[Treinos] Como treinar seu Dragon

[Treinos] Como treinar seu DragonTer Mar 23, 2021 8:41 pm

Relembrando a primeira mensagem :

Treinos — Ano 1245

> Aqui se passarão os treinamentos de Tatsuki Dragon, de forma atemporal. O cenário destes variam, de acordo com a construção do texto e do objetivo da missão. Como padrão, todos acontecimentos se passarão no verão de 1245, a não ser que seja especificado o contrário.

ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Naquela semana eu estava empenhado a aprimorar meu taijutsu, mas não no mero treino de luta corporal e sim no aprendizado de técnicas diferentes e que poderiam me ser uteis. Estava me habituando cada vez mais a luta corporal e a usar menos a Kusari, então precisava usar a minha maior arma até então: o meu estilo de luta. A força de chakra concentrado não se resumia só a causar danos no ambiente, mas também aos alvos. Logo, era preciso unir socos e pontapés se quisesse me sair efetivo numa luta, afinal, meu objetivo quase sempre deveria ser acertar um certo alvo. Desse modo, exercitei minha mente, idealizando o sujeito encapuzado da minha primeira missão com Yonkai alguns metros a frente.

- Parado - Gritei ridiculamente, concentrando chakra nos pés e tentando executar um chute. O problema foi a explosão. No instante em que liberei o chakra, minha perna voou para o lado inverso, fazendo com que eu me desequilibrasse e caísse de bumbum na grama. Fiquei contente de não haver mais ninguém ali e optei por continuar minha prática. Era muito mais difícil realizar aquele tipo de movimento, então precisava usar o máximo de amplitude e força que podia reunir para aplicar o golpe com exatidão. Passei então a saltar e a descer o pé do alto até embaixo, como o golpe de um machado. A reação do movimento indo contra mim passou a ser menos constante e conseguia realizar o golpe de maneira mais efetiva cada vez mais. Passei a ignorar boa parte do meu membro inferior e a me empenhar somente no meu calcanhar. Se idealizasse somente aquela região específica, o movimento passou a tomar outra forma e a realmente soar como um jutsu de verdade.

Cada minuto era valioso e eu não pretendia desperdiçá-lo. Entre uma tentativa e outra, sentava e meditava, sentindo o fluxo do meu chakra e controlando-o em um exercício para manter-me calmo e evitar a frustração dos erros e quedas. Quando enfim achei ter sido suficiente, achei melhor fazer um teste antes. Peguei um dos troncos que usava para treinar meu shurikenjutsu, mas não o amarrei em corda alguma, só o deixei largado ali como um alvo e me distanciei. Tomei impulso, correndo e saltando alguns metros antes.

- Tsuuten Kyaku - Gritei, erguendo a perna, direcionando energia para o calcanhar e descendo o membro. Liberei o chakra com fúria, sentindo-o se chocar contra o tronco e despedaçá-lo, fazendo voar pedaços de pau em todas as direções. Ofegante, me agachei, vendo o buraco que havia se formado no chão logo após meu pé se chocar contra ele, crendo que após muitas falhas, havia tido sucesso em dominar mais um taijutsu.

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ícone : Mensagens : 627 Data de inscrição : 21/08/2020

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- Então... como usa esse negócio? - Perguntei ao senhor Sanmaru. O velho empresário me deu um tapa nas costas, como se punisse a minha ignorância e eu arregalei os olhos de surpresa. Ele havia feito isso na missão a qual nos conhecemos e era um gesto um tanto quanto peculiar, mas que eu tentei não levar a mal. Começou então a velha ladainha, contando novamente os relatos de suas viagens do passado como se respondesse as minhas perguntas. Vi então que eu não tinha escolha senão tentar fazê-lo por mim mesmo. Era um barco pequeno, um pouco maior do que a canoa que eu havia dirigido da última vez e com um pequeno manual de instruções próximo aos controles. Estávamos parados no porto que ligava as regiões de Kiri e, bom, era para ser um meio de aprender a velejar. Me sentira ridículo quando acabei a deriva com Andra e Yonkai sem ter a menor noção de como dirigir. Não fosse o conhecimento astronômico da menina, provavelmente teríamos falho na missão antes mesmo de encontrar Kaori.

Pelo pouco que conhecia de geografia, Kiri era uma ilha e se algum dia precisasse sair dela, provavelmente precisaria saber comandar uma embarcação. Me sentei, lançando esporadicamente frases como "Sim, sim". "Sério?" "Ah, conta mais", para manter Sanmaru empolgado e dar-lhe ao menos alguém para conversar enquanto me fazia aquele favor. Ele tinha me oferecido aulas com um dos seus empregados, mas eu me sentia tão horrível naquilo que fiquei envergonhado. Além disso, não sabia se ele cobraria alguma coisa então preferi pedir um barco menor para evitar prejuízos.

Passei a ler o manual folha a folha e compreendendo um pouco mais sobre a estrutura da embarcação em si. Afinal, para aprender a controlá-la eu precisava entender seu funcionamento. Era impossível desmontá-lo agora, mas tentei apontar ou imaginar a posição das peças logo abaixo de mim. Vi o que os botões faziam e, mesmo tentado a apertá-los, passei a idealizar a mecânica do movimento. Sabia que o mero botão de ligar não só ligaria as luzes e giraria as turbinas. Haviam processos ocorrendo. Processos estes que em caso de uma tempestade ou situações atípicas eu precisaria dominar e explorá-los de maneira criativa para permanecer vivo.

Uma vez com a leitura concluída, passei a andar de um lado a outro, apontando e dizendo como funcionaria o trajeto, revisando o passo a passo e checando as folhas para ver se não faria nada errado. Não houve surpresa ao ver que eu tinha falhas catastróficas nas sequências e vi que fora uma escolha correta realizar aquele tipo de exercício teórico antes de ir na prática. Quando julguei ter estudado o suficiente, abandonei aquele etapa do treinamento, pronto para partir para ganhar novas habilidades oriundas de experiência real.

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Tentei girar o controle, fazendo o barco oscilar para a esquerda mais do que deveria. Me desesperei, agindo rapidamente para apertar o botão para cessar o avanço e puxando a alavanca para girar no sentido oposto, conseguindo para o navio antes que se chocasse contra a encosta. Suspirei de alívio, sentindo minhas pernas tremerem por ter quase ganho um bom prejuízo que demoraria alguns meses para quitar.

- Você tá doido, menino? - Gritou gaguejando o senhor Sanmaru, cocei a nuca, tentando dar um sorriso envergonhado para ele e afirmando que estava tudo sob controle. Aquela era a primeira volta que fazia no navio após ter fortalecido minha base teórica e, bom, até então estava me saindo bem excluindo situações como aquela. Era difícil acertar de primeira, mas praticar com uma embarcação de porte menor havia me ajudado bastante. O rio no qual nos locomovíamos era calmo e do outro lado da encosta passava uma ou outra canoa de mercantes carregando caixas. Era cedo da manhã, um horário bem tranquilo na água, embora as ruas estivessem bem agitadas ao nosso redor. Os berros do dono do barco chamavam a atenção de todos, mas eu tentei compreender sua revolta e concentrar minhas energias em me adaptar à navegação.

