[Treinos] Como treinar seu Dragon

[Treinos] Como treinar seu DragonTer Mar 23, 2021 8:41 pm

Relembrando a primeira mensagem :

Treinos — Ano 1245

> Aqui se passarão os treinamentos de Tatsuki Dragon, de forma atemporal. O cenário destes variam, de acordo com a construção do texto e do objetivo da missão. Como padrão, todos acontecimentos se passarão no verão de 1245, a não ser que seja especificado o contrário.

ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Dei um passo a frente, firmando-me a base e passando a cabeça para trás quando notei que a corrente bateria em meu nariz. Pedi para voltarmos para a corrente de um metro, mas meu pai disse que eu estava pronto para essa outra. Embora ainda fosse muito amador, já conseguia lançar movimentos básicos, mas a ideia agora era dar alguns passos enquanto o fazia. Para frente e para trás, me movia pela casa balançando a corrente de vinte centímetros maior e ainda mais pesada que a primeira que me foi dada.

Por outro lado, Ichimaru Tatsuki usava de tudo que podia para mostrar o quanto era habilidoso. Com um elo metálico ainda maior e que ele chamava de Kusari, ele lançava movimentos graciosos tais quais um mestre, atacando com precisão e rapidez, movendo-a como se conduzisse uma kunai comum. Por mais que eu já houvesse compreendido a diferença entre nós dois, ele continuou. Percebi que estava esperando eu fazer igual e me pus a imitá-lo. A quantidade de falhas foi humilhante. Muitas vezes o novo peso era demais para mim, o que fazia com que o elo passasse voando e atingisse alguns móveis. Estávamos usando a sala de estar para aquilo por insistência do meu pai. Segundo ele, precisava controlar o bastante para não ter medo de usá-la em nenhum lugar. Sempre repetindo a mesma ladainha de ser eu o controlador da arma.

Gastamos mais algumas horas dessa vez, só parando quando ele notou que eu já soltava ela menos vezes. Meus dedos doíam e minhas mãos estavam calejadas, mas o metal agora zumbia nas laterais do meu corpo sem que eu temesse me atingir em cheio. Gradativamente os acidentes eram menos frequentes e no máximo raspava o metal nas minhas orelhas. Embora não conseguisse recuperar a arma com rapidez, já conseguia estendê-la a ponto de simular um ataque bem desajeitado. Meu pai parecia sorrir a cada vez que eu conseguia fazer algo. Independente de ser um prodígio naquilo ou não, ele sempre reconhecera o meu esforço. Ter passado mais tempo no dia com meu pai fizera com que eu me sentisse melhor e mais motivado. Quando já havia quebrado um dos vasos de cerâmica da prateleira em um acidente desastroso, ele achou melhor pararmos.

Não só por isso, estávamos os dois exaustos e cobertos de suor. Mesmo ofegante, agradeci a ele pelas aulas, dizendo que me empenharia ainda mais nos próximos dias. Foi aí que me surgiu a ideia de pedir ajuda a um velho conhecido. Mais velho do que conhecido.

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- Demorou pra vir, seu idiota – Gritou o senhor Kai com um sorriso no rosto, claramente feliz por ter a chance de me torturar outra vez. Pedi sua ajuda sem pestanejar. Me sentia fazendo tudo de errado e a progressão estava sendo excepcionalmente lenta. Por mais que meu pai gradativamente me desse correntes mais pesadas e faltasse dominar apenas uma para chegar a Kusari, não me sentia nem um pouco pronto para utilizá-lo em combate. Se tentasse agora mesmo enfrentar Yonkai em um dos nossos treinamentos seria derrotado em um piscar de olhos pelos seus ninjutsus. O mestre do dojo, por outro lado, tinha uma vasta experiência com combates e já tinha o visto usar diversos tipos do arsenal ninja com uma perícia invejável. Ele quis cobrar uma taxa, mas negociei com ele até conseguir fazer por uma faxina completa no local.

- Me mostre o que você sabe – Pediu, tomando distância. Tirei a corrente enrolada em meu braço, respirando fundo e confiando no que havia assimilado no meu treinamento com meu progenitor Consegui iniciar o movimento gradativamente. Não era rápido como o meu pai nisso, mas consegui fazê-la tomar giro e caminhar enquanto o fazia. Tentei imitar a coreografia do meu pai, estendendo o braço que segurava a arma e usando a outra mão para interromper o giro, levando uma pancada na mão que me fez soltar tudo e dar um gemido de dor. Não fiquei surpreso ao ouvir a estrondosa gargalhada do velho observador.

- Você é uma criança brincando ou um ninja portando uma arma? - Não pude negar que ele estava errado. Fazer aqueles movimentos não me garantiam nada além de ser uma atração para crianças. Mas fora esse o exato motivo de eu ter buscado sua ajuda. Mesmo com sua ignorância e sarcasmo, o senhor Kai se aproximou e me ensinou melhor o passo a passo. Segundo ele eu estava fazendo tudo muito mecanicamente e, embora tivesse perdido um pouco de medo de ser atingido, ainda não conseguia fazê-lo com fluidez.

- Não precisa trocar ela de mãos, apenas tente passar ela da esquerda para a direita e da frente para trás. Você precisa dominar esse fluidez se quiser usar ela de outras maneiras. Não tente apressar as coisas - Não discuti, mas ganhei boas manchas no corpo e quase ferira alguns dos alunos quando o item escapou da minhas mãos. Embora houvessem falhas como essa, a didática dele era excepcional. Em menos de uma hora, conseguira extrair o melhor de mim até então. Quando consegui fazer a troca cinco vezes seguidas, me senti tão feliz que quase perdera o controle. Parei o movimento com um giro contrário, usando o que ele havia me ensinado para enrolar a corrente de volta no braço. No começo, fazia de um jeito tão atrapalhado que a arma dançava no ar e vinha na direção do meu peito.

- Um… Dois… Três… - Contava em voz alta enquanto trocava a arma da direita para a esquerda, batendo o meu recorde de dez giros consecutivos. Coloquei-me em prova, fazendo o giro reverso e estendendo o punho, a arma girou no sentido inverso, fazendo a rotação recomeçar menor e se enrolar no meu antebraço de forma mal intervalada, mas extremamente estilosa.

Foram quase duas horas diretas e era a primeira vez que o senhor Kai permanecia como meu tutor o tempo integral para corrigir meus movimentos pouco a pouco. Além daquilo, disse que eu precisava lapidar alguns pontos antes que ele me ensinasse mais, o que só me fez ficar ansioso e prometer vir aqui mais vezes nas próximas semanas.

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Dessa vez eu havia levado a Kusari do meu pai. A arma era pesada para alguém de pouca força como eu, mas com o avanço em meu preparo, sentia que já conseguiria usá-la. De fato, precisei só de alguns minutos para me acostumar. Subi no tatame do dojo, sendo observado somente pelo senhor Kai, o dono do estabelecimento, que gritava para erguer a cabeça e não olhar para a arma. Segundo ele, precisava focar somente no meu alvo. Mais adiante havia um boneco de madeira reforçado e coberto de marcas. Era o mesmo que era utilizado para os treinos de nunchaku e agora o meu oponente imaginário. Girei o corpo estendendo o braço e fazendo a corrente fluir por si. A ideia inicial não era acertá-lo em cheio, mas sim prendê-lo.

Os elos bateram lateralmente nele, caindo ao chão em uma falha completa do que tentara fazer. Tentei dez, vinte, trinta vezes. Mas raras às vezes em que conseguia fazê-la girar o bastante para que conseguisse puxar e trazer o alvo junto. Passei a tentar não ficar tão parado assim, correndo de um lado para o outro e a lançando em meio ao giro até conseguir que as falhas fossem reduzidas cada vez mais. Quando dominei o método de imobilização pela corrente, senti no mínimo capaz de usá-la para um treinamento. Mas para o senhor Kai eu ainda estava longe do ideal. Aquele era o meu quinto dia no dojo e já estava na segunda semana desde o começo do meu treinamento. A cada dia buscava ser melhor, mas era revoltante o quão difícil era fazer o mesmo que meu pai.

Comecei a contar de um até dez, dando um passo firme para frente e girando o tronco. Impulsionei a kusari na direção do alvo, derrubando-o com uma força impressionante, fazendo voar algumas lascas da madeira. Meus músculos jamais conseguiriam fazer aquilo com tamanha brutalidade sem usar chakra, mas a rotação imprimida era surpreendente para feitos como aquele. Entendi o porquẽ de eu não ter pego em correntes maiores no começo. Se eu acertasse a mim mesmo com um impulso daqueles, perderia alguns dentes facilmente logo nos primeiros dias de aprendizado.

