parede até chegar a terra firme, dei um tapa na sua mão, afastando meu pai com a raiva pulsando em minhas veias. Não estava nem aí se era o certo ou não a se fazer. Nada mais importava nesse mundo do que meu pai. Era a última família que me restava e eu daria cada gota de suor e de sangue minha para mantê-lo seguro. De olhos arregalados, notei que havia ativado o Akagan. Meus olhos vermelhos estavam focados naquela dupla enquanto meu braço tremia.

- E-ei – Engoliu em seco o outro deles, tentando chamar nossa atneção.. Agora por estar próximo consegui ler tanto o nome da empresa quanto o seu crachá “DoceriaPlus. Yami: Entregador” – Não precisamos resolver dessa forma - Continuou

- Ah, precisamos sim –
Dissemos quase que em uníssono. Yami e meu pai tentavam nos acalmar, mas era como jogar balde de água em um vulcão. Ele não parecia nem um pouco intimidado com meu dojutsu e nem eu com ele.

- AIZEN! -
Gritou uma outra voz, bem mais grossa e distante. Ambos nos viramos para lá, identificando o que seria um terceiro uniformizado. Conforme chegava mais perto pude ver que diferente de Yami e Aizen, seu cargo na DoceriaPlus era de gerente.

- O que aconteceu aqui? - Perguntou. Tentei me controlar o máximo que pude, tempo o bastante para entender a situação. Meu pai estava saindo de casa e por algum motivo, havia dado um berro dando bom dia aos vizinhos. Um hábito do qual eu sempre me envergonhava, mas já consolidado na nossa rotina. A DoceriaPlus, no entanto, estava fazendo a entrega de um bolo de casamento para esta tarde. E agora era praticamente impossível confeccionar outro até a cerimônia. Os ânimos ascenderam e acabou que Aizen pensou que podia partir para cima do meu pai. Respirei fundo. “Você é um ninja, Dragon. Você é mais do que isso”. Tentei ignorar o ódio que tinha de Aizen, fingindo que ele sequer existia e concentrando-me no gerente. As economias da família eram escassas e não conseguiríamos bancar o conserto de algo como aquilo. Precisava negociar com eles e achar uma saída agradável para todos.

- Olá. Bom dia –
Disse formalmente, esquecendo-me que estava com um pijama com desenhos de ursinhos - O que você sugere que seja feito, senhor… - Li seu nome outra vez no crachá - Kaname –

- Ao menos paguem o bolo. Foi culpa dele –
Dei um suspiro. Era exatamente isso que queria evitar, mas era óbvio que era o que ele desejaria.

- Calma. Mas se você for fazer uma entrega no centro e se assustar com o tumulto, as pessoas vão pagar por isso? Colocar um homem assustado como entregador é vacilo de vocês. Demitam esse aqui e paguem com o salário dele –
Propus, claramente ainda exaltado e com rancor de Aizen, mas tentando deixar claro que a culpa não era nossa. Ele contra-argumentou que não fosse meu pai, o bolo ainda estaria inteiro.

- Tá. E se o cliente gritasse com ele? - A cada vez que ele falava lançava uma suposição, tentando fazê-lo pensar em situações as quais ele não poderia cobrar aquela pessoa pela mesma ação que meu pai. Pouco a pouco consegui fazê-lo aceitar mais a ideia, até que chegou no ponto em que precisei mentir. Os outros três já estavam próximo do bolo, se auxiliando na limpeza da rua.

- Cara, mas e agressão com meu pai? Não basta socá-lo por dar bom dia? Ainda quer tirar o pouco dinheiro que juntamos para a cirurgia dele – Pedi desculpas mentalmente ao meu progenitor, mas era o meio de garantir que nada sairia do nosso patrimônio naquele dia. O gerente deu para trás, claramente reavaliando a sua conduta, coçando a cabeça. Dessa vez, senti que ele lutava mais consigo mesmo do que comigo. Foram precisos mais alguns apelos e exageros. Tentei não pular para atuação e chorar, afinal, eu era horrível com isso. Mas estava cada vez mais confiante na minha lábia.

Em um piscar de olhos eles partiam, discutindo entre si e em dúvida do que fazer ou como explicar aos superiores e ao cliente.

- Como você os convenceu, filho? -
Respirei fundo, dizendo que provavelmente foi sorte e entrando de volta em casa para tomar o café da manhã.