De todo modo, bastavam cinco minutos de viagem que ele esquecia de tudo e voltava a contar seus contos quando jovem, o que era, apesar de irritante, bem melhor. Vez ou outra eu me permitia praticamente desligar o barco e parar por um tempo, alongando o corpo e tentando tirar um pouco da tensão. Quando estava quase batendo, fazia o mesmo, revisando os conceitos do manual e garantindo que teria um melhor desempenho na próxima vez. Pouco a pouco sentia que estava me aprimorando e, para uma primeira vez, os erros ao final daquela prática estavam bem menores do que do começo, embora estivesse longe da maestria almejada. Após ter dado uma volta completa no bairro, haviam se passado pelo menos uma hora e meia. No porto havia um rapaz alto e com o crachá de Mestre "Suiru". O nome me saltou a cabeça de imediato. Era o piloto de navios do senhor Sanmaru, aquele que o levava para passear a manhã inteira por Kiri de modo a conter um pouco a sua ansiedade e fazê-lo ter maiores desempenhos nos trabalhos vespertinos como empresário. Entreguei o pequeno barco a ele, agradecendo ao dono por ter tido a oportunidade e, para minha surpresa, ganhando um obrigado em troca.

Segundo ele, o dia era bem melhor tendo alguém para conversar e meu rosto fazia com que ele se lembrasse dele próprio quando mais novo. Fiquei contente. Não só por ver que ele era um moço simpático, retirando seu lado emotivo e afobado, e tendo a garantia de que quando precisasse praticar novamente, ele ajudaria de bom grado.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Peguei as pedras de cascalho, dando um suspiro fundo após um bom tempo de procura. Sentei-me na grama,limpando o suor da testa com as costas da mão e jogando o caderno de anotações para o lado. Era uma floresta próximo ao campo de treinamento, um local onde usava para treinar escalada e shunshin nas diversas árvores e que hoje seria o local onde aprenderia um pouco mais da arte de sobrevivência. Segundo o manual que havia lido na biblioteca, aquele tipo de pedra se encontrava em diversos tipos de biomas e não foi diferente ali. Tive alguma dificuldade de encontrar elas com aquela descrição, tendo de reler as anotações e parar a cada metro para conferir se não era das que se tratava. Torci para estar certo e não ser mais uma tentativa falha.

Comecei a bater as pedras uma na outra, tentando fazer a fricção se transformar em faísca e, na minha mente, imaginando que sairia uma enorme chama, por isso, mantinha a cabeça um pouco distante. Quando surgiram as faíscas, dei uma risada de satisfação, mas logo notei a minha falha. "Não pode ser verdade" pensei. Havia me dado conta que havia esquecido de algo crucial. O material que pegaria foco. Me senti o garoto mais burro do mundo e agradeci por Yonkai não ter visto aquela idiotice. Passei a procurar alguma palha vegetal ou algo que pudesse servir para a combustão. Eu não entendia nada de botânica, então não fazia questão de analisar as plantas. Apenas colocava a mão nela, sentia se estava úmida ou não e tentava usá-la, falhando algumas vezes até conseguir fogo.

Vi a chama se acender e tive de pisar com rapidez para que ela não se espalhasse. Notei que fazer aquilo ali poderia dar problemas graves. Era um exercício um tanto arriscado então eu decidi focar em apenas procurar rochas como aquela. Guardei-as no bolso e me pus a procurar, imaginando que, caso estivesse em algum lugar hostil como meu último pesadelo, precisaria encontrar objetos como aquele no meio da floresta. Sabia que não havia chegado a uma hora e meia, mas meu corpo caminhava como se eu estivesse há dois dias ali. Talvez por não ter muita confiança no que estava fazendo. Optei por parar aquele treinamento por hoje e voltar para casa, colocar em meu diário as observações sobre hoje. Erros e acertos, para tentar sempre me sair melhor no dia seguinte.

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ícone : Mensagens : 108 Data de inscrição : 25/03/2021

Treinos de perícia [2x Navegação 1x Sobrevivência]: Aprovados

[Treinos] Como treinar seu Dragon - Página 4 EAFoqzr

ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Cruzei os braços, alongando o pescoço e ouvindo os estalos dos ossos acusando a minha má postura. Estava com a cabeça abaixada por um bom tempo, mergulhado nos ensinamentos do "Diário de Jack, o mochileiro feroz - Como velejar na chuva". Com título chamativo e ilustrações bonitas, foi o primeiro que vi e já gostei de imediato. Apesar de ser didático, a forma como os assuntos eram explorados eram contadas em relatos reais. Eu gostava da ideia de aprender mais sobre navegação e, por mais que já tivesse marcado mais um passeio de barco para o dia seguinte, eu sentia a necessidade de me preparar para um dos piores cenários possíveis. Havia um inimigo o qual eu não conseguiria derrotar com lâminas ou meu dojutsu: o clima.

Bem ou mal, havia tido um choque de imediato. Pensei que seria um pouco mais romantizado, com contos mais focados no protagonista como um herói da embarcação. Mas foi muito pelo contrário. Mortes e sangue foram o produto da sua insensatez. Se dera o lixo de ignorar todos os conselhos que lhe foram dados e, julgando já saber o bastante como um grande ninja, não achou que precisava entender o mínimo sobre algo mais. Quando o capitão acabou desmaiando por uma concussão, não houve ninguém na grande tripulação de incompetentes para lidar com a chuva. Por mais que esse começo citasse os seus maiores erros e coisas a não se fazer em momentos como aquele, eu tentei absorver a lição que trazia a respeito da arrogância e ignorância. Não queria ser como Jack. Tentei não me perder muito nisso, empenhando-me no foco principal que era extrair dali os maiores erros do ninja naquela situação e o que ele dizia ter sido correto.

Nas folhas seguintes haviam lições mais concretas sobre como lidar com o clima desfavorável em embarcações de diferentes portes. Cada uma delas tinha seu próprio mecanismo e eu já havia visto isso um pouco na prática. Foquei em identificar um passo a passo e tentar resumi-lo a minha mente. Afinal, não queria ser um construtor de navios para absorver todas as suas partes tampouco passaria a trabalhar com aquilo. O que eu necessitava era de um guia rápido e eficiente de como reagir à emergências. Quando enfim vi que não entrava mais nada em minha cabeça, fechei o livro, guardando-o na prateleira e dando por encerrado o estudo por hoje, ansioso para o que planejei pro dia seguinte.