O restante do tempo que investi naquele dia foi todo direcionado para a ofensiva e imobilização. A Kusari era versátil o bastante para que eu a prendesse a algum item, como o cabo de uma lâmina, e a explorasse de outros modos futuramente. Porém, eu interesse nela era em explorá-la como arma principal e essa tornou minha maior motivação. Quando fui dispensado pelo instrutor, ele me deu um resumo do que faríamos no dia seguinte. Saí do lugar pálido e tonto, preocupado com o que aconteceria daqui a dois dias.

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Lutar contra o velho Kai novamente era a última coisa que eu queria, mas eu entendia o que ele quis dizer. Não fazia sentido ficar só praticando com o vento ou com alvos imaginários. Em uma situação de combate real, precisava conseguir me defender e atacar com fluidez. No dia anterior, ele havia concentrado em me ensinar alguns truques e lapidar ainda mais a minha técnica, o que me deixaria confiante se eu já não conhecesse a força do mestre do dojo. Seus mais de sessenta anos não eram menos do que um disfarce pra sua agilidade e brutalidade surreal. De mãos vazias ele partiu ao meu encontro, o que me fez me concentrar primeiro em esquivar para permanecer vivo.

Mesmo com toda a minha prática de esquiva, não conseguia chegar nem perto de me equivaler a ele, o que me fez apelar para o meu dojutsu. Precisava dar tudo de mim se quisesse ter brecha para usar a kusari. Meus olhos vermelhos estudaram suas ações e o seu chakra, fazendo com que eu previsse melhor seus rápidos avanços. Se ele estivesse com uma arma longa, talvez conseguisse arriscar bloquear, mas minha melhor chance seria imobilizá-lo. Tentei prender seu pé, inutilmente. Não tinha como ele ser pego em um truque como aquele tendo me ensinado tudo que eu sei.

Fora como andar em círculos, apanhando por longos minutos. A stamina do meu adversário se esvaia com rapidez, o que deixou sua reação um pouco lenta e me proporcionou intervalos maiores antes de ser acertado. Estava em clara desvantagem e sendo atingido com frequência, sem conseguir acertá-lo direito. Tentei não culpar a minha maestria com a arma. Afinal, o resultado seria o mesmo independente do que eu tivesse em mãos. Paramos para fazer uma pausa e enquanto recuperava o fôlego, tentei planejar um modo de surpreendê-lo. A única coisa que ele não tinha me visto fazer fora a coreografia do meu pai, mas não via como ela seria efetiva sem que eu tivesse a praticado após tanto tempo. Sendo a única coisa que consegui pensar, resolvi aplicá-la.

Tentei atingi-lo três vezes com um movimento vertical, descendo os elos de metal na direção da sua cabeça. Na quarta tentativa ele se viu exausto o bastante para não esquivar, mas segurando-a com as duas mãos. Contendo a minha arma, o vi dar um sorriso. No pensamento dele, eu não poderia fazer mais nada a partir dali. Foi aí que eu pus em prática os ensinamentos de Ichimaru, a captura dos tatsuki. Posicionei a mão um pouco mais atrás, abrindo um pequeno círculo na extensão da kusari e o arremessei no braço que segurava a corrente. Assim que ele o alcançou, puxei, formando um laço firme. Surpreso e sem entender o que eu havia feito, aproveitei a chance para puxar com toda minha força, trazendo o velho Kai ao chão pela primeira vez em todo esse tempo que o conhecia. A vitória não fora minha. Afinal, havia sido derrubado pelo menos quarenta vezes só naquele combate.

Apesar disso, eu me senti satisfeito. Na verdade, a palavra certa era preparado. Confiante o bastante para dizer que havia dominado a arma que meu pai tanto usava. Agradeci novamente ao meu instrutor e parti para casa com um semblante de felicidade no rosto.

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ícone : Mensagens : 452 Data de inscrição : 06/10/2020

— Avaliação dos Treinos: Aprovados

Recompensa: Técnicas Aprendidas: Rockslide Genjutsu e Genjutsu Shibari.

ícone : Mensagens : 108 Data de inscrição : 25/03/2021

Treino de Pericias

Estou sentindo cheiro de Uzumaki nesse sangue em....

Recompensa final: +10 em Perito Armamentista [Correntes] ;

ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Desenhei o alvo no tronco da árvore com uma kunai, certificando-me que havia o deixado numa altura a qual eu conseguiria atingir elevando minha perna. Me afastei então, concentrando-me por alguns instantes. Estava num clima agradável de manhã para um passeio. Mas naquele dia eu havia optado por melhorar minha habilidade com taijutsu. Só ler livros não agregaria em nada quando o assunto ela aquele. Precisava ganhar consciência corporal acima de tudo. Me pus então a exercitar meus chutes, tentando acertar o tronco da árvore não com força, mas com o máximo de técnica que pude. Meu objetivo era atingi-lo no ponto que desejava o máximo de vezes possível. Tentava não parar, fazendo-o consecutivamente, mas a dor falava mais alto.

A cada dez golpes tinha de trocar de perna para conter o desconforto do membro. “Consciência corporal” repeti mentalmente. Comecei então a notar o que estava fazendo. Estendi minha perna para trás, flexionando levemente o joelho e impulsionando o membro para frente. Meu pé tocava o tronco sempre de maneira desengonçada, quicando na madeira e me fazendo ter de saltar ou recuar alguns passos para que não caísse. O desequilíbrio era inevitável, mas eu não desisti. Quando já não aguentava mais, passei para o membro superior, executando socos e golpes laterais com o antebraço, simulando ofensivas e bloqueios em minha mente. Passada meia hora, me permiti fazer uma pausa e examinar meu corpo. Me sentia extremamente lento e atrasado em relação a Suyoshi. O meu companheiro de time era a prova do quanto eu era imperito em luta corporal. Talvez nesse momento ele estivesse ficando ainda mais ágil e forte, enquanto eu trabalhava para chegar ao mínimo necessário.

Respirei fundo, sentindo a necessidade de voltar a praticar e assim o fiz. Dessa vez gastei minha energia em dar chutes mais altos, dobrando os joelhos para abrir uma base de sustentação e estendendo ao máximo a minha perna, tocando o pé no tronco da árvore enquanto mantinha a firmeza no calcanhar do outro membro inferior. O equilíbrio seria a chave para conseguir dar golpes como aqueles, então por mais que não fizesse com fluidez ainda, priorizei a execução à velocidade.

Por mais que eu pudesse danificar a árvore concentrando chakra e explorando meu estilo de luta, não o fiz. Não adiantaria de nada todo aquele poder destrutivo se minha reserva de energia se esvaísse. Após o que pareceram horas, notei que tardava ainda mais para retornar a posição original como tinha de reunir forças por alguns segundos para ativar a musculatura outra vez. Prossegui até perceber que estava fadigado, com o corpo pedindo descanso. Ao contrário das minhas outras práticas com jutsus, eu tinha de respeitar o meu limite físico quando se tratava de taijutsu. Longe de estar satisfeito, ao menos me senti melhor por estar fazendo algo para melhorar uma área a qual eu tinha dificuldade, voltando para casa ao fim de mais um treino.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

“Um… dois… três… um… dois...”. Tentei falar baixo para não acordar o meu pai. Havia acordado não fazia mais do que meia hora. Os olhos ainda estavam entreabertos, mas não tardaram a ficar ligados com aquele aquecimento. Me alongava e em seguida fazia algumas flexões para aumentar a circulação de sangue no corpo. O aquecimento era essencial se quisesse ter algum resultado ali. Havia feito uma refeição leve, somente para evitar me exercitar em jejum. Enfim, achei que já era possível iniciar meu treinamento. Acreditei ser algo que eu podia fazer até mesmo dentro de casa e não hesitei em fazê-lo.

Primeiro, com uma base defensiva estabelecida, soquei o ar, segurando o punho cerrado por dois segundos e o retornando para a minha cintura. No instante em que recuava um dos braços estendi o outro, alternando entre os socos. Notei que meu tronco tremia bastante e minha respiração ficava confusa, o que resultava em pausas repentinas devido a asfixia. Resolvi trabalhar melhor isso, entendendo que o simples ato ofensivo continha outros pressupostos básicos além dos que estava me preocupando.