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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQui Abr 01, 2021 3:42 pm

Fora algum tempo após aprender o meu estilo de luta e muito antes de começar a melhorar todas as minhas habilidades de combate e sociais. Tudo era muito novo para mim, mas Hitorima-sensei havia concordado em me ensinar uma quantidade limitada de genjutsus os quais eu poderia explorar todo o meu potencial. Seria uma semana inteira dedicada inteiramente para o domínio dessas técnicas, o que não era só estressante, como também cansativo. Diferente dos ninjutsus, genjutsus exigiam mais do meu controle de chakra. Tinha de direcioná-lo de maneira a afetar o fluxo no cérebro do meu alvo de maneira a afetar os seus sentidos. No dia anterior havia aprendido a trazer a tona o maior medo de alguém, o que era extremamente útil, embora maldoso. No dia de hoje, no entanto, o jutsu envolvia paralisação. Segundo o professor, conseguiria até mesmo fazer isso com mais de uma pessoa ao mesmo tempo.

Só acreditei no que ele dizia quando ele fez comigo. Por mais que tentasse me mover, era como se houvesse algo muito mais forte me segurando. Fiquei parado por algum tempo, pois, segundo ele, eu precisava absorver aquilo. No começo não entendi o que ele queria dizer e achei que só estava brincando com a minha cara. Mas depois comecei a entender. Eu precisava replicar aquilo no meu alvo. Parecia ser ainda mais avançado do que o genjutsu anterior, mas eu achei que talvez conseguisse fazê-lo.  

Uma vez solto, expandi meu chakra na direção de Hitorima, vislumbrando usar a liberação de Yin para confundir seu fluxo de chakra e impedi-lo de se movimentar. Já havia entendido como os genjutsus funcionavam e estudado o bastante para que o fizesse melhor, mas ainda assim falhei muitas vezes. Ou simplesmente não conseguia atrapalhar sua reserva de energia ou conseguia prender somente poucos membros. Trabalhei gradativamente nas minhas falhas, parando para meditar e visualizar a execução algumas vezes e solicitando ao instrutor que executasse a técnica comigo mais uma vez. Tentei sentir a forma como ele me afetava não só externamente, como internamente, facilitando a replicação. Conseguia errar cada vez menos e o progresso, apesar de lento, foi constante

Dominar a técnica significava conseguir executá-la com perfeição a hora que desejasse, o que me fez prosseguir com aquilo por longas horas. A tarde tornou-se noite e quase perdera o horário do jantar até conseguir realizá-lo cinco vezes seguidas sem perder a concentração. Quando enfim ele julgou que eu tinha aprendido o genjutsu, disse que conforme eu evoluísse, aquela técnica ficaria mais poderosa. Pediu então que eu a fizesse uma última vez contra ele. Nada acontecia. Era uma resistência tão forte que eu não conseguia sequer interromper ou deturpar seu fluxo de chakra.  Compreendi o que ele quis me dizer com a demonstração. Era uma mensagem simples: Não fique confiante demais. A técnica é só uma ferramenta. Eu sempre seria a chave para que ela funcionasse. Com a minha barriga roncando e a mente cansada, me despedi dele, dando fim ao aprendizado de hoje.


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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQui Abr 01, 2021 3:43 pm

Tanto meu sensei quanto meu antigo parceiro de treino estavam lá daquela vez. Hitorima-sensei e Shin me aguardavam sentados e alegres, como se estivessem ansiosos por algo. Ao chegar, cumprimentei-os e fiz um trocadilho para tentar fazê-los rirem, o que não deu certo. Embora eles parecessem estar amigáveis hoje, era raro arranjar alguém com o mesmo senso de humor sutil como o meu. Hitorima-sensei me encarou com a expressão sorridente e assustadora de sempre, fazendo-me arrepiar os pelos do braço quando falou que precisávamos começar.

Disse-me então qual seria o nome da técnica de hoje. Rockslide Genjutsu. A habilidade consistia em fazer o alvo ter ilusões com explosões, o que poderia me dar boas aberturas se conseguisse usá-lo no momento correto. Diferente do que havia feito até agora, tinha de induzir uma visão partindo da minha concepção. Como de costume, parei para meditar por alguns minutos, sentindo meu fluxo de chakra e esvaziando minha mente. Havia melhorado minha concentração exponencialmente graças a Shin e nosso programa de treinamento mensal. Após me sentir preparado, voltei-me para o garoto e seu pai, que me encaravam ao longe. A ideia era tentar fazer com ambos ao mesmo tempo, o que só dificultava mais as coisas. Iniciei, tentando usar a manipulação de Yin, o método de aplicação dos genjutsus, para atrapalhar o fluxo de chakra de ambos. Visualizei primeiramente o cérebro deles e como a energia corria naqueles tenketsus.