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O senhor Suiro era bem mais calmo que o seu chefe. O piloto de navios me apontava para os controles e consertava alguns conceitos errados que tinha carregado de livros antigos. Acabou que aquela tarde foi,de longe, a de maior aprendizado até então. Ao passo que eu tentava aproveitar cada segundo ao lado do experiente capitão, Kaisen Sanmaru, o empresário do ramo de embarcações e dono de praticamente tudo ali, gritava e xingava o fato de estarmos parados e ele não estar sentindo a brisa bater contra seu lindo rosto. Era um velhote chato e, embora bondoso, se aproveitava dos favores que me fazia para me pedir diversas tarefas. Eu não conseguia ser ingrato a ponto de recusá-las, mas não era tão bondoso a nível de fazê-las sem me sentir incomodado. Tentei ignorá-lo empenhando-me em extrair o máximo de Suiro.

- Então, ele não vai tombar se eu manobrar repentinamente? - Questionei, achando curioso aquele mecanismo. Era um navio moderno e grande, diferente dos que havia visto até então. Em porte, era o dobro ao do rapaz que nos levara até a ilha de Kaori. Eu não era bom com números e preços, mas os detalhes dourados e a cabine luxuosa deixavam explícito que aquilo valeria a minha vida inteira fazendo missões Rank D. O senhor Kaisen não me deixaria jamais pilotá-lo e ter a oportunidade de pelo menos chegar na cabine de navegação já era uma experiência surreal. Era completo e era disso que tinha medo. Eu sabia que muitas vezes não teria todo aquele arsenal de ferramentas e precisaria lidar com alguma precariedade. Busquei me afeiçoar no básico, que serviria para tudo.

Após muita ladainha do dono, demos partida, iniciando nosso percurso ainda por Kirigakure, em um passeio de luxo pelo vilarejo. Embora eu estivesse tenso só de estar ali do lado, Suiro parecia que estava assando um sanduíche, completamente despreocupado e vez ou outra olhando para as unhas ou para o chão ao invés de fitar a água, o que me dava pequenos infartos e palpitações. Eu não era audaz para pedir para dar uma voltinha, mas eu tentei imitá-lo. Era ridículo, mas analisei a forma como ele fazia tudo, mesmo que inconscientemente. Quando enfim a volta de barco terminou, eu tinha perguntado tantas coisas que achava que o mestre Suiro iria me banir dali para sempre. Mas, não foi o caso. Ele não me aceitara como aluno, mas me ajudaria caso tivesse alguma dúvida. Não era o que eu queria ou esperava, mas decidi não olhar com desdém para isso. Era gratificante poder contar com alguém com aquele tipo de experiência, afinal, dias piores poderiam vir.

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Dias piores vieram. Eu não estava em nenhuma missão mortal ou sequer fora de Kirigakure, mas isso não me deixou mais aliviado diante da tempestade que fechara o céu. A chuva era forte e o vento agressivo. Praticamente o pior cenário para velejar com um barco que não era a motor. O senhor Sanmaru havia me aparecido com um modelo de navio antigo à vela, grande e esbelto. O tipo de embarcação comum de se ver em livros sobre piratas. Um meio de viagem que em alguns anos provavelmente será considerado arcaico em face da tecnologia, mas que até hoje não havia se perdido. Meu olhar era muito mais clínico do que recreativo para aquilo. Eu queria saber como me virar para missões e me inteirar como ninja, não só sair aprendendo de mais um pouco por diversão como fazia Yonkai em seus estudos. Ainda assim, até para ele seria impossível ver algo legal naquilo

O mestre Suiro me gritava para içar velas e puxar algumas cordas enquanto o navio todo balançava. Estávamos a alguns metros do porto, apenas simulando como as águas ficam agitadas em climas como àquele. Dificilmente seríamos arrastados para o mar devido as amarras, mas sentia como se o mundo fosse desabar. Era como estar em um livro de terror em alto mar e, bom, eu era a vítima. A minha expectativa foi frustrada quando ele pediu para que eu assumisse o timão e literalmente sentisse o que era guiar o barco. Deparei-me com a peça extremamente pesada e uma dificuldade imensa de fazer aquilo enquanto os raios deturpavam o som da sua voz, atrapalhando e muito a comunicação entre nós. Tentei me concentrar, mas me lembrava cada vez mais dos relatos de Jack, o protagonista do livro que havia lido semana passada. O personagem havia passado por uma situação semelhante àquela e havia sido um completo desastre. Espera... parei, percebendo que estava sendo preenchido por um medo ilógico. Afinal, o que eu temia? Havia me preparado muito para eventos daquele gênero. Resumos, livros e condução real de embarcações, os três pilares que sustentavam minha crescente maestria e que fariam com que eu me saísse bem naquele exercício.

Mais ciente e relaxado, passei a caminhar mais centrado e tomando minhas próprias decisões. Já não precisava esperar ordens do capitão, praticamente adivinhando ou entendendo o que precisava ser feito àquele instante. Quando o céu se abriu e a chuva abriu portas para um grande arco-íris, eu estava deitado no piso de madeira, completamente exausto, mas satisfeito comigo mesmo. Aquela fora a prova de que eu estava pronto para navegar. De que meus esforços estavam valendo a pena.

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ícone : Mensagens : 108 Data de inscrição : 25/03/2021

Treinos de perícia [3x Navegação ]: Aprovados

ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Abro a mão, não mais sentindo a necessidade de performar os selos de mão, expelindo uma quantidade de chakra elemental e fazendo-o tomar a forma de um cão. Minha mão tremia enquanto eu tentava me concentrar, a ideia era performar um outro jutsu enquanto permanecia com aquele ativo, mas era impossível. Era cedo da manhã. O café ainda não havia me acordado e

- Raiton Raijū Tsuiga - Materializo o animal de eletricidade outra vez, fazendo-o percorrer o campo de treinamento em saltos rápidos. A corrente permanecia ligada a minha mão enquanto eu manipulava sua velocidade e direcionamento. Depositei energia abaixo dos pés, tentando não perder o controle do cão enquanto saltava para o lado, usando a cintilação e simulando uma esquiva. O raiton se desfez e isso só me mostrou o quanto eu precisava praticar minhas técnicas ninja ainda mais. Ser um bom usuário de ninjutsu não se resumia a aprender novas técnicas ou a ter um bom controle de chakra. Havia uma série de pressupostos e, na grande parte deles, eu me sentia atrás de Yonkai. Eu não havia me especializado em nada até agora. Minha luta corporal não chegava aos pés da força estrondosa de Suyoshi e minhas técnicas ninja não eram usadas com tanta criatividade quanto o rapaz de cabelos loiros. Eu precisava superá-los. Cada um deles.

Continuei tentando, usando o cão para atingir algumas árvores e vendo o elemento se espalhar pelo caule. Madeira e eletricidade eram antagônicos e, por mais que eu estivesse dando impulso, era muito menos efetivo do que o Doton de Yonkai ou técnicas de fogo. Na minha cabeça vieram alvos invisíveis, vultos com formato humanoide os quais eu visei em minhas ofensivas. O animal devorava o vento e já partia para alguns metros à direita logo em seguida. Por mais que a realização do ninjutsu fosse a minha prioridade, era impossível afastar as preocupações. As palavras do Raikage pairavam na minha mente como se ainda estivesse à frente da televisão, assistindo o anúncio de guerra após um atentado do país da geada. Era ridículo pensar que alguém havia mesmo tentado derrotar o ninja mais forte da névoa. Mas me deixava apreensivo cogitar uma derrota.