Inspirei no retorno da mão direita e respirei quando a esquerda voltava. Era um exercício que eu notava ser frequente no dojo do senhor Kai. Não só servia para coordenação, mas também para exercitar a forma como oxigenaria os músculos em uma luta fluida. Passei a fazer o mesmo com chutes frontais, mas dessa vez sem alternar. Estipulei a meta de cinquenta chutes com cada perna, investindo dez minnutos em média para finalizar ambas e assim o fiz cinco vezes. Estava cansado de tentar imitar pessoas mais experientes e acabar caindo ao chão sem chance de reação. Realizar essa atividade todos os dias me ajudaria a melhorar. Tinha certeza disso. Assim o fiz.

Permiti a mim avançar um pouco mais, exercitando a criatividade para fechar os olhos e imaginar um adversário real. Não era tão potente quanto um genjutsu ou um clone, mas certamente seria melhor do que focar em atingir o próprio ar. Passei a utilizar um misto de socos laterais com socos ascendentes, me sentindo cada vez mais confortável para improvisar de outros modos, atacando da maneira que achasse propício e entendendo meu próprio corpo. O que desejava era aprender qual tipo de investida me era mais satisfatório de executar e quais fazia com perfeição. Com o som do meu pai cantarolando corredor à fora, vi que já estava na hora de parar e tomar um café da manhã mais decente, dando um fim ao meu treino daquela manhã.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Por mais que taijutsu nunca houvesse sido minha aptidão nos estudos da academia, houveram algumas situações em que tivera de praticá-lo com assiduidade. Aquele dia fora um dos que jamais tinha esquecido. Antes mesmo de ter apanhado bastante para Suyoshi e ter dificuldades enfrentando Yonkai nos treinos, houve a primeira situação humilhante e que me marcara como medíocre em luta corporal. Era uma das aulas práticas que tínhamos logo cedo pela manhã. O sensei organizou os alunos em fileira e montou duplas usando como critério porte físico e idade. Eu sempre fora um praticante de atividades físicas, o que me dava um condicionamento privilegiado. No entanto, esse tinha sido um aspecto negativo nesse dia.

A pessoa que acabara escolhida para treinar comigo era um rapaz chamado Zeno. Cabelos vermelhos e lisos, olhos da mesma coloração e uma pele clara com sardas nas bochechas. No entanto, ele não parecia nem um pouco comigo do pescoço para baixo. Seus braços eram finos, assim como suas pernas. Mesmo que eu fosse magro, não era nem perto daquilo. Mas bastou que nossa luta começasse para que eu compreendesse que o professor havia me usado de cobaia. Posicionados no centro da sala da academia, foram nos dadas as instruções de manter um combate amigável. Bastava derrubar o oponente e o treinamento seria finalizado.

Parti ao seu encontro assim que a permissão foi dada, dando socos e chutes tão desengonçados que quase eu próprio me elimino, cambaleando para o lado sem ter muita noção de equilíbrio. Me recuperando, voltei a tentar acertá-lo, mas os golpes só acertavam o vento. Zeno era leve como uma pena, dançando com facilidade e se esquivando de tudo que eu pensasse em fazer. Ao mesmo tempo, era uma luta comigo mesmo. Meu pé muitas vezes fazia o percurso de maneira tão improvisada que ele nem se dava o trabalho de se mover, apenas deixando ser tocado por uma pancada inútil. Passou-se um. Dois. Três minutos. Mas Zeno não atacou em momento algum. Após certo tempo, um sorriso abriu-se em seu rosto e eu notei que ele só fazia aquilo para me irritar.

Era como se dissesse a mim que poderia encerrar a qualquer momento. Mas não o faria enquanto eu mesmo não pedisse. O sensei tentava conter a risada dos outros alunos, talvez para que eu não me deixasse abalar. Mas já era tarde. Por mais que eu tentasse fazer da forma como havia aprendido, simplesmente nada saía. O problema era justamente a falta de prática. Cada ofensiva e tentativa dada naquela manhã falhou por negligência minha. Já havia perdido a contagem de tempo quando ele simplesmente se aproveitou de um deslize meu enquanto estendia minha perna, puxando meu calcanhar e fazendo minhas costas irem de encontro ao chão. Fora a queda mais triste da minha vida até então. Meus músculos já estavam doloridos de tantas tentativas e o suor fazia arder os olhos. Me levantei com a raiva pulsando, mas não fui para cima de Zeno. O ódio que sentia era direcionado ao maior culpado daquilo tudo. A mim mesmo. E assim tinha sido o mais frustrante treinamento de taijutsu que já tive na vida.

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ícone : Mensagens : 108 Data de inscrição : 25/03/2021

Treinos de Atributo

Dragon, Dragon... Muito cuidado querido, sua sorte é que não posso dar ferimentos em treinos, se não teria quebrado uns dedos chutando essa árvore em. (risos)

Recompensa final: +3 pontos em Taijutsu ;

ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Empurrei o chão com as mãos na tentativa de me levantar, sentindo o peito arder com a queda e o desconforto vir à tona. Senti o coração palpitar cada vez mais forte e munido pela ansiedade avancei outra vez. O vento rugiu ao meu redor enquanto eu esticava as pernas para dar passadas cada vez mais rápidas. Quando estava a pouco menos de um metro, saltei, esticando ao máximo os joelhos e impulsionando-me para o alto em um chute direcionado ao nada. Senti a gravidade tentar me puxar outra vez e lutei contra o desequilíbrio, rolando e pousando em segurança pela primeira vez. Era só um dos muitos movimentos que praticava naquela tarde, tentando conseguir conciliar a movimentação dos membros, explorando a destreza dos pés e mãos o máximo que pude. Todas as ações ainda muito inconsistentes e a maioria resultando em falhas evidentes.

Não só era um exercício corporal, mas também mental. Acostumava minha cabeça cada vez mais às lutas físicas, a ponto de conseguir visualizar Yonkai mais facilmente à minha frente. Meu companheiro de time treinava comigo semanalmente, o que tinha feito com que nossas habilidades ficassem ainda melhores do que quando praticávamos sozinhos. Fechei o punho, contraindo o antebraço com força e girando a cintura, imaginando que exercitava o meu cruzado de direita mais uma vez. Era um dos meus golpes mais precisos e favoritos, quase sempre dando certo contra meus oponentes. Tentava depender cada vez menos do Akagan. Não por não achar meu dojutsu inútil, muito pelo contrário. Achava que conseguia lidar com qualquer coisa ao ativá-lo, e era esse justamente o problema. A ignorância era o maior dos meus problemas conforme eu me aprimorava.

Enfrentar meus medos no meu programa de treinamento com Shin e aprender técnicas extremamente úteis com seu pai. Tudo isso inflava meu ego cada vez mais e eu precisei voltar a perceber o quanto eu era fraco em muitos pontos. Graças à Suyo, esse choque de realidade havia me colocado nos trilhos outra vez e me incentivado a praticar todos os dias. O foco desse dia era realizar o máximo de movimentos consecutivos possíveis, usando toda a amplitude das articulações. Eu precisava usar taijutsu de maneira mais eficiente e isso não se resumia só a luta em si ou a agilidade. O modo como explorava meu corpo e a destreza dos ataques, tudo isso precisava ser lapidado de maneira tão eficiente quanto fizera com as minhas reservas de energia.

Prossegui com isso em mente, chutando, socando. Vez ou outra arriscava algumas coisas novas, como a rasteira que Yonkai havia usado para me derrubar na semana passada. Mas o suor que pingava do meu rosto não vinha só do cansaço, mas também do estresse. Tinha de parar para respirar e não me deixar levar pela afobação do fracasso. Entendia os meus limites e o quanto ainda era inexperiente, contudo, ainda era revoltante cair ou deslizar com coisas tão simples como movimentar braços e pernas. Quando julguei ser o suficiente, já haviam se passado pelo menos duas horas. Reuni então minhas coisas e saí da área de treinamento a passos cansados, com as vestes sujas e o corpo pedindo por um bom banho.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Estiquei os dedos enquanto alongava o braço, tentando me preparar para o treino de hoje. Por mais que tivesse melhorado meu controle de chakra, sentia que a execução dos selos estava se dando de maneira muito lenta. Notei que se melhorasse a minha habilidade manual e trabalhasse na sua execução, conseguiria resultados ainda mais satisfatórios nos treinamentos com meus companheiros. Era para isso que estava lá naquela manhã. Munido somente de uma pequena garrafa de água para me hidratar, me pus de pé na área de treinamento, apreciando a brisa suave da manhã em tempos sombrios. Por mais que o clima de guerra fosse pesado, não me restavam escolhas se não ficar mais forte para proteger aqueles que amava.