Precisei tentar pelo menos cinco vezes até que eles afirmassem estar vendo alguma coisa. No entanto, era só a visão do ambiente sendo destruído, não havendo qualquer outro som ou sensação que os instigasse a achar que aquilo era real. Prossegui lidando com as falhas, parando para meditar e empenhando-me ao máximo. Havia começado pela manhã, mas não houve sequer pausa pro almoço. Quando o sol já indicava o fim da tarde, eu havia conseguido pela primeira vez em um deles. Infelizmente, não era o suficiente. Estava com fome. Só havia ingerido água desde o café da manhã e duas frutas entregues como recompensa pelo Hitorima-sensei. Foi o que mais atrapalhou, tanto meu raciocínio quanto minha concentração. Ainda assim, a força de vontade borbulhava dentro de mim.

Todas as vezes que cogitava desistir, lembrava-me do meu irmão e todo o propósito da minha vida até então, voltando a executar a manipulação de Yin. Quando enfim julguei ter dominado o Rockslide Genjutsu, tive de me apoiar no meu professor para não cair. Cansado e faminto, parti para casa. Queria muito tirar o dia de amanhã de descanso, mas sabia que não conseguiria.


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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQui Abr 01, 2021 6:03 pm


Treino de Pericias

Olá Dragon, definitivamente você não descansa, não é menino?! Bom, mais uma vez seus treinos estão bem interessantes. Apenas tenho algo a dizer... Até tu Brutus?!
Recompensa final: +6 em Lábia +2 em Armadilhas +4 em Conhecimento Anatômico ;  
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Dragon
Genin de Kirigakure

Re: [Treinos] Como treinar seu DragonQui Abr 01, 2021 6:07 pm

Quando desci para a cozinha, meu pai me aguardava com um sorriso no rosto. A mesa de jantar estava repleta de correntes e alguns livros empoeirados. Mesmo assim, ele estendia a mão para eles como se estivesse apresentando um baú do tesouro.

- Dragon! Chegou a hora, meu filho!Vou lhe ensinar a especialidade de luta do meu clã – Anunciou, fazendo com que eu soltasse uma leve risada. Pela sua expressão nos próximos instantes, notei que ele não estava brincando. Demorei um pouco para acreditar no que ele dizia. Meu pai não era de nenhuma família poderosa ou sequer famosa. Os Tatsuki, eram em sua grande maioria, mercantes e civis com trabalhos comuns. Até onde eu tinha conhecimento, Ichimaru, meu progenitor, fora o primeiro da família a seguir a carreira de ninja. Quando ele se referia ao clã, na verdade queria dizer que ele mesmo desenvolvera algo e queria passar para mim. O discurso forte de hereditariedade seria somente para prender a minha atenção. Eu preferia passar a manhã fazendo outra coisa, mas, conhecendo-o, sabia que não adiantaria negar interesse naquilo.

Sem chance de reação, me vi pegando uma corrente comum de metal e a girando no ar, acertando meu próprio peito algumas vezes e tendo que me desviar para que não pegasse no meu rosto. Não só me faltava habilidade, como não conseguia me acostumar com o peso. Não entendia como poderia utilizar aquilo para um combate real, mas havia gostado muito. O uso daquele tipo de armamento consistia em usar o giro da arma para diversos movimentos, sejam ele de imobilização, defensivos ou ofensivos. Achava exagerado chamar de estilo de luta, contudo, meu objetivo não era contestar meu parente. Por enquanto me empenhei somente em aprender a manuseá-la. Demorou um dia. O primeiro treino fora cedo da manhã e o outro a noite. Meu pai permanecia a meu lado o tempo todo, corrigindo a minha postura e mostrando como meu pulso deveria se mover de modo a aproveitar melhor o impulso.

Mesmo assim, a forma como agia era desengonçada e, segundo o meu novo instrutor, eu parecia ter medo de me machucar.

- Você que controla ela. Adapte ela a você. -
Por mais que entendesse o que ele queria dizer, eu ainda tinha muito receio. A corrente que usava era menor comparada as demais que ali haviam, mas ainda assim era dificultoso para mim. Tentei não me sentir mal com isso, porque parecia ser algo simples, mas não desisti. Não só era divertido movimentá-la, como faria meu pai feliz. Ichimaru não havia passado de um genin a vida inteira, covarde a ponto de fugir de todos os exame chunin que teve a oportunidade de fazer. Mesmo assim, eu o admirava. Ele sempre fez de tudo por mim e eu não podia negar uma herança como aquelas. Com o treinamento do dia finalizado, havia dado meu primeiro passo na luta com correntes.

Tatsuki Dragon  HP 230/230 | CH 355/355

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Dragon
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Re: [Treinos] Como treinar seu Dragon


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