Se eu fosse fraco, continuaria eternamente como um genin e jamais seria mandado para a linha de frente. Eu queria proteger as pessoas que nada tinham a ver com aquela luta de egos. Cada centímetro do vilarejo deveria estar sob minha supervisão um dia. Eu não tinha a pretensão de me tornar mizukage. Precisava ir atrás de força. Valeria muito mais do que aquele chapéu azulado. O cão se desfez e só então eu notei que já estava ali há um bom tempo. Performar aquele ninjutsu mais avançado era cansativo a ponto de eu me jogar ao chão, com os braços e dedos exaustos.

Fitei as nuvens em uma promessa silenciosa. Um juramento de que faria de tudo para salvar Kirigakure.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Levei a mão até o bolso de trás, sacando um par de shurikens e fitando o tronco mais adiante. Naquela distância, se fosse uma mera prática de arremesso, não tinha dúvidas que acertaria. Mas não era para isso que estava ali. Após ser pressionado e praticamente nenhum dos meus golpes funcionar contra Yonkai, estava me empenhando a superar meu companheiro de time em termos de ninjutsu e mostrar a ele o quanto meu estilo raio poderia ser efetivo. Passei chakra elemental ao aço das estrelas ninja, vendo o brilho e a eletricidade da minha energia tomar conta dos projéteis. Estendi os braços para trás e os arremessei, vendo elas se fincarem ainda mais no tronco, como se sua lâmina tivesse ficado ainda mais afiada com aquela técnica. O Ikazuchi Sanren era uma das minhas habilidades preferidas, mas eu sentia que poderia ficar ainda melhor com a repetição de ninjutsus e seu uso em momentos estratégicos. Recolhi os itens e passei a correr pelo campo de treinamento, com os olhos atentos, mas sem utilizar meu byakugan.

Usava a cintilação para ir cada vez mais rápido e liberava energia para moldar dois bunshins comuns ao meu lado. Era desnecessário o uso de selos de mão, mas a concentração para explorar múltiplos ninjutsus em sequência ou simultaneamente era um quesito importante e que eu precisava exercitar. Passei a tentar ativar as duas vertentes do meu chakra, elemental e normal, usando as técnicas básicas em conjunto com o elemento raio. Chegava a ser ridículo as variações que surgiam e que eu acabava utilizando, chegando a um ponto em que moldava um pano em formato de pedra com Kakuremino e logo em seguida o abria, disparando as shuriken embebidas em fluxo de energia elemental. Quando já estava ofegante e começando a perder performance, retornei para a primeira árvore, pegando minha garrafa de água e tomando alguns goles enquanto me encostava em um tronco.

Havia lido um pouco mais sobre como me aprimorar. Eu ainda não havia essencialmente dominado o raiton, o que impossibilitava para mim tentar aprender um segundo elemento nesse momento, mas, segundo meu avô, no futuro seria possível fazê-lo. Por mais que a natureza de raios fossem a minha predisposição, com bastante treinamento eu seria capaz de explorar algum outro. Quanto mais lia sobre o assunto, mais notava que eu não era nem dez por cento do que eu poderia ser. O sentimento de impotência fez com que eu olhasse para o dia de hoje e me questionasse se eu realmente estava seguindo o caminho certo. Se realmente era só aquilo que eu podia fazer, usar técnicas de complexidade mediana ou até baixa. Não seria desse modo que eu traria meu irmão de volta, mas, talvez, fosse com esse passo a passo que evitaria falhas como as da minha primeira missão. Prossegui com o treino, dessa vez, dedicando o tempo somente a manipulação livre de Raiton, liberando os raios da palma da mão e vendo-os correrem livremente, tentando moldar sua intensidade para maior e menor, compreendendo um pouco mais sobre mim mesmo. Ao fim, quando minha barriga já estava roncando, recolhi minhas coisas, caminhando de volta para casa louco para comer uma grande tigela de ramen.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Empurro o solo com força, tentando ser o mais rápido que podia e com os olhos atentos para as imagens presas às árvores. Havia feito alguns desenhos diferenciados. Palavras, frutas e símbolos representando alguns elementos, sob orientação do meu avô. Ser um shinobi inteligente envolve comandar sua mente como um todo. A memória é só uma de suas características e você, em diversas situações, vai precisar não só notar os detalhes, mas se lembrar deles. Foi a partir disso que extraí a dinâmica de hoje. A ideia era correr com rapidez, imaginando o campo de treinamento como um salão onde não poderia esquecer o que havia acabado de cruzar, usar a cintilação e me movimentar enquanto isso era o meio que havia encontrado para dificultar e me pressionar um pouco mais. Com o consciente dividido e desempenhando tarefas diferentes ao mesmo tempo, esperava conseguir simular com ainda mais afinco eventos que só ocorreriam em missões.

Quanto mais tarefas e missões me eram entregues, mais notava que nenhum treinamento chegava aos pés da emoção que um fenômeno real carregava. Um erro poderia significar uma vida, minha ou de outra pessoa, como foi com Kaori.

- Maçã. Katon. Yonkai. Pedra... - Repetia, retornando e conferindo. Havia errado alguns, afinal, havia preparado diversos papéis e escolhido aleatoriamente seis dele para início. Não considerava um sucesso quando me equivocava na ordem delas, sendo rigoroso comigo mesmo até conseguir acertar toda a sequência. Era ridículo a médio prazo, afinal, uma hora ou outra eu simplesmente decoraria. Então fiz questão de mudar uma coisa aqui e ali, como por exemplo, adicionar a execução de bunshins, colocar três papéis juntos em uma só árvore e trocar os símbolos com os demais que carregava em minha mochila. Com algumas kunais em minha posse, resolvi praticar arremessos de mesmo modo. Passei a um estágio maior de concentração, onde a atividade passaria a ser caminhar e tentar marcar quantos passos de distância estava entre uma árvore e outra e a altura do papel. Ao finalizar o trajeto, fechei os olhos tentando voltar contando as passadas e arremessando os projéteis, tentando atingir somente com a vaga lembrança de aonde eles estavam.

Por fim, quando já sentia a mente sobrecarregada, sentei-me, recolhendo os papéis um a um e os colocando novamente na minha bolsa. Guardei as facas, sentindo que o treino de hoje havia sido produtivo. Não era como se tivesse me tornado um grande estrategista ou uma mega mente, mas com a repetição, poderia explorar aquelas características nas missões com mais facilidade. Lembrar-se de rostos em multidões ou da posição de determinados itens. Recordar-me de pontos relevantes e, mais que isso, essa noção espacial poderia favorecer inclusive a minha habilidade com armadilhas. A aplicabilidade de uma boa memória era extensa, o que fez com que me sentisse grato por ter tido aquele toque do meu avô. Sem mais nada a fazer ali, me retirei, rumo à minha casa.