Com isso em mente, comecei com selos simples, fazendo o selo do tigre e alternando para o selo da cobra. Apesar de serem diferentes e cada um ter sua função em um determinado jutsu, a posição dos dedos era semelhante, o que facilitava. Pratiquei-a tanto parado quanto em movimento, praticando a minha coordenação diante de simulações de situações reais as quais precisaria saltar, rolar e realizar mais de um tipo de ação ao mesmo tempo. Apesar de já ter praticado bastante desde a academia, sentia que ainda fazia de maneira morosa e dificultosa, mas era justamente para isso que estava ali.

Optando por dar mais um passo no quesito dificuldade, passei então à posições cada vez mais complexas, selo do galo, do dragão e da cobra. Em alguns minutos me vi tentando executar três selos de mão consecutivos com rapidez. Quanto mais aumentava o número de selos e continuava a repeti-los sem pausa, mais me atrapalhava e tinha de recomeçar. Meu objetivo era sempre repetir a sequência dez vezes sem nenhum erro, trocando um selo por outro e permutando entre eles até achar que já tinha percorrido por boa parte dos que me lembrava.

Talvez por conta da anatomia da minha mão, o selo do galo era um dos mais complexos de serem executados em conjunto com os demais, o que fazia que eu demorasse mais tempo nas sequências deles. Optei por fazer uma pausa de alguns minutos, bebendo água e descansando um pouco as mãos. É verdade que já havia evoluído a ponto de não precisar usar selos de mão nas técnicas que aprendera na academia, mas a maioria dos genjutsus pedia que eu fosse habilidoso e o mais ágil possível na sua execução. Havia apenas um que não necessitava de selos de mão, mas era tão complexo e exigia tanto controle que a chance de falha era considerável. Parei fitando o solo, sendo invadido mais uma vez pelos pensamentos de guerra. Imaginei onde estava meu irmão e o que ele faria se estivesse ali. Se estivesse no meu lugar. Estaria treinando igual um louco todos os dias ou aproveitaria o pouco da adolescência que me resta?

Viver como um ninja em prol de Kirigakure, como um dia fora minha mãe, era um dos meus maiores sonhos. Mas será que eu seria o bastante para aquilo? Será que estava fazendo da maneira correta? Me lastimei por mais tempo do que desejava, pensando se não morreria antes de resgatar Jin. Balancei a cabeça e me dei alguns tapas leves no rosto, tentando dizer a mim mesmo para focar no presente e deixar as paranoias para depois. Já estava com o antebraço um pouco cansado, a ponto de começar a errar mais do que no começo, mas não desisti. Comecei a imaginar como seria lidar com confrontos mais longos. Meus treinos até o momento contra Suyo e Yonkai não chegavam a ultrapassar mais de uma hora, mas as missões costumavam ser longas. Temia que um dia poderia precisar fazer aquilo por bem mais tempo e tinha de manter a destreza a níveis aceitáveis.

Ao conseguir fazer cinco ciclos de dez sequências de selos em uma velocidade agradável resolvi parar para descansar um pouco. Era impressionante como algo simples como selos de mão levavam a exaustão quando feito por muito tempo. A passos calmos, deixei a área de treinamento com a garrafa em mãos, finalizando o treino de hoje.

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Saquei a minha Kusari, examinando os elos de metal e o peso do item, olhando para o tronco de árvore e estudando a distância entre nós. Estando no meu alcance, iniciei o treinamento. Eu já havia dominado a arma o suficiente para usá-la mais livremente, mas utilizá-la exigia um movimento avançado com as mãos. Precisava girar o pulso enquanto movia os braços e calcular praticamente toda vez a trajetória para evitar ser atingido por meu próprio ataque devido ao alto giro. Ainda não a usava com nenhuma lâmina, então experimentei prender uma kunai em ambas as pontas, de maneira que pudesse explorar mais a minha criatividade para acertos.

Imprimi a rotação, girando-a na minha lateral direita no sentido horário e enfim estendendo a mão, liberando a arma e a lançando a frente. Vi a Kusari voar na direção do alvo e a kunai se fincar na madeira. Por mais que usasse a corrente de apoio para o lançamento, eu ainda era horrível em lançamentos de armas como aquela, o que me fez fazer um lembrete de praticar mais tarde. No entanto, não era esse o meu plano para hoje. Precisava fazê-lo de maneira cada vez mais fluida, não me concentrando na técnica com a corrente ou na quantidade de acertos, mas na destreza das minhas mãos e pés. Passei a avançar pelo campo de treinamento, correndo por entre as árvores e fazendo lançamento ao girar a arma, tentando não perder a coordenação ou o impacto enquanto o fazia.

Já não tinha mais medo de me machucar ao usar a arma, mas tomei cautela da mesma maneira para não me ferir caso escapasse das mãos. O que eventualmente passou a acontecer. Minhas mãos já estavam calejadas e a respiração estava tão cansada quanto meus dois braços. Os ombros doíam diante da repetição, mas eu não podia me dar o luxo de dar por terminado ali. Decidi fazer uma pausa para recobrar as energias, ficando algum tempo meditando e reavaliando meus erros. Afinal, de nada adiantaria só o mero treino. Precisava compreender o que fazia de equivocado e trabalhar encima daquilo.

Quando tive uma ideia do que fazer para melhorar, me ergui de imediato, carregando comigo a corrente e a girando no ar em ameaça, ouvindo uma das kunais cortar o ar na extremidade e a arremessei, usando a rotação como impulso e tentando calcular tanto o momento correto quanto fazer a técnica de maneira adequada com as duas mãos. Por ser uma arma um tanto longa, precisava enrolar a kusari e segurá-la com a mão esquerda enquanto a direita fazia o giro com parte dos elos metálicos. Basicamente o movimento consistia em lançar e fazer a kunai puxar o resto da corrente, ganhando alcance. Quanto mais tempo ficava ali, mais percebia que saber usar a arma e manipulá-la de maneira eficiente eram duas coisas distintas. Após algumas horas, o sol já se enfraquecia e eu soube que a noite não tardaria a chegar. Exausto, porém satisfeito, voltei para casa após boas horas de treino manual.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Iniciei com o selo do tigre, praticando os movimentos necessários para a realização daquele jutsu. Estava no meu quarto dia de treinamento de genjutsus com o Hitamori-sensei e por mais que estivesse achando incrível dominar minhas primeiras técnicas ilusórias, era exaustiva tanta a execução quanto a preparação. Ao contrário dos jutsus comuns, aqueles funcionavam com manipulação Yin e eu precisava explorar ao máximo do meu controle de chakra para distorcer os sentidos do alvo. Daquela vez, o que estava aprendendo era um pouco semelhante ao que via Yonkai fazer, mas não era um mero ninjutsu. Segundo o meu instrutor, precisava fazer o alvo imaginar que estava sendo cercado por clones obscuros que apareciam em sequência. Antes mesmo de me explicar como funcionava, ele sempre me fazia de cobaia e executava contra mim. Apesar de ser angustiante, eu conseguia compreender melhor e era sempre muito produtivo.

A ideia era fazê-lo pensar que estava em menor número e por mais que assim como os bunshins normais eles fossem intangíveis, eu poderia explorar isso ao meu favor de diversas maneiras. Mas antes mesmo de pensar na aplicação em um combate, precisava dominá-la primeiro. Dessa vez, Hitamori foi meu alvo. Foquei em distorcer a circulação de chakra no seu cérebro, como fazia com os outros genjutsus, mas direcionando-a da maneira que eu desejava. Era cansativo, mas sentia que aos poucos já estava pegando o jeito naquilo. O professor sinalizava meus erros, tentando me aprimorar em todos os aspectos, fazendo com que eu fizesse aquilo enquanto arremessava coisas em mim e tinha de lidar com pressão.

Segundo ele, todos ainda eram muito inconsistentes e de aparência duvidosa, o que me fez ficar um pouco desapontado comigo mesmo após ter praticado tanto. As tentativas que somavam dez minutos se tornaram vinte e quando eu realmente estava cansado, já resultavam mais de duas horas. Com um aceno, Hitamori-sensei indicou que eu havia conseguido, o que me fez partir para casa para comemorar com uma boa refeição.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

O quinto dia foi o mais cansativo de todos. Não era nem sete horas da manhã, mas já estava caminhando há dez minutos no espaço de treinamento. As árvores ao meu redor permaneciam as mesmas e até mesmo as pedras do solo, como se a paisagem não tivesse fim. Quando enfim compreendi o que aquela técnica era, gritei ao Hitamori-sensei que me deixasse sair. Kori Shinchu no Jutsu, o genjutsu que alterava o senso de direção do alvo. Era algo interessante tanto para confrontos diretos quanto para longa distância. Só aquela demonstração foi o bastante para me motivar e fazer com que eu me empenhasse ao máximo. Contudo, era um jutsu bem mais complexo do que o do dia anterior.