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ícone : Mensagens : 108 Data de inscrição : 25/03/2021

Treinos de atributo[2x Ninjutsu 1x Inteligência]: Aprovados

ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Seis semanas antes da morte de Suyoshi

Sentei-me a grama, apreciando a paisagem do centro de treinamento naquele dia nublado. Não havia melhor cenário para praticar mais uma vez. Em minha bolsa havia algumas tralhas como pregos velhos, cordas desgastadas e uma tenda para acampar. Utensílios que havia pego emprestado de meu pai apenas para praticar o que estava estudando na biblioteca. Se iria realmente fazer uma preparação de sobrevivência, o mínimo era saber como montar meu próprio abrigo. Mas esse não era o único treino de hoje. Primeiramente, reforçaria as bases teóricas. Encostado numa árvore reli o meu resumo, não arriscando trazer comigo os livros para não danificá-los com a chuva e ter de receber mil e uma broncas da bibliotecária.

Haviam ideias e orientações sobre como montar um acampamento sem e com ferramentas como as que eu tinha posse. Por mais que eu quisesse testar realmente usar madeira ou procurar meios ali para efetivamente recriar um abrigo, eu preferia trabalhar primeiro com o tipo de coisa que eu teria em uma missão longa. Sem desperdiçar muito tempo, relembrei as instruções sobre como armar uma tenda. O manual não se limitava aos meios técnicos de como armá-la, mas a como estudar o ambiente e optar pelo melhor local. Era preciso notar se não estava próximo a quedas ou a locais os quais a chuva poderia me levar e causar a morte. Pedras grandes que possam ser roladas e qualquer tipo de detalhe que possa se virar contra mim. Além desses malefícios, era preciso notar o ambiente mais propício possível e, claro, se realmente serviria. Com uma tenda de pano fino e não resistente a água, de nada adiantaria em um ambiente chuvoso, sendo melhor ir atrás de cavernas ou algo para montar o acampamento.

A segunda etapa seria revisar conhecimentos. Já tinha uma ideia de como riscar pedras para formar a fogueira então tentei recriar o passo a passo assim que a chuva chegou. Caminhei pelo campo de treinamento, por entre as árvores grandes onde costumava treinar escalada, buscando por rochas que serviriam para tal. Guardei-as no bolso, sem ter mais tanta certeza assim se estava acertando. Da primeira vez que fizera isso, tinha o auxílio de figuras para comparação e tempo para pensar. Agora eu tinha que me agilizar por conta da água que despencava em meus ombros. Era impossível riscá-las agora, mas tentei usar o clima como um fator para me pressionar a andar mais rápido. Mesmo de dia, era possível notar o quão nervoso eu havia ficado com aquilo. Julguei justo não ter optado por fazer aquele tipo de coisa a noite ainda. Enfim, após ter os dois bolsos da calça cheios por pedras, dei aquela parte do treino como encerrada.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Passei algum tempo caminhando, tentando achar algum lugar para montar o acampamento. A princípio, não era para ser tão difícil. Mas floresta a dentro havia tanta lama e poças de água que tornava difícil achar um lugar que eu julgasse ideal. Até que, após bons minutos andando, eu notei que não havia lugar ideal. Em momento algum havia aprendido que precisava achar necessariamente o ambiente perfeito no sentido de sem defeitos. O mais adequado seria de acordo com cada ambiente e situação e se eu fosse demorar tanto assim das próximas vezes, o exercício seria um fiasco. Optei por recomeçar, como se estivesse chegando agora ali e escolhi um local comum. Retirei os itens da bolsa e me pus a improvisar, tentando me recordar do que havia revisado há quase uma hora.

Como não havia mais ninguém ali, me permiti xingar um pouco enquanto tentava firmar bem a tenda. O esforço era inútil. Talvez por estar tudo muito escorregadio com a chuva ou minhas roupas já estarem todas sujas de lama devido a quatro ou cinco quedas que havia levado naquele intervalo de tempo. O resumo àquela altura já estava todo molhado em meu bolso e, embora as circunstâncias pedissem que eu apenas voltasse para casa e tentasse outro dia, eu me recusei. Me abriguei abaixo de uma grande árvore, vendo que aqueles galhos grossos e as folhas não serviam para me proteger por inteiro, mas era o melhor que podia arranjar para tentar raciocinar melhor.

Ficar forçando a memória não me faria sair do lugar então tentei me dedicar à base. Os fundamentos de sobrevivência eram simples para situações complicadas: Focar no que possui e como dar o melhor uso a isso. O que eu via ao meu redor era a chuva em uma floresta e um amontoado de coisas inúteis que eu tentava forçar a barra e fazer parecer que poderiam ser úteis. Notei que tinha até mesmo de manuseá-las, achando que tudo iria se rasgar e eu teria que aturar meu pai me enchendo por algumas horas. Mas não devia ser assim. Não iria sair do lugar enquanto temesse coisas como aquela e acabasse me limitando.

Caminhei de volta, tentando deixar minha mente mais limpa e amarrar com mais afinco. Tentei firmar a tenda, usando algumas raízes para firmar por não ter como fazê-lo com aquele solo molhado. Em alguns minutos, vi a tenda montada. Estava um pouco torta e não durou muito tempo com aquela ventania, mas eu senti que fora um sucesso. Havia notado naquelas horas até então uma evolução no meu raciocínio. Algo que valeria muito mais do que terminar em tempo recorde. Aos espirros, recolhi tudo, voltando para minha casa antes que pegasse um resfriado.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Bart era o mais calmo dos alunos, motivo o qual optei por sentar ao seu lado. Os meus outros dois primos constantemente brigavam entre si e eu precisava interrompê-los ou só sentar e aguardar que terminassem. A minha tia havia pedido que eu os ajudasse com os assuntos do colégio e, bom, fora uma maneira de me estimular. Como não me foi me dito especificamente sobre o que deveria ajudar, tratei de revisar um pouco sobre geografia, ainda mais afundo do que meu último estudo dirigido com Yonkai. Investi algumas horas na biblioteca nos últimos dias tentando aprender um pouco mais sobre a geografia do país da água. Afinal, precisava mostrar a eles alguns detalhes e tentar surpreender.

Conhecendo bem eles, no instante em que pensassem que sabiam mais do que eu, jamais prestariam atenção. Estávamos só há alguns minutos ali e, por eu ter comentado simplesmente o nome de algumas ilhas que rodeavam kirigakure, o debate entre eles se resumiu a qual outro nome seria melhor para ela Pertinhogakure ou bem ali. Quando notei que só estávamos perdendo tempo e havia ainda duas folhas de meus resumos para introduzir a eles, os interrompi, dizendo que não era só assim. Mostrei que não poderiam chamar qualquer lugar de vila oculta e que, na verdade, só existiam três delas, apesar de que, naquele dia, eles só precisariam se atentar a da névoa.