Não só tinha mais selos de mãos para serem executados, como gastava ainda mais da minha reserva de energia para mantê-lo e lapidá-lo, o que fez com que precisássemos fazer pausas ainda mais longas e frequentes para que eu me recuperasse. Fracionamos o treino em diurno e noturno, focando primeiro em conseguir executá-lo e depois em melhorar sua performance. Segundo o instrutor, a distorção que eu causava no ambiente era tão sutil que ele poderia facilmente achar o caminho correto. Tentei por longos minutos achar uma maneira, meditando e sentindo meu fluxo de chakra e em seguida executando a manipulação yin. Quando enfim consegui um resultado positivo, o sensei disse que só sairia dali quando fizesse três vezes seguidas. O que me deu ao menos meia hora de atraso nos afazeres que eu tinha pela manhã.

Quando a noite chegou, consegui fazê-la com mais fluidez, precisando somente trabalhar mais na forma que o ambiente se apresentava. Tentei fazer com que Hitamori andasse em círculos, mas se visse caminhando a frente e por isso sempre acabando no mesmo lugar. Tentei recriar os seus sentidos a minha maneira, usando todo o meu dom para genjutsus. Quando enfim demos o treino por encerrado, fiquei contente. Já havia dominado cinco deles e faltava só mais um para enfim concluir aquele mini programa de aprendizado. Ao fim dele, estaria pronto para ajudar Suyo e Yonkai da melhor maneira possível. Recolhi minhas coisas, despedindo-me e agradecendo ao meu professor por ter arranjado tempo para mim.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

O último dia chegou e eu praticamente senti como se não tivesse praticado nada até então. Embora fosse semelhante na essência com o Kori Shinchu, a técnica que tinha que aprender até o fim do dia era completamente diferente. Ao contrário das demais, não a executaria em um alvo certo, mas no próprio ambiente, visando alterar a paisagem em detalhes a minha maneira. Precisava criar uma área de ilusão, expandindo meu chakra de maneira que todos que entrassem ali seriam afetados em sua visão.

Olhei para a placa que indicava a numeração do centro de treinamento. Haviam várias divisões e espaços diferentes reservados a diversos times de ninjas. Concentrei minhas energias ali, tentando alterar os dizeres para “Perigo – Se afaste”, falhando miseravelmente inúmeras vezes. Hitamori-sensei, que me observava a todo momento, executou o jutsu, fazendo o que eu planejava com extrema facilidade e fazendo com que eu me perguntasse o que fazia de errado. Ele se recusava a me contar, então demorei quase vinte minutos, entrando e saindo da área do genjutsu até que enfim entendi. Meu erro até então fora focar apenas na figura. Eu não queria enganar a placa, mas quem a encarasse. Precisava criar uma área no qual a placa seria o resultado, mas não o objetivo.

Com isso em mente, me pus a exercitar meu fluxo de chakra de maneira mais eficiente e podia perceber que começava a dar certo. Após cerca de vinte minutos, consegui pela primeira vez êxito em executá-lo num raio de quatro metros. O que aparentemente era ruim, visto que era uma técnica com potencial para cobrir uma área muito maior. Por mais que o corpo se sentisse gradativamente mais desgastado conforme prosseguia, a mente estava em plena atividade. Ver a minha própria evolução e como eu já executava os genjutsus com mais naturalidade era no mínimo gratificante. Cada erro, ao invés de me colocar para baixo, fazia com que meu incentivo fosse triplicado.

Quando enfim conseguia executá-la em uma área mais vasta e sem falhas, julguei ter conseguido dominar o último jutsu que o Hitorima-sensei tinha para me passar, partindo para casa julgando ter me especializado numa gama generosa de genjutsus.

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ícone : Mensagens : 452 Data de inscrição : 06/10/2020

— Avaliação dos Treinos: Aprovados

Na minha opinião, faltou desenvolver um pouco mais os efeitos dos genjutsus nas narrações.

Recompensa: +3 Destreza; Técnicas Aprendidas: Kasumi Jūsha no Jutsu; Kori Shinchū no Jutsu; Magen: Kokoni Arazu no Jutsu.

ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

"Esses caras são demais" disse a mim mesmo enquanto os observava ao longe. Sentado de pernas cruzadas à beira do tatame, assistia as lutas de um pequeno campeonato de bairro. Haviam pessoas de todas as idades ali, o que levou ao senhor Kai dividir em categorias. Estava cansado de assistir os embates mirins, mas não demorou mais do que uma hora para que os de minha idade começassem a trocar golpes. Quando enfim chamaram meu nome, dei um suspiro. Estava cansado da minha última missão e tudo que eu queria era pensar em alguma outra coisa. Ter deixado as outras crianças na ilha era algo necessário, mas que me deixara com um peso na consciência. Havia completado a missão, mas me questionava se seria aquilo que minha mãe teria feito. Se ela ainda estivesse viva, teria se enojado de minhas ações? Talvez por conta dessa lerdeza em meio as ideias que fora acertado algumas vezes. Foi preciso ao menos dois chutes para que eu voltasse a mim e me empenhasse a esquivar. O rapazote tinha mais de 1,9m de altura, o que me fazia ter de olhar para cima para encarar seus olhos azuis ameaçadores. Havia uma pequena barba desgrenhada cobrindo seu queixo, mas a quantidade de espinha e lábios trêmulos fizeram com que eu não me intimidasse tanto assim. Por que ficaria, afinal?

Suyoshi era bem mais forte em seus movimentos e, até onde sabia, ele possuía algo muito mais... perigoso de se lidar. Agachei, sentindo a coxa se contrair e o corpo se mover instintivamente. Ergui o braço, tentando acertar seu membro inferior em um punho fechado, errando por pouco. Dei um pequeno pulo para trás, atento às bordas para não acabar sendo desclassificado por sair do local da luta.

- V-v-vou vencer - Prometeu meu adversário, fazendo-me dar um sorriso de canto. Não sabia se ele estava no meu nível ou se simplesmente eu havia melhorado no taijutsu, contudo, me enchi de confiança quando parti ao seu encontro. Por mais que não virasse para os lados, sabia que os espectadores me lançavam um olhar mal encarado e talvez tecessem alguns comentários negativos. Embora tivesse recuperado Kaori, eu ainda era o genin que deixou uma jovem Hozuki ser sequestrada e tinha de carregar esse fardo até me sobressair um dia. Me joguei ao chão, usando as mãos para me apoiar e explorando o máximo da minha acrobacia para dar um chute no tronco do rapaz. Mas foi aí que meu ego foi moderado. Ele segurou meu calcanhar, jogando-me para trás e por pouco não fazendo minha mão tocar o solo fora do piso emborrachado. Por questão de milímetro, eu não havia sido derrotado por alguém claramente mais nervoso. Dei um suspiro, sentindo-me humilhado com as boas risadas que ouvira dos espectadores. Parti então em uma corrida, saltando e fingindo dar um chute alto no rapaz. Mas optei por explorar o máximo do meu potencial físico. Impulsionei o joelho ainda aéreo, girando a cintura e me colocando a frente, fazendo uma finta para conseguir socar seu rosto diretamente. Não fora forte, mas com muita destreza e precisão, a ponto da fazê-lo dar alguns passos rumo à derrota.

O juíz soprou o apito, sinalizando fim do embate e eu me dei conta de que o meu oponente havia saído do tatame. Fiz uma reverência em sinal de respeito, enfim notando o suor que pingava do rosto e a tensão acumulada nos músculos. Cansado após minutos de trocação de golpes e esquivas apertadas, havia conquistado minha primeira vitória no campeonato amador do bairro.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Faltavam dois dias para as quartas de final do torneio. Havia ganho na primeira eliminatória e, aparentemente, causado um certo repúdio dos organizadores do evento. Até mesmo o senhor Kai, o dono do dojo, não conseguia impedir o incômodo por um rapaz de fama ruim tivesse chances reais de ganhar. Embora os boatos ainda fossem poucos e a minha má reputação não fosse das maiores, não era algo que passava em branco. De todo modo, meu objetivo não era reconstruir minha imagem e sim ganhar. Era enfrentando adversários cada vez mais fortes que eu conseguia evoluir e vez ou outra me encontrava diante de noites turbulentas. Os pesadelos com as sombras e as presenças nas ilhas ao redor de kirigakure estavam cada vez mais frequentes. Eram sete adversários contra mim e Yonkai e tudo que conseguimos fazer foi nos esconder. Não fazia ideia do que tinha causado aquela explosão ou o que havia acontecido com Andra, a garota que nos supervisionava. O melhor modo para deixar as frustrações da mente de lado era esforçar o corpo. E era para isso que estava no centro de treinamento outra vez. A brisa suave da manhã tocava minha pele enquanto a umidade e as nuvens negras indicavam a vinda de uma tempestade a qualquer momento. Não me importei, sacando a minha Kusari e girando-a no ar. A alguns metros havia uma grossa árvore a qual eu usava para praticar meus arremessos e que hoje serviria para treinar meu taijutsu. A corrente, no entanto, seria para elevar um pouco o nível.

Revisei as anotações que trouxera no caderno e guardei-o na mochila antes que as gotas de chuva caíssem, deixando-a encostada em alguns galhos tortuosos, com folhas numerosas o suficiente para amenizar o impacto da água sobre o item. Tentei ignorar todo o mundo externo para o que estava para fazer, avançando a passos rápidos, imaginando como se estivesse contra o encapuzado outra vez. O primeiro adversário que tivera na minha missão e que não havia me levado a sério. Tinha certeza de que se ele tivesse atacado com mais afinco desde o começo, o resultado seria outro, então o mínimo que podia fazer como ninja era me aperfeiçoar para não dar chance que algo assim ocorra no futuro. Girei o pulso, como se fosse desferir um golpe com os elos metálicos, mas retornei o braço no instante em que o faria, realizando uma finta que abriu brecha para meu salto. Apliquei um chute, empurrando a sandália contra a árvore e retornando ao chão. Tentei não ir com todo o impulso que podia, afinal, eu não era tão forte e tinha medo de me machucar fazendo algo como aquilo. Meu objetivo era tentar aliar as fintas com os meus acertos nos membros inferiores, explorando minha consciência corporal ao máximo.

Repeti aquele tipo de movimento com pequenas variações, como rolamentos ou dois chutes seguidos, enfim largando a Kusari de lado após meia hora e passando a me empenhar inteiramente nos movimentos do meu físico. Tentei aplicar o mesmo tipo de chute, recordando-me dos ensinamentos dos livros que tinha lido a respeito de "Treinar mil chutes diferentes não ser grande coisa, mas treinar um chute mil vezes sim". E assim o fiz por mais uma hora, quando enfim o clima mudar e a chuva se iniciar. O suor se misturou com a água das nuvens e eu me permiti descansar, apreciando o ambiente natural antes de recolher meus pertences e voltar para casa, finalizando o último treinamento antes do combate do torneio.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Jason. Era o nome que ecoava no clube enquanto eu tentava me adaptar a nova modalidade do combate. A plateia clamava pela vitória do rapaz logo nos primeiros segundos de luta, ao passo que eu segurava os impulsos de socá-lo ou feri-lo do modo que estava habituado. Segundo os juízes, as quartas de final funcionavam de maneira distinta, sendo apenas permitido movimentos imobilizantes ou empurrões. Para alguém sem tanta força como eu, era muito difícil. Da última vez, havia tido a sorte de conseguir empurrar o adversário para fora do tatame, mas Jason era diferente. O lutador tinha a mesma altura que eu, mas era tão gordo que sua barriga saltava por baixo da camisa. Seus braços eram volumosos e eu sabia que no segundo em que conseguissem me conter, seria o fim da linha.

- Vai, Dragon! - Gritou uma voz quase engolida pela multidão, mas que conseguiu alcançar meus ouvidos. Não tive tempo de olhar para ela, pois foi logo quando o meu oponente começou a desferir uma sequência de socos, mas não precisava procurar pelo autor daquelas palavras. Já havia levado sermões o suficiente para saber que se tratava do senhor Kai, aquele que poderia chamar de meu mentor. Não, de meu amigo. Foi o estímulo que eu precisava para me motivar e devolver os golpes. Aquela torcida rouca fez minha mente viajar algumas semanas no tempo, para mais um dia de treinamento. Sem pressão ou qualquer recompensa senão o cansaço, foi como se meu único foco tivesse se tornado acertar a coreografia dos movimentos, um passo de cada vez. Contraí a panturrilha, forçando o quadril para trás enquanto tentava executar uma finta, simulando um chute em sua barriga. Infelizmente, não consegui enganar seus instintos. Ele sabia que eu não poderia fazer aquilo sem ser desclassificado, dando-lhe a brecha que ele precisava para me colocar ao chão com uma rasteira.

Felizmente ou não, a luta não acabou com isso. Só terminaria quando um de nós deixássemos o espaço delimitado, então eu sabia que ele tentaria me puxar de algum modo. Mas não daquele jeito ridículo. Jason apertou meu pé e começou a me arrastar pelo chão de maneira despreocupada, como se eu não oferecesse nenhuma resistência. Tentei puxar o pé, sem qualquer resultado diante do poder que ele tinha nos punhos. Guiado pelo desespero, coloquei as mãos no chão e me apoiei no outro joelho livre, me levantando e o empurrando. Iniciou-se então uma luta de impulsos. O garoto me soltou, agarrando meu braço e me puxando enquanto eu o empurrava. O tempo correu mais lentamente e me vi ir na direção do seu tronco, impulsionado como se o gorducho tivesse gravidade própria. Seria uma derrota inevitável. Deixei meu físico agir por si, agachando-me em uma acrobacia e me colocando abaixo das suas pernas, levando seu braço comigo e o fazendo se abaixar. Ele me deixou ir e me ergui para cima de seus ombros, fazendo-o recuar alguns passos até que ambos estivéssemos fora do tatame. A torcida parou e todos olharam para a cena sem entender o que acontecia. Os jurados se reuniram por alguns segundos, como se debatessem o resultado daquilo ali.

- A regra é: Aquele que por os pés para fora do ringue será desclassificado. Dragon ainda não tocou o solo. Logo, é o vencedor - O clima de comemoração foi só entre mim e o senhor Kai, em um abraço apertado enquanto todos os demais foram consolar o lutador gigante. Por mais que tenha vencido com dificuldade, havia sido um ótimo treino e uma experiência valiosa de como combater oponentes mais pesados.

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ícone : Mensagens : 108 Data de inscrição : 25/03/2021

Treinos de Atributo I, II e III[Taijutsu]: Aprovados

[Treinos] Como treinar seu Dragon - Página 3 EAFoqzr

ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Observo a pista de corrida enquanto alongo os braços, estendendo-os para cima e ouvindo o estalo dos ossos. Passo a aquecer, caminhando de um lado ao outro enquanto a mente vagava por memórias de dor. Literalmente. Por mais que tivesse melhorado meus reflexos e meus movimentos com os treinos no dojo, me sentia lento, e lentidão implicava vários malefícios. Na última missão, não fosse o chakra concentrado nos pés, dificilmente eu teria acompanhado Yonkai. Na verdade, se quisesse ter alguma vantagem para alcançar ou para fugir em situações estratégicas, era extremamente necessário melhorar nesse aspecto. Ser ágil não se tratava só de velocidade, dizia o primeiro parágrafo do livro. Em minhas mãos, havia uma obra de bolso, pequena o bastante para que eu carregasse até ali. Resistência era um fator importante e, o melhor modo de aprimorar isso, era naquela praça. Havia um pequeno espaço para exercícios físicos e eu conseguira permissão do dono graças a influência do Senhor Kai. Dizer que eu era seu aluno só mostrara o quanto eu era empenhado e que faria bom uso do lugar.

Empurrei o solo com força, dando início ao meu treino. Tentei coordenar o movimento dos membros enquanto avançava, inclinando um pouco o corpo para frente enquanto contraía o glúteo. Era o pouco que me lembrava das aulas de educação física com meu pai e, bom, enquanto explorava a consciência corporal do movimento, parecia realmente ser efetivo. Era como se pudesse explorar ainda mais do meu corpo enquanto o fazia, a ponto de logo meus dois braços estarem estendidos para trás. Passei a saltar entre uma raia e outra, as divisões entre os atletas. Como só havia eu ali naquela manhã, pude fazê-lo livremente. Vez ou outra precisava parar devido ao desequilíbrio, mas logo retornava a caminhada. O objetivo era tentar visualizar uma pedra voando na minha direção e passar a praticar esquivas e não só o mero avanço. Primeiro foram oito minutos correndo antes da primeira pausa, doze na segunda e aí passei a perder tempo, decidindo parar só de correr. Apesar de não ser tanto tempo assim, eu estava fazendo o mais rápido que conseguia, o que justificava o meu cansaço vir logo. Para não dar aquilo como encerrado e julgando conseguir fazer ainda mais, passei a fazer os bons saltos e rolamentos, ainda tentando vislumbrar os arremessos contra mim.