Aproveitei os seus semblantes de surpresa e confusão para continuar, fazendo alguns desenhos e atraindo sua atenção. Era difícil fazê-lo então algumas vezes eu tinha que deixar uma brecha, como perguntar qual seria o melhor nome e deixar que eles liberassem a energia debatendo calorosamente. Bart era o mais velho dos pequenos, com 8 anos enquanto os outros tinham seis. Provavelmente por isso permanecia calado boa parte do tempo, evitando atrapalhar meu raciocínio. O que acontecia algumas vezes quando eu tentava falar alguns nomes técnicos e eles simplesmente choravam por não terem conseguido assimilar.

Quando enfim terminei o que tinha preparado, pedi para que eles me dissessem o que haviam entendido. Tomei alguns copos de água, já com a garganta seca de tanto falar. Para minha surpresa, todos os três haviam aprendido alguma coisa. Embora praticamente o nome de tudo e até alguns verbos fossem inventados por eles, como “Essas ilhas são kirigakuradas”, era inegável que tinham absorvido conceitos importantes. Bart, por outro lado, conseguiu me detalhar muito mais coisas, o que me fez crer que ele seria o prodígio da família Tatsuki. Na idade ele, eu provavelmente não conseguiria tanta informação. Do contrário, não estaria me esforçando tanto nessas áreas até hoje. Com a aula finalizada, o trio de primos não eram os únicos a terem se beneficiado. Como professor, havia caminhado mais um passo e compreendido mais um pouco sobre Geografia.

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ícone : Mensagens : 627 Data de inscrição : 21/08/2020

ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

O Dragon de quatro anos atrás era diferente. Antes do presságio da guerra ou a morte de Suyoshi, suas preocupações eram outras. Não só tentava de tudo para dominar o Byakugan à sua maneira, como também buscava melhorar as notas na academia. Chegava a ser lamentável como alguém quase sempre acima da média, de um ano para o outro, havia adquirido índices tão baixos. Com a fuga de seu irmão, era difícil acompanhar a enchente de matérias sem o auxílio que costumava ter em casa. Tivera de trabalhar dobrado para contornar suas próprias dificuldades, a ponto de livros de conhecimento geral e até mesmo a prática de técnicas se tornarem ainda mais frequentes. Mente e corpo ao fim do dia estavam exaustos, mas seu espírito não o deixava descansar. Havia algo a se fazer. Uma última tarefa. O estudante abriu o livreto tentando absorver o primeiro capítulo e extrair o mínimo de conhecimento sobre física.

Sua maior luta, no entanto, não era contra a matéria em si. Até mesmo a parte mais teórica que antecedia as fórmulas matemáticas era de difícil assimilação. Tatsuki tinha sérios problemas de aprendizado e, para piorar, era preciso controlar seu emocional diante daquilo. Desejou por muitos dias que se resumisse só à revolta e ao autojulgamento. Acompanhado a isso vinha a dor da solidão, a culpa por seu irmão ter se tornado um nukenin e a preocupação com seu pai, que tinha de superar a perda de seu filho mais velho um ano após o falecimento da esposa. A mente de Dragon, ao mesmo tempo que trabalhava como sua maior aliada, era também sua pior inimiga.

Tardaram algumas semanas até conseguir entrar nos trilhos. O controle emocional e a memorização eram o foco de todos os trabalhos. Tatsuki visitou a casa de alguns professores, pedindo auxílio e realizando diversas atividades. Desde decorar nomes aleatórios até testes acadêmicos antes de dormir. Quando achava que algo não estava certo, aprendeu a ser independente na busca por respostas, caminhando até a biblioteca publica da Vila da Névoa e se afogando em livros e pergaminhos. Sua meta, porém, não era tornar-se o mais inteligente da sua turma ou quiçá superar alguém. Seu ego e ambição não batiam com aquilo. Bastava subir as notas. Cada prova precisava vir com ao menos um ponto a mais que a anterior. Nessa lenta caminhada, ele logo se viu dentro do esperado para ser aprovado. Não só os professores, mas o próprio Dragon viu que poderia chegar muito mais longe do que aquilo. Mas ver que podia progredir por conta própria e lidar com seus conflitos internos foi tudo que o menino precisava. Foi um dos passos mais importantes para ganhar autoconfiança. Nasceu ali o anseio por aprimoramento de Tatsuki Dragon. O melhor meio para, algum dia, trazer seu irmão de volta à vila.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Nos primeiros segundos sentiu como se estivesse com o mundo inteiro apoiado às costas, sem sair do lugar por mais que forçasse o corpo inteiro para frente. Apertando a corda com ambas as mãos, Dragon lutava para tentar carregar aquele enorme peso de um lado do centro de treinamento à outro. O tronco bem preso às amarras era o mesmo que havia sido arrancado por Suyoshi em um dos seus treinamentos passados. Foi lembrando do seu ex-companheiro que o genin chegou àquele exercício. Claro, não era cogitável chegar no mesmo nível que o falecido. Mas ao sentir dificuldade no mero brandir de sua arma, foi crescendo dentro de si a necessidade de ter músculos mais densos e resistentes. Por mais que não conseguisse manter aquele impulso por mais que alguns centímetros, não desistiu.

Tatsuki sentou-se à grama, sentindo os ombros tremerem já cansados, mesmo que tivesse chegado há no máximo dez minutos. Encarou seus braços finos, culpando a si mesmo por não ter pego conselhos com Suyo sobre como se aprimorar ao limite. Passou algum tempo ali, reunindo forças para prosseguir até se erguer de supetão. Enrolou a corda em si mesmo outra vez e tentou dar um passo de cada vez. No centro de treinamento apenas seus gemidos de esforço e o arrastar das folhas eram ouvidos. Vez ou outra o rapaz se viu roubando, usando explosões de chakra para facilitar seu trabalho. A honestidade com seu treinamento era algo consolidado. A ponto de Dragon se pôr a rolar a árvore novamente, punindo a si mesmo e tratando aquilo como um exercício físico.

Usando o Chakra Enhanced Strength, poderia facilmente jogá-la para o alto ou até mesmo despedaçá-la. Mas o custo de energia era alto e em situações complicadas, precisava se ater a seu próprio corpo, poupando o máximo de chakra que pudesse. Situações complicadas… era isso que o movia todos os dias desde então. A falha na proteção de Kaori e a morte de Suyoshi. Tatsuki sentia-se um fracasso e havia se tornado muito mais frequente perguntar a si mesmo se estava no caminho correto. Se não percorria uma trilha rumo à ruína. A decepção e a incerteza guiavam a tração, até se ver sem resultado algum além de sons constrangedores.

Largou o cabo, jogando-se ao chão coberto de suor. A respiração ofegante não negava o quanto havia se dedicado. Aquele era só mais um dos muitos treinos os quais Dragon colocava o limite do seu físico à prova. Anos após aquele mesmo garotinho dormir exausto encima dos livros, o membro da força ninja de Kiri já adolescente portava a mesma determinação. Limpou a testa com o antebraço, fazendo uma promessa silenciosa antes de se levantar e sair andando. Daria uma volta inteira na floresta nos arredores, mesmo que seus braços caíssem ou sua coluna se rachasse ao meio.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

A estrela ninja planou por alguns metros, girando no ar após ter sido lançada com toda a fúria do genin. As árvores do centro de treinamento e o pequeno riacho que dividia a estrada em duas eram as únicas testemunhas de suas muitas falhas. A medida que o projétil perdia altitude, o sorriso de Dragon se esvaia e ele retornava ao semblante de seriedade que o levara a mais um treino. Já estava há algum tempo tentando aprimorar seu corpo de algum modo e, quando o quesito era força, não se limitava a puxar árvores ou quebrar tábuas de madeira.

Até então só conseguia fazer lançamentos à uma distância tão curta que muitas vezes sequer compensava. Cada vez que parava para pensar, Tatsuki percebia o quanto preferia ser discreto na maioria das situações. Motivo o qual levou a aprimorar sua furtividade. Permanecer invisível aos olhos do inimigo e conseguir atingi-lo à muitos metros de distância era o tipo de coisa que sonhava em fazer. Pela primeira vez em algum tempo, havia tomado uma meta palpável para si e estabelecido alguns parâmetros. A dez metros de distância havia um pequeno graveto como alvo. Lamentavelmente, ele permanecia inteiro após quase uma hora de prática. A shuriken lançada naquele instante se fincou no gramado logo atrás de um par de kunais. Seu quinquagésimo arremesso. O pior até então.

– Tsc – Caminhou a passos pesados, recolhendo os itens e dando um suspiro. Os ombros do ninja queimavam tanto quanto o ardor em seus olhos. O suor descia da testa e caía pelas sobrancelhas como se tivesse acabado de receber um balde de aǵua. A camisa ensopada já se colava ao tronco e, apesar de não estar em seu melhor estado, ele já havia se acostumado com aquilo. Por mais que o físico pedisse por descanso, o espírito, como sempre, o instigava a continuar. Brandiu a kunai no ar, girando-a pelo buraco na haste e a segurou entre os dedos. A técnica há muito já não lhe era um problema. A questão maior era o alcance. O impulso não lhe deixava ultrapassar muito mais a marca de cinco metros, o que, no fundo, era revoltante.

Contraiu a musculatura, sentindo o bíceps saltar e o antebraço se recolher. Os braços se jogaram instintivamente para trás e seu tronco se angulou para o lado. Lançou, como se o pouco peso da arma fosse uma tonelada em sua posse. Assim que o fez não parou para analisar o resultado, sacando outra daquelas do bolso e repetindo o processo. Até novamente se ver sem mais nada para disparar. Do pouco que sabia sobre o corpo humano, entendia que não se tratava de uma questão de técnica. Força se adquiria com exaustão e com o desgaste e era disso que precisava. Forçar a si mesmo dia após dia até se adaptar a estímulos cada vez mais excessivos.

Quando a fadiga lhe abraçou, já não tinha mais disposição nem para firmar uma base firme. Diferente de aprendizados de jutsus o qual o retorno era instantâneo, era difícil ter de passar por aquilo e notar que não estava tendo progresso algum. Mas não desistiu. Não havia mais como voltar atrás. Prometera a si mesmo. Prometera a Suyo. Exausto, Dragon se retirou do centro de treinamento, finalizando mais uma tarde de treino.

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Carregar todas aquelas caixas não fazia parte do cronograma de Dragon. O menino havia planejado mais uma tentativa de puxar uma árvore caída, contornando o centro de treinamento dedicando tanta força que parecia alguém prestes a chocar um ovo. Claro, o objetivo era que seu corpo naturalizasse aquele tipo de empenho e tivesse mais facilidade em explorar a musculatura para tarefas diversas. Entretanto, o dever de sobrinho ninja falou mais alto. Para os Tatsuki, uma filha de mercadores nada promissora, ter um parente ninja era sinônimo de ter alguém para fazer tarefas difíceis sem custo. Normalmente incluía faxinas, acompanhá-los em bairros da vila que não estavam habituados a vender produtos ou, como foi o caso, levar diversos pacotes de mudança.

O irmão mais novo do seu pai havia juntado algum dinheiro e conseguido comprar um apartamento melhor e mais próximo da zona comercial da vila da névoa, o que fez com unanimidade ele se tornar o mais bem sucedido da família até então. O escravo, digo, o genin fora o primeiro indicado para levar todas suas coisas, poupando-o do gasto com alguma empresa que fizesse o carregamento. Se é ficar forte que você quer, bom treino” brincaram, fazendo chacota do rapaz assim que seu progenitor os contou dos treinamentos recentes. Ao menos para Tatsuki aquilo realmente poderia ser algo produtivo. Era uma sala inteira de coisas pesadas. Desde móveis desmontados, pilhas de livros e roupas, eletrodomésticos e afins. Bem ou mal, havia chovido na noite passada então àquela manhã, apesar do clima frio e nublado, não havia indícios que a água danificasse alguma coisa. Sem muito aguardar, Dragon já estava na terceira viagem. Tinha de cruzar três quarteirões a passos cuidadosos, evitando cambalear para o lado ou esbarrar em alguém. As caixas eram pesadas, fato que o obrigava a conduzi-las com ambas as mãos na parte inferior.

Antes de chegar na metade, foi preciso fazer uma pequena pausa. Seus braços já estavam cansados a ponto dele compreender que se o fizesse mais uma vez sem descanso derrubaria tudo em poucos metros. Diferente do seu treinamento intervalado, a mudança precisava ser feita de maneira constante, mantendo a tensão na musculatura até chegar no destino. Não fosse o bastante, sua pressa para terminar tudo algumas vezes o fazia levar uma encima da outra. Quando notou que jamais terminaria a tempo, apenas aceitou que aquele seria seu treino do dia e passou a levar aquilo com mais seriedade. Idealizou quantas caixas deveria levar por vez e lutou contra seu limite físico, forçando-se a conduzir cada vez mais peso.

Vez ou outra parava para se perguntar no que aquilo poderia lhe servir. Afinal, quase sempre levava poucas coisas para as missões e, talvez, fazer coisas mais específicas como shurikenjutsu acabasse sendo mais produtivo. Após alguns instantes notou o quão idiota estava sendo. Haver opções mais agradáveis ou melhores não faria a menor diferença. A mudança ainda precisava ser feita, gostasse ou não. Os cinco primeiros pacotes se tornaram dez e os dez se tornaram vinte. Até a sala de estar antes preenchida de uma ponta a outra de encomendas estar vazia. Já Tatsuki mais parecia ter levado uma surra de dez nukenins.
Ter se esforçado por tantas horas, independente dos descansos que se dava, fora tão intenso que não havia vontade ou condições de ir para o centro de treinamento. Àquela altura tudo que queria era um farto almoço e sua cama. Cedendo a seus anseios, despediu-se do primo, disfarçando o estresse após um intenso treino de força propiciado pelo mão de vaca da sua família.