Incluí o shunshin, tentando simular como normalmente faria em uma missão ou em um combate real. Minha mente estava vazia e totalmente empenhada no treino, afinal, estava nervoso. Os pesadelos estavam cada vez mais frequentes e a iminência da guerra era... preocupante. Se quisesse servir de algum modo, precisava melhorar. Na guerra, pelo menos para mim, não existia genin ou chunin na hora de decidir o futuro da vila. Só existiam ninjas de Kiri e a vontade de proteger a nossa nação. Foi o que me levou a ir até ali e, mesmo sem repetir isso enquanto me movimentava, era o que nutria minha concentração. Quando estava cansado e puxando o ar com força, achei estar no limite do ideal. A partir dali, não conseguiria extrair mais nada do treino e tudo que poderia fazer era voltar para casa e no dia seguinte retornar com atividades mais puxadas.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

- Bom dia - Cumprimentei o dono da pista, o senhor Sanmaru. Por mais que me referisse a ele como senhor, não era tão mais velho que eu. Certamente tinha menos de trinta anos, mas já tinha algumas empresas e locais como aquele na vila. Era um jovem promissor e, acima de tudo, bondoso. Pelo que havia me contado, tinha treinado com o senhor Kai assim como eu e sentia falta dos sermões do velho. Quando o convidei para praticar comigo, ele disse que poderia retirar ao menos meia hora do dia para si e tentar tirar a poeira do kimono. Nos saudamos, ambos no centro da pista. Havia um gramado circular com algumas marcações para estandes e para a equipe que assistiria os corredores. Era o melhor lugar para simularmos um combate amigável. Bom, eu achei que seria amigável. Mas Sanmaru estava claramente empolgado.

Girei o corpo de um lado a outro, sem tempo para contra-atacar enquanto vinham socos e chutes em sequência. Era impressionante o quão hábil ele era e duvidava muito que realmente estivesse sedentário esse tempo todo. Os golpes cortavam o ar como lâminas e, vez ou outra quando me atingiam, faziam com que eu recuasse alguns passos e pedisse alguns segundos para recuperar o fôlego. A nossa ideia era simples, ele tentaria aprimorar seu taijutsu outra vez e eu aprimoraria meus reflexos em relação aos seus ataques, mas aquilo mais pareceu um adulto batendo em uma criança nos primeiros minutos. A necessidade de esquiva logo se converteu em esperança de bloqueio e eu só torcia para não quebrar nenhum osso caso ele aumentasse a dosagem de força.

Com algum tempo, passei a entender melhor seu estilo e movimentar meu corpo segundo ele. No fim, não era tão dificultoso assim. Não que eu fosse o melhor lutador do mundo, mas era de certa forma previsível. Desferia socos sempre na mesma altura e os chutes vinham da perna direita e no mesmo sentido. No instante em que notava o que ele faria, os agachamentos e saltos vinham com mais fluidez. Sanmaru, ao contrário do que eu esperava, só dava risadas e se mostrava em êxtase. Não conseguia imaginar vê-lo com aquela expressão, fanático por suas próprias ações e se sentindo contente errando ou acertando. Era como se apreciasse cada aspecto do treinamento e não tivesse pretensão necessariamente de "ganhar". Por coincidência, os dois ficamos exaustos quase ao mesmo tempo. Sanmaru pediu a pausa, dizendo que deveria sair para não se atrasar nos compromissos que tinha e eu me questionei se ele realmente estava cansado. Estávamos cobertos de suor e não conseguíamos completar uma frase sem dar respirações pesadas entre as palavras, mas eu tinha o sentimento de que ele ainda suportaria mais dez minutos correndo pela pista se quisesse. Me agradeceu pela oportunidade e eu dei obrigado em retorno. Havia sido o melhor treino em semanas. Adorava sair com Suyo e Yonkai, mas aquele fora um estímulo completamente novo. A experiência valeu cada segundo e eu só pude me sentir grato por ter feito mais um parceiro de treino. Melhor, mais um amigo.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Cerrei o punho em torno dos pesos improvisados, tentando erguê-los e sentindo meu braço ceder com cinco repetições. Havia pego algumas garrafas e improvisado alguns pesos na minha casa, talvez motivado por Suyo. Meu companheiro de time era extremamente forte, enquanto eu e Yonkai... bom, tínhamos outras qualidades. Contudo, eu sabia que precisava ter músculos mais densos e resistentes. A kusari que eu utilizava, por mais que pudesse ser utilizada para golpear, era uma arma usada na verdade para aprisionamento. Eu ainda não havia tido tempo para aprender a usar foices ou algum outro tipo de lâmina, então precisava me virar com aquilo que tinha. Além disso, eu também era usuário de taijutsu. Estava ficando cada dia mais ágil e com reflexos apurados, mas só isso não era o suficiente. Se não conseguisse nocautear alguém ou fazer danos visíveis, eu seria só uma mosca incômoda. E não era isso que queria.

Retirei algumas garrafas das amarras que formavam o halter e passei a conseguir erguer por mais tempo. Organizei o treinamento primeiro com o braço não dominante, erguendo-o até a falha. Naturalmente, era o lado do meu corpo mais fraco por não ser tão utilizado, então era o que teria mais dificuldade. Passei para a outra mão, realizando a mesma quantidade de tentativas de erguer que fiz com o outro e fazendo uma pequena pausa, até o bíceps estar fadigado. Pelo que conhecia de anatomia, aquele era o músculo que conduziria os movimentos e, bom, o primeiro passo seria começar a ativá-lo para exercícios mais trabalhosos. Ao chão, passei a fazer flexões, tendo fracassos gritantes até falhar o peitoral. Meu objetivo não era fazer vinte ou cem repetições de primeira, e sim cansá-lo, por isso, equilibrei uma das garrafas nas costas e desci até o solo, sentindo o tronco arder junto aos braços e optando por trocar de exercício quando aquele já havia sido o suficiente.

Deitei-me de costas para baixo e iniciei as flexões abdominais, levantando o tronco e tentando encostar o máximo que podia nos joelhos, mantendo a postura. Quando frequentava o dojo, sempre haviam aqueles que preferiam fazer esse tipo de atividade e, por mais que eu ainda não pudesse fazer com a mesma intensidade que eles, tinha noção de como realizar. Coloquei um dos pesos encima da barriga para tentar dificultar, da mesma forma que fizera com o peitoral. Comecei a saltar, agachando logo em seguida para tentar aumentar a potência das pernas. Chutes eram talvez o meu tipo de opção favorita quando estava treinando com meus companheiros de equipe, então era algo que eu também precisava aprimorar. Tentei forçar ao máximo, pulando o mais alto que podia e tentando absorver o impacto com os membros inferiores. Por fim, quando olhei para o relógio, vi que talvez já fosse hora de tomar um banho e almoçar, dando por encerrado aquele treino de força improvisado, mas efetivo para um primeiro passo.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Tentei ficar parado o máximo que pude. Controlei a respiração, não emitindo som enquanto me empenhava em ouvir do outro lado. Ouvi a madeira do piso ranger e fechei os olhos, torcendo para que não fosse encontrado. Os passos vieram e eu movi os braços com cautela, concentrando chakra e o expelindo, de modo a criar um pano invisível com Kakuremino. Estava cercado por camisas e calças, encolhido dentro do armário em uma dinâmica perigosa. Havia pedido ao meu pai para me testar, simular que seria um criminoso atrás de mim enquanto eu me escondia pela casa. Era ridículo, mas ele estava levando a sério. Pela brecha no móvel, pude ver a kunai cintilante em suas mãos e tentei acreditar que ele me mataria se me encontrasse. Lembrei-me da ilha e do sequestrador que quase acabou me localizando, tentei visualizá-lo ali outra vez e senti minha mão ficar tentada a tremer. Me contive. Estava praticando meus movimentos furtivos há muito tempo e isso implicava também lidar com situações de pressão como aquela.

Ele caminhou de volta, como se decidido que não havia ninguém ali, mas eu não acreditei. Não só os livros que havia lido me diziam para permanecer quieto até sozinho, como também a experiência me remetia a falhas caso eu simplesmente saísse dali agora. Quando olhei para o solo, vi sua sombra ainda ali, à espreita. Tentei soltar o ar com calma, contendo o nervosismo e, de supetão, ele avançou pelo quarto, se jogando para baixo da cama como se tivesse a certeza que tinha me encontrado. "Ai" ouvi após um tum abafado, deduzindo que ele havia batido a cabeça e me controlando muito para não rir. Ele saiu, correndo da mesma forma, como se tivesse entrego sua posição com aquilo e acreditasse que eu acabaria agindo em algum outro cômodo. Quando tive a certeza de que ele havia descido as escadas, saí do armário de roupas e comecei a andar erguendo as sandálias e tentando não arrastá-las no chão. Podia muito bem ter ficado descalço, mas não seria uma prática justa.