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Dragon iniciou a contagem, empurrando o piso com ferocidade, estendendo os pés para frente e tentando repetir os mesmos movimentos que os demais. A pista de atletismo naquele dia estava cheia. Havia mais oito corredores, cada um na sua raia, dando seu melhor para chegar antes dos demais. Diferente dos seus adversários, o genin não se importava com o esporte em si. Já estava cansado de nadar ou tentar melhorar nesses esportes atléticos. Seu intuito ali, entretanto, era aumentar sua velocidade. A locomoção pura, explorável em qualquer terreno ou situação. A impulsão em linha reta era apenas o meio de extrair o máximo de sua aceleração, mas, mesmo assim, ele estava muito atrás dos outros. Nenhum deles era ninja, mas o tempo de treino era muito superior. A maioria com idade para ser seu pai e a idade do próprio Tatsuki em prática.

Estar rodeado dessas pessoas o estimulava. Era o melhor cenário para fazê-lo notar o quanto precisava trabalhar para chegar em índices almejáveis. Dragon coordenou os braços, jogando-os para trás e se abaixando levemente, inclinando-se adiante e almejando diminuir a distância dele aos demais. Havia se passado meio minuto e ele já havia se consolidado como o último colocado, a pelo menos quinze metros do penúltimo. O resultado final não foi muito diferente do que esperavam. Apesar de ser consolado pelos outros na pista, o ninja havia optado por continuar ali, mesmo após o fim do amistoso. O dono do lugar, Sanmaru, era seu colega já há algumas semanas e mesmo que não fosse a atitude mais saudável a se fazer, Tatsuki pediu para que ficasse por ali mais algumas horas. Ainda havia algum tempo até escurecer e não havia problema em atrasar um pouco no jantar.

Seu orgulho o fez repetir a corrida pelo menos quatro vezes, mas, agora sem ninguém para os lados, se permitiu saltar de um canto ao outro, indo em zigue-zague no intuito de simular obstáculos. Fosse rodeado por uma vasta floresta ou armadilhas plantadas no solo, o genin tivera algumas experiências tão traumatizantes que o incentivavam a dar tudo de si. A se preparar para o pior cenário que pudesse imaginar. Indo ainda mais a fundo, naqueles dias ele se questionava o que poderia ter sido diferente caso fosse mais rápido. Poderiam ter resgatados as outras meninas que estavam presas com Kaori? Teria fugido com Suyo e evitado os graves danos que Yonkai acabou sofrendo? O seu melhor amigo ainda estaria vivo? Mais uma vez, ele repetia para si que não era bom para sua saúde ficar com aquela paranoia. Contudo, ignorar tudo isso era pedir para não dormi à noite.

Saltou, rolou, se impulsionou com tudo que tinha como se sua vida dependesse daquilo. Descansando quando o ar escapava dos pulmões e a falta de ar o atingia. Quando o simples caminhar se tornou incômodo, viu que não havia mais como prosseguir. Não conseguiria dar continuidade a maratona de treinos caso acabasse alguns dias no hospital e respeitar sua própria integridade era uma dádiva que ele buscava preservar. Despediu-se dos cuidadores do local, prometendo que voltaria para mais disputas no futuro.

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O Byakugan de nada servia contra os punhos ensandecidos do senhor Kai. Já havia quase um mês desde a última visita do menino Dragon ao estabelecimento, o que, naturalmente, o fez ficar contente ao ver que seu mestre ainda estava em boas condições. Felicidade essa que não durou por muito tempo. Afinal era difícil manter um sorriso no rosto diante de tantos socos na bochechas e tapas no peito. Tão veloz e preciso quanto seu avô, um dos anciões do clã Hyuuga, o mestre do dojo dançava como se seu corpo previsse cada pensamento do adversário, investindo de maneira cirúrgica e o atingindo como se fosse a luta de um adulto e um bebê.

Tatsuki estendeu o corpo para a esquerda, guiando seus reflexos com base no seu próprio instinto, escapando de um chute. Posicionou-se alguns metros adiante, na beira do piso que usavam como arena, notando que por um triz não havia sido nocauteado. O lutador já era um ancião, mas seus braços eram volumosos e seus músculos bem delimitados. Para piorar, segundo ele próprio, era mil vezes mais poderoso alguns anos atrás. Um fato humilhante para Dragon. O genin treinava praticamente todos os dias desde que havia se graduado. Por mais que suas motivações tivessem mudado desde então, o empenho se mantinha constante, senão ainda maior ultimamente. Se ver fugindo e sem chances de contra-atacar era no mínimo angustiante. Mas ele estaria mentindo se dissesse que não era o que desejava.

Notar a diferença de nível entre eles era essencial ao seu desenvolvimento. Freava o seu ego e o nivelava outra vez. Não só entender, mas sentir na pele que existem oponentes em níveis muito superiores o mantinha na linha. Já haviam se passado algumas semanas desde a primavera. E, por mais que ainda não tivesse superado a perda de Suyoshi, já se via como alguém mais preparado. Física e mentalmente. Chegava a dizer a si mesmo que conseguiria derrotar os arqueiros e demais criminosos sem precisar da ajuda da menina dos olhos vermelhos. Pior, a cada esquiva, naquele mesmo treino de agilidade com o mestre Kai, Dragon se nutria com ódio. Raiva da raça medíocre que havia assassinado o seu companheiro. Cegou-se com esse sentimento, quase vislumbrando que o velho o atacando fosse um deles.

Forçou seu corpo ao limite, com a adrenalina correndo por suas veias, a ponto de usar a cintilação para uma investida. Desferiu um único soco no tronco do adversário. Não era forte, mas fora tão veloz que não houve tempo de reação. Talvez já cansado devido a idade avançada, talvez surpreso por uma mudança repentina da covardia à coragem. Tatsuki voltou a si assim que viu o dono do lugar cambalear pra trás, caindo de joelhos aos risos.

- Pegue leve com este velho – Disse em meio as gargalhadas e gemidos. O ninja viu-se confuso, com a mente vagando longe. A luta já havia se encerrado, mas o treinamento havia revelado um pouco mais sobre os traumas que restaram de sua última missão. Uma aversão que precisava ser controlada. Antes que pudesse sair dali foi chamado pelo sensei, recebendo, além dos parabéns pela melhora de performance, um aviso.

- Aqueles olhos e aquela raiva não são você. Por favor, tome cuidado – Sua voz era como a de um pai aconselhando seu filho. O rosto do senhor estava doído, como se falar aquilo o remetesse a más lembranças. Com isso, Dragon se retirou do dojo, se perguntando qual caminho trilharia dali em diante. Ou melhor, o que estava se tornando.

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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonSáb maio 15, 2021 2:36 pm

Treinamentos aprovados.
+1x Inteligência; 3x Força; 2x Agilidade.

O terceiro de força foi bastante criativo, fugiu do esperado e foi bom de ler, parabéns.

Re: [Treinos] Como treinar seu Dragon