Passei a me esgueirar entre um quarto e outro, vendo meu pai partir para outras áreas e aproveitando esse momento para me aproximar cada vez mais da saída. Quando enfim consegui sair da casa sem ser pego, apertei a campainha, chamando-o para fora, tendo sucesso no exercício e julgando estar no auge da minha furtividade enfim.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Sentei com o hálito de café ainda na boca, dedicado a aprender um pouco mais sobre como sobreviver em ambientes hostis. No meu sonho anterior, havia imaginado que passara uma semana na ilha em que Kaori estava mantida como refém. Por mais que não fosse mais que um pesadelo bem macabro, eu acordei com um mal pressentimento. Não que eu fosse voltar no tempo e cometer uma besteira a ponto de precisar fazer isso, mas, caso eu seja mandado para alguma ilha de kiri outra vez e, quem sabe, perca o barco ou tenha que me manter vivo pelo máximo de tempo possível, eu precisava ter o mínimo de conhecimento acerca disso. O copo de café nada mais era do que um mero agrado para tentar me acalmar e que, embora eu preferisse tomá-lo enquanto lia, a bibliotecária havia me informado que era proibido comer ou levar qualquer bebida ali dentro. Não a culpava, o local tinha tantas obras preciosas e que haviam agregado tanto a mim, mesmo que eu só tivesse mergulhado em poucas delas, que eu preferia que tivesse normas rígidas para protegê-las.

Hoje havia o "Manual de Sobrevivência na Selva" jogado na mesa ao lado do meu caderno de anotações, aquele manual seria meu companheiro nos próximos dias e o motivo das minhas dores de cabeça nas próximas horas. A linguagem era clara e concisa, mas era tanta informação que eu precisava reler para não embaralhar os conceitos na minha cabeça. No primeiro capítulo já eram introduzidos conceitos sobre como fazer fogo e achar fontes de água. Algumas coisas eu já tinha alguma noção, sobre quantos dias poderíamos passar sem comer ou sem beber e como eu precisava explorar esse prazo da melhor maneira possível. Fora dado um exemplo prático e bem elucidativo. Se eu tivesse duas sacolas de comida e a comesse dois dias seguidos, eu suportaria por certo número de dias com fome. Mas, se eu comesse uma sacola de comida numa semana e outra sacola na próxima, eu conseguiria me prolongar por mais tempo. O prazer e o sobreviver dificilmente caminhavam lado a lado e, antes de recorrer a atos mais extremos, eu precisava usar de tudo que eu possuía em mãos.

O manual não me ensinava a caçar ou a plantar, afinal, a ideia não era colonizar um lugar e sim tentar ficar vivo por mais um dia. Tentei focar primeiro na base e nos exemplos que me foram dados, entendendo ainda mais a importância em conhecer aquilo. Esperava que nunca fosse usar aquilo algum dia, mas eu já tinha passado por coisas o bastante para entender que todo estudo é pouco e toda falha por falta de preparo era doloroso. Quando concluí a leitura, havia uma folha do meu caderno bem preenchida com um resumo. Guardei-a no bolso e retornei o livro à prateleira, prometendo que voltaria no dia seguinte para aprender um pouco mais.

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"Capítulo 2: Onde encontrar abrigo" era onde me encontrava naquele vasto manual. Haviam alguns dizeres sobre como realizar os primeiros socorros e sobre anatomia humana, mas eu julguei já conhecer aquilo bem o bastante para pular ou, em certos pontos, só fazer uma breve leitura para relembrar. De todo modo, a parte que mais me interessava era sobre me reagrupar e buscar um local seguro. Imaginei primeiramente o que faria, antes de entender os ensinamentos da obra. Provavelmente ativaria o Akagan até encontrar uma casa ou uma caverna. Claro, seria o ideal. Mas e se a ilha se resumisse somente a vegetação nativa? Se não houvesse mais do que plantas, arbustos e uma forte chuva se aproximando? Cavaria um buraco e taparia com folhas? Notei o quão complicada a situação poderia se tornar e parte de mim começou a se perguntar se eu não estava sendo paranoico demais.

Tudo que estava ali eram situações extremas. Não eram regra. Me indaguei se não deveria deixar aquilo para depois e focar no que realmente iria acontecer. Combates, uso de técnicas. O tempo que investia ali seria o que poderia usar aprendendo sobre novas armas ou aprimorando o uso do meu akagan. Não seria... perda de tempo? Não. Há algum tempo atrás, parar com Yonkai para ficar horas lendo sobre geografia naquele mesmo lugar também seria desperdício. Mas, se tivesse feito isso antes, não teria problemas para me localizar quando estávamos quase perdidos na embarcação junto a Andra. Assenti, decidindo por prosseguir com aquilo e aprendendo a como montar o próprio abrigo. A coleta de recursos era algo mais complexo do que eu imaginava, algo que, antes mesmo de tentar praticar aquilo em algum lugar de Kiri, eu necessitava fortalecer a base teórica.

Eu não entendia nada sobre plantas, mas tampouco aquelas páginas versavam sobre isso. A ideia era sobre como achar a melhor madeira, planta ou cipó para fazer amarras e montar uma pequena cabana. Precisava me proteger do clima e de outras condições que o ar livre me proporcionaria. Nem sempre haveria uma caverna ou uma tenda para me colocar abaixo e, claro, eu não iria carregar panos e cordas em uma mochila todas as vezes que saísse em uma missão. Desta vez, as anotações que levaria para casa foram com alguns desenhos diferenciados e um mapa mental mais denso em relação a conteúdo. Após algumas horas, minha barriga roncava e eu precisava comer, mas acreditei saber o bastante para ao menos durar uma noite numa mata sem ser abraçado por mosquitos ou jogado numa praia. Sabia que estava longe de ser o bastante, mas, como sempre, tentei ser paciente.

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Re: [Treinos] Como treinar seu DragonTer Abr 27, 2021 7:58 pm

[Treinos] Como treinar seu Dragon - Página 3 UARBAI3

Treino de Agilidade I
Treino de Agilidade II
Treino de Força

Aprovados.

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ícone : Mensagens : 387 Data de inscrição : 15/03/2021

Apertei o punho, sentindo o chakra correr pelos meus tenketsus e se direcionar até a mão. Concentrei-o lá por algum tempo, sentindo-o querendo se expandir e então liberei com um soco. Vi minha mão se chocar contra a grama, abrindo um buraco no solo no instante em que a energia se dispersou. O problema é que não era o que eu queria. Quando Shin havia me ensinado a utilizar aquela técnica, a forma como ela fazia era diferente. A essência estava ali e eu sabia que havia a dominado. O problema era que não conseguia fazê-lo de maneira semelhante. Era quase como se fosse um jutsu a parte e o seu efeito se desse de outro modo. Meu objetivo não era o mero impacto do chakra e sim o dispersar em um certo formato e direção, rachando o solo em fragmentos. Me alonguei, decidindo que este seria o meu treinamento de hoje, dominar o que meu antigo companheiro de equipe chamava de Oukashou.

Tentei por algum tempo concentrar meu chakra em partes diferentes do corpo, tentando sentir se era essa a minha falha, passei a dar alguns socos, tentando não desperdiçar energia. A força de chakra concentrado era poderosa, mas seu problema era justamente o gasto e o desperdício que trazia consigo. Quanto mais danos causava, mais eu liberava e consequentemente mais me desgastava. Tive de aprender a poupar para conseguir prolongar os exercícios o máximo que podia. Mesmo assim, perdi a conta de quantas ofensivas lancei ao chão. Cada tentativa era frustrante, até que, quando estava prestes a desistir, o solo se rachou. Tive de correr dali e saltar para longe com shunshin antes que eu caísse junto as rochas e me machucasse. Era inconsistente e me feriria com as pedras se eu não prestasse atenção, mas dei um sorriso por um tempo, contente com meu progresso. Ofegante, fiz a primeira pausa do dia, sentando-me analisando o cenário distorcido. A grama havia sido substituída por terra e buracos causados em diversos lugares, com exceção do solo logo a minha frente, o que eu havia acabado de conseguir fazer.

Após alguns minutos, optei por meditar um pouco e analisar a forma como havia sido bem sucedido e tentar recriá-la mentalmente. Fiz-o uma vez, duas, até que finalmente consegui realizar a mesma técnica três vezes seguidas. A forma como o chakra era liberado também importava e não só a mera explosão. Quando enfim compreendi isso, percebi que havia finalmente dominado o Oukashou.